Segunda feira
Fecho a porta do meu armário um pouco forte de mais arrancando olhares de todos no corredor, reviro os olhos ao perceber que todos aqui são extremamente curiosos.
— Mana não teria como esconder o seu estresse um pouquinho não, acho que todos na escola já notou que você não está em um dos seus melhores dias — Reviro os olhos para as palavras de Ana, e caminho pelo corredor.
Mais paro assim vejo aquela cena, não posso acreditar, Leeds o meu meio irmão, o mais velho para falar a verdade, ele tinha os cabelos loiros, iguais ao do pai, a única diferença era seus olhos negros, cor de jabuticaba que ele havia puxado de Victória.
Ele estava conversando com o David, garoto com quem Ana tem saindo muito ultimamente, e com aquele outro que estava em minha casa.
Ana percebe para onde estou olhando e rapidamente percebe a minha irritação com isso.
— Madeline por favor não! — Tarde de mais, já dou passos longos e nada discretos em direção ao meu meio irmão detestável, e assim que me aproximo ele se vira e eu dou um soco em seu rosto ele me olha com fúria enquanto eu Mantinha o olhar sereno sobre ele.
— Isso é só porque eu te odeio — O fluxo de pessoas no corredor havia parado e estavam todos olhando em nossa direção, David e Miguel nos encaravam assustados, e eu tinha um sorriso de lado no rosto.
— sua vaga...
— olha o que é isso irmãozinho o papai não lhe ensinou boas maneiras — Digo com sarcasmo ele tira as mãos do rosto e aponta o dedo na minha cara e eu rapidamente o abaixo.
— Isso não vai ficar assim Madeline acredite...
— Claro que não vai, porque você vai juntar suas coisinhas, junto com tua família feliz e sair da cidade, e fala pro nosso querido papai para esquecer sobre mim e minha irmã — Ele da um sorriso irônico de lado, isso me irrita muito, eu tenho um ódio enorme sobre esse garoto, a essa altura Ana já estava ao meu lado, e se dava para escutar os murmúrios ao redor, todos parado apreciando a cena.
— O que foi princesinha das trevas? Não conseguiu o que queria — Ele segura a ponta do meu queixo — Lamento te informar, mas vai ter que conviver comigo por um tempinho, momento entre irmãos, isso não é maravilhoso?
— Chega vocês dois, isso já foi longe demais — Ana fala tirando a mão dele do meu queixo.
— A Ana, acredite, isso apenas começou — Digo e ele ri.
— Acabamos de sair do ponto de partida maninha — Ele ri irônico mais uma vez — Sabe Ana sempre gostei mais de você, vai ser bom ter você em minha casa por um tempo — Ele da ênfase nas duas palavras como se fosse uma indireta.
— Acredite, vai ser tudo menos bom — Encaro nos olhos dele enquanto digo isso, ele não perde por esperar — acho que amou o soco, vou amar lhe dar outro de presente — Ele fecha a cara.
— O que está acontecendo aqui? — Vejo o coordenador nos encarando — Todos vocês vão para a sala de aula, agora! — As pessoas ao redor começam a se movimentar deixando o corredor praticamente vazio, apenas eu Ana, e o i****a do Leeds — O pai de vocês me avisou que poderia ocorrer conflitos entre vocês, e pediu para ligar para ele imediatamente, assim que percebi que era vocês eu liguei, ele está a caminho, e é bom vocês esperarem na diretoria.
— Não acredito — Digo e os três me encaram — Ele m*l chegou a cidade e já tá cheio de p*u mandado.
— Senhorita Petsch, vou pedir para maneirar nas palavras.
— Vai perder seu tempo — Dou um sorriso de lado e a Ana coloca a mão na testa, balançando a cabeça em negação.
Saio de perto de todos e começo a caminhar em direção a diretoria. Me sento em uma das cadeiras e a Ana se senta a minha frente, ela está com raiva sei disso, o que ela menos gosta são brigas e discussões, bom, é o que eu mais causo são essas duas coisas.
Seguro o meu ponteiro de Ouija no meu cordão ignorando tudo ao meu redor, principalmente o fato de Leeds ter se sentando ao meu lado, escuto ele respirar fundo e reviro os olhos ao lembrar que ele é igualzinho ao pai.
— Madeline, sério acho que a gente deveria tentar se dar bem, pelo menos tentar — Ele diz e eu o ignoro completamente — Não somos diferente Madeline, por mais que você pense aí contrário vai ver isso — Respiro fundo.
— É o que você propõe? Que viremos melhores irmãos de uma hora para a outra? Desculpa Leeds, mais não tenho sangue de barata, eu te odeio e acho que vai ser difícil mudar isso — Ele respira fundo e eu me irrito mais uma vez — Vem cá, você herdou alguma doença genética do pai, vocês tem algum problema no pulmão, de respiração alguma coisa do tipo? — Ele da de ombros e eu reviro os olhos.
Olho para a entrada da secretária vendo meu pai nos observando ótimo, a cara dele era péssima, e eu não estava nem aí.
Ele caminha em direção a porta do diretor, mais para e nos encara, os três, eles estava usando um terno azul marinho, com a gravata da mesma cor, e segurava uma maleta nas mãos.
Bom, traje que a maioria dos empresários usam, mais não sei porque, de repente comecei a odiar ternos.
— Acho bom que não tenha sido nada sério — Ele diz e entra na sala sem dar chance de alguém falar nada.
Como assim ele acha bom? É se for algo sério? O que ele iria fazer?
Nos prender no porão? Fazer a gente se ajoelhar sobre o milho? Tirar o nosso celular? Nos colocar de castigo? Eu não ligo, só não quero olhar para a cara dele.
Depois de alguns minutos exaustivos e completamente tediosos ele sai da sala, para de frente para a porta com os olhos fechados e respira fundo, fechando as mãos em forma de punho.
Ele se vira e encara nos três outra vez, mais diferente da outra vez seu olhar para sobre mim.
— Você deu um soco no seu irmão? — Dou de ombros e ele se irrita, seu disso por causa do seu olhar fulminante sobre mim — Leeds vai para a sua sala, a gente conversa mais tarde.
— Pai eu não fiz nada....
— Vai para a sua sala — Meu pai diz um pouco mais firme e Leeds respira fundo passando a mão sobre o cabelo bruscamente, mais um que herdou essa mania h******l, se levanta e sai da secretaria.
— Ana vou te levar para casa, você vai arrumar sua roupas, vocês irão para minha casa hoje, somente roupas, e coisas que vocês não vivem sem, haverá finais de semana que vocês passaram com Sua tia — Ana se levanta e eu continuo parada no mesmo lugar encarando o meu pai, aperto as unhas sobre a palma de minha mão sentindo a dor delas cortando a minha pele, e pela primeira vez na vida me dirijo a ele com uma voz calma.
— O que você quer que eu faça, para você esquecer essa história de morar com você?
Ele me encara por um tempo, e pela primeira vez na vida eu consigo ver mágoa em seu olhar, seus músculos relaxam, ele respira fundo fechando os olhos.
— Madeline, não é questão do que você tem que fazer, eu quero a minha família junta, unida, nem que seja por um tempo curto.
Me ponho de pé e caminho para fora da secretaria, Ana está bem atrás de mim, e ele está atrás dela, avisto o carro dele no final do estacionamento, entro no banco do carona e coloco o sinto, coloco as mãos sobre o rosto e tento controlar o choro.
Não quero sair da casa da Alissa, essa foi minha realidade a anos, e eu não tô preparada para deixar ela, nunca estive.
O caminho até a casa da tia Alissa e silencioso escuto somente as respirações de nós três.
Nós três quanto eu comecei a referir a gente assim? Ele para o carro em frente da minha casa, e eu Encaro a Ana, que entende o meu sinal.
Não quero dar essa notícia a Alissa, assim como ela eu só achava que iríamos no final de semana, ou que meu pai já tinha até esquecido dessa história.
Ana aperta o meu ombro enquanto eu a encaro e meu pai observava tudo.
— Eu falo com a tia Alissa, sobe e arruma suas coisas — Ela diz, é eu Respiro fundo.
Saio do carro, e caminho rápido até a porta da frente, o jornal ainda estava ali, o que é muito estranho, porque o Marcelo sempre pega o jornal antes de saímos para a escola, Ana me alcança, e logo atrás dela meu pai.
— Madeline, o que foi? — Ana pergunta e para no mesmo lugar, encarando o jornal — Madeline, e só um jornal — Encaro ela que dava um sorriso falso de lado.
Pego as chaves na minha bolsa e abro a porta entrando em casa, passo pela sala onde o Marcelo está no computador, e corro pela escadas, o que faz ele se levantar na minha direção.
— Madeline? — Ele fala, mais logo a Ana o alcança e eles começam a conversar.
Corro pro meu quarto e fecho a porta olhando ao redor.
Aperto as unhas sobre a palma de minha mão e ali me permito chorar, deslizo pela porta e coloco minhas pernas sobre meus joelhos e começo a chorar, o máximo possível.
Ouço batidas na porta e não respondo, seco as lágrimas com as costas das mãos e me levanto, pegando a mala em cima do guarda-roupa e coloco minha mochila escolar sobre a cama, e a mala ao lado dela.
A porta se abre revelando a figura do meu pai, Respiro fundo e não digo nada, ele caminha até a cadeira com rodinhas e se senta observando o quarto, as paredes eram em tons de azul marinho da mesma cor que seu terno, havia somente uma das quatro paredes de outra cor... Preto!
Meu quarto era totalmente diferente do de Ana, o dela era em tons de roxo, bem claro, e havia somente uma parede branca. Ele respira fundo e me encara colocando as roupas na mala, ele tira o blazer do terno e arregaça a gravata, se aproxima de mim e se senta ao lado da minha mala.
Não sei o que ele quer, e sinceramente não quero discutir sobre nada agora, não quero falar com ele, não quero olhar na cara dele.
— Sabe — Ele diz e eu continuo a colocar minhas coisas na mala — Quando eu era da sua idade eu era exatamente como você Madeline, Leeds e muito parecido com você, e é isso que me faz ter a certeza de que vamos discutir muito ainda — Dou um sorriso sarcástico de lado, e ele respira fundo — Madeline eu só queria te pedir um chance...
— Tarde demais Barbie butterfly — Digo com deboche, esperando ele se irritar, mais diferente disso ele não se irritou, ele não ficou com raiva, ele riu ele deu risada, Encaro ele sério.
— Só vamos tentar nos dar bem — Ele me encara no olhos, e a cor azul de seus olhos me faz ter ainda mais raiva dele.
— Você deveria conversar com Ana, tenho certeza que ela lhe dá várias chances de se darem bem — Fecho a mala, e caminho até minha escrivaninha e Puxo e pego a chave debaixo do monitor do computador e abro a última gaveta pegando um caderninho preto e uma caneta da mesma cor com um pompom enorme em cima, coloco na minha mochila escolar.
Pego a mesma colocando nas costas e Puxo a mala de cima da cama segurando na aba e encarando meu pai, que respirou fundo e pegou a mala da minha mão.
Saio do quarto e ele vai para o quarto de Ana, e eu desço as escadas encontrando a minha tia com os olhos inchados encostada no balcão. Pela primeira vez tomo uma atitude é à Abraço.
Depois de alguns segundos Ana se junta ao abraço.