Capitulo 3

1195 Words
Bruna Medeiros Eu ainda estava sem acreditar que aquilo estava acontecendo comigo, como meu irmão havia me deixado voltar sabendo de uma coisa dessa? Eu sempre fui livre e agora Danilo me dizia que eu pertencia a ele, que espécie de vida era essa? - Você não pode fazer isso comigo, tenho pessoas que dependem de mim. Danilo: Não vou impedir você de ver sua família, mas as coisas vão ser do meu jeito e se tentar alguma gracinha eu não vou entender legal não. - Mas que droga você quer? Eu juro que se encostar suas mãos em mim, eu mesma... - ele me interrompeu. Felipe sempre me dizia que o Cobra dono do morro era uma pessoa sem sentimentos, mas ele nunca me disse que Danilo e ele eram as mesmas pessoas. Danilo: Eu não vou por a mão em você, mas acho bom andar na linha ou se não tu vai rodar. - acendeu um cigarro de maconha. - Eu posso ir pra casa? - precisava ver o meu filho, saber se ele estava bem. Danilo: Sua casa agora é onde eu moro, ainda não sei pra que você vai me servir, mas já vou descobrir. - assoprou a fumaça na minha direção me fazendo virar o rosto. - Eu não posso morar com você, eu já disse que precisam de mim em casa. - falei com raiva, eu não poderia deixar Henrique sozinho. Danilo: O problema é teu, p***a. - deu mais uma tragada. - Nathan vai te levar pra minha casa, não entra no meu quarto e não tente fugir. - Eu não vou pra c*****o nenhum com ninguém! - cruzei os braços. Danilo: Mina, vou nem perder meu tempo com você. - se virou me deixando falar sozinha. Eu fui logo atrás porém ele não estava mais lá, Nathan apenas me olhou como se me mandasse subir na moto e eu até tentei correr mas não deu muito certo. Nathan: Bruna, agiliza aí vai. Tenho nada haver com isso não, bora logo. Subi na moto mesmo contra gosto, minha cabeça doía com tudo aquilo que estava acontecendo. Eu me segurava pra não chorar, não queria que me vissem tão vulnerável assim. Eu estava com medo, por mim e pelo meu filho, como eu poderia viver longe dele? Quando chegamos em frente a uma casa de dois andares, bonita mas sem perder a simplicidade como as outras, apenas segui Nathan para dentro dela. Era bem bonitinha por dentro, parecia que não havia ninguém dentro dela. Nathan: Você sumiu c*****o, que p***a aconteceu? - se virou para me olhar. Sua pergunta repentina me assustou. - Minha mãe me mandou embora. - respondi sem muitas explicações. - Felipe me ajudou e eu fui pra Bahia. Nathan: Por que parou de falar com a Ayla? Ela era a tua única amiga c*****o. - senti em suas palavras o quanto ele estava chateado. - Ela quem não quis manter mais contato, Nathan. Eu tentei mas ela preferiu deixar a amizade de lado. Nathan: E eu? Você e eu estávamos juntos a quase sete meses e você não me deu nenhuma explicação. - Eu não era tua namorada, você sabe disso! - retruquei. Nathan e eu ficávamos antes de eu ir embora grávida, até gostávamos um do outro mas aquilo não era amor nem de longe. E depois que eu fiquei com outra pessoa, tive certeza que entre nós dois o melhor seria apenas uma amizade. Mas eu entendia ele, é claro que entendia. Quem não ficaria p**a da vida por estar ficando com outra pessoa e do nada ela dasaparece, se muda sem explicação alguma. Nathan: Achei que tu tinha um pingo de consideração por mim, mas já vi que não. - Nathan, não fala assim... - dei um passo na direção dele, mas ele se afastou. Nathan: Fica de boa aí, Bruna, esse bagulho é passado. Só que vou te mandar um papo reto aqui, fica esperta com o Cobra, muito esperta. - apontou. - Teu quarto é a última porta do corredor lá em cima, outra hora nós troca uma idéia. - Pode avisar a Ayla que.. Nathan: Ela já sabe. - saiu sem esperar que eu respondesse. Fiquei em pé no meio da sala confusa e sem saber o que fazer naquele momento. Subi para o segundo andar procurando pelo quarto que eu ficaria por pouco tempo, ele era pequeno mas eu ficaria bem ali. Me deitei sobre a cama de casal e me encolhi no cantinho da parede, meu corpo tremia, as lágrimas desciam e eu só conseguia sentir raiva. {...} Já estava de noite quando eu acordei, eram mais de nove hora e eu me xinguei mentalmente por ter dormido até aquele horário. Havia conversas vindo do andar de baixo e eu conseguia reconhecer bem aquela voz, era Felipe. Me levantei rápidamente da cama e desci as curtas escadas correndo, abracei meu irmão com força quando o vi. - Não me deixa aqui, Lipe, por favor... Felipe: Eu não sabia disso, Bruna. Me perdoa, eu nunca deixaria a mãe ter feito isso se soubesse. - Faz alguma coisa, eu não posso ficar aqui você sabe. - me afastei dele. Ana, sua namorada estava logo atrás e Danilo apenas nos observava calado. Felipe: Eu queria muito, mas dívida é dívida, Bruna. Se eu tentar alguma coisa.. Danilo: Infelizmente eu vou ter que matar você. - me olhou sem emoção alguma. - Felipe é meu parcero e cunhado também, em consideração a ele vou pegar leve com você. - Eu devia agradecer a bondade? - perguntei com ironia. Danilo: Mas eu espero que seja uma boa menina. - balançou a cabeça. - Posso falar com você a sós? - olhei em volta para que Danilo e a irmã entendessem. Ana: Vamo lá pra cim, Dan. - empurrou o irmão escada a cima. - O Henrique? O que disse a ele? - engoli em seco com medo da resposta. Felipe: Que tu precisou mete o pé por alguns dias, mas já voltava. Júlia vai cuidar dele por enquanto. - Eu não posso ficar longe dele, Felipe. - senti uma vontade enorme de chorar. - Nunca nem dormimos longe um do outro. Felipe: Pra tudo tem uma primeira vez, ele vai ficar bem. - Você fala como se eu estivesse aqui por vontade própria e não obrigada e sendo ameaçada de morte. Felipe: Tá doida caraí? Eu sei que cê não queria tá aqui. Já mandei o papo reto pra Ana, que se ele encostar a mão em tu eu termino com ela. - A mãe acabou de destruir mais a minha vida. - deixei uma lágrima solitária escorrer mas logo tratei de enxugar. Felipe: Eu juro que não fazia idéia disso, se soubesse nunca teria pedido pra tu voltar. - Eu acredito em você. Agora vai embora, diz pro Henrique que eu amo ele mais que tudo. - abracei meus próprios braços sentindo um calafrio. Felipe: É isso mermo, tamo junto tá? Qualquer coisa me liga. - Tá certo. Felipe me deu um abraço antes de sair me deixando sozinha, e eu tive a certeza que minha vida havia acabado de piorar.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD