No caminho de volta

2586 Words
Passei por outro Monte de folhas, mas dessa vez foi diferente porque pairava o cheiro forte e um ar quente minha cabeça ficou que nem um pisca alerta, era o sinal de perigo, seja o que for que eu iria ver, seria ainda mais assustador, eu continuei seguindo aquele rastro e as folhas cobriam até a panturrilha nessa área, parecia que eu estava afundando, mas continuei a seguir. Quantos mais me aproximava mais o cheiro ficava intenso e insuportável, não era cheiro de podre, não ainda, mas havia um odor forte de sangue fresco, outro Monte de ganhos esse também foi derrubado facilmente até que tive a terrível visão de dois animais parecidos com o que eu auguste estava nas costas, eram grandes porém não tão grandes, tinha uma fisionomia contorcida como se tivessem sentido muita dor, mas que morte c***l eles tiveram? Todos ensanguentados, era difícil dizer que animal os atacará. Novamente ouvi um forte ranger de galho quebrando então corri o mais rápido que pude, talvez seja a criatura horrenda que matou esses animais tão cruelmente. Eu não me importei pra que direção estava indo, eu só queria ir… chegar… escapar, só dessa vez e eu prometo não fazer mais besteira. Perdi a conta de quantas vezes eu já corri, e eu sou uma péssima atleta, pelo menos para corridas longas, me dava bem nos campeonatos do colégio. E agora isso está me servindo de alguma forma, mas do que estou fugindo? Se matou dois animais pode me m***r também? Nunca fui corajosa, e não tenho vergonha de fugir do medo, não me importo de fugir, não sou de fingir ser corajosa se eu tiver se fugir eu só irei ainda mais se custar minha sanidade, não tenho medo de morrer, se eu morrer agora com certeza será doloroso e é isso que eu não quero. Continuei a correr dessa vez sem parar e nem olhar pra onde estava indo, mas sabia que estava me afastando do que queria fugir e pra mim era o suficiente mesmo que eu não chegue em casa. Pensei que viria sucumbir de tanto correr, achei que não iria aguentar, já havia ultrapassado os limites do meu corpo, tudo que eu via desaparecia em seguida feito fumaça, estava quase me entregando a desistência cambaleando nos meus próprios pés e me deixar cair de joelhos no chão me apoiando com as mãos, mesmo que minha vontade seja cair no chão em posição fetal e chorar que nem um bebê. — acho que quase fui devorada lentamente por uma fera demoníaca e que adora dor, ah eu sou tão sortuda ao mesmo tempo que lamentável. Eu ainda tinha que correr mais um pouco… só um pouco mais, estou vendo meu quintal finalmente, está tão perto, pensei enquanto dava cambaleadas, conseguir chegar na última árvore, me abracei a ela sem forças nenhuma, minha cabeça estava girando como se estivesse dopada, de medo talvez, eu não conseguir ver nem um palmo à minha frente o suor misturado com o medo pingava no chão, o extremo cansaço não me permitiu largar a árvore. — estava tudo bem! Eu já tinha conseguido chegar em casa. — Sam... — chamou uma voz familiar, eu já estava me sentindo aliviada por ter chegado em casa, mas logo me arrependi. — Você está bem? — perguntou, se aproximando cautelosamente olhando entre as árvores pensando que alguém me seguia. — aham — fiz confirmando com a cabeça, ainda abraçada com a árvore indisposta a soltar. — O que? — perguntou sem entender. — Nada. — Respondi sem fôlego. — onde você estava? — insistiu se aproximando. — lugar nenhum — falei disfarçando está lúcida, então larguei a árvore e andei cambaleando discretamente pra ela não perceber, e parei na sua frente tentando ser graciosa. — Então porque não estava em casa? — perguntou contorcendo a cara numa carranca. — Ah... É verdade, eu fui dar uma caminhada. — Tentei explicar. — Caminhada? Já são quase onze da manhã, sabia? — Disse colocando a mão sobre o nariz tentando não sentir o cheiro.. — Ah é verdade eu nem percebi, que legal então. — fingi não me importar. — você não estava fazendo caminhada — supôs olhando pra minha blusa ainda fazendo uma carranca. — E porquê não? — inquirir voltando a minha postura normal tentando parecer mais convincente possível. — você saiu desde cedo, uma caminhada não demora tanto assim, e também você nem faz isso... Nunca fez, ah… por mais que tenhamos visto você vindo como uma louca… parecia mais estar correndo de alguém e não fazendo uma caminhada. — Mas agora eu estou buscando novos métodos para manter a saúde... Eu descobri que eu sou uma sedentária e fiz a caminhada dos aflitos. — eu sei que não tinha nada haver o que eu estava falando, mas estou desesperada. — você nem é gorda para ser sedentária. O quê? caminhada dos... — Se você não sabe, sedentarismo não é exclusividade dos gordos, eu também posso ter tudo que eles têm, principalmente a comida. — Ah Sam, fala a verdade! Esse papo não está colando, e deixa os gordos pra lá — disse reclamando. — Ta! Eu não te devo explicação! Mas eu vou explicar, eu fui pintar a garagem e fui buscar umas tintas para… — na reserva? — Contestou perplexa. — Não! Na garagem mesmo! — Disse irônica. — Então...? — Se você me deixar explicar eu te digo— então ela fez silêncio impaciente. — Eu achei as tintas, mas não...— parei de falar olhando para uma outra pessoa que estava de costas perto de Mary. — Oi Maison! — Cumprimentei desconfiada e como eu não o havia percebido? — Bom... Dia Sam — disse me examinando da cabeça aos pés , demonstrando normalidade, parecia não se importar com o fedor. — Me explica você agora! — Exigir dela. — Não é o que você pensa... Mas... Bom como você já sabe ele é meu namorado e eu precisei dele! — Exclamou receoso, já que eu já era seu álibi. Nem pensa que também iria permitir de ela ficar com seu namorado no meu quintal... meu sagrado quintal? Não! — pra cabular aula com você? — perguntei demonstrando irritação, aí como eu queria coloca-lá pra fora pelo seu cabelos lisos m*l amarrado deixado fios pelo rosto arrumaria todos na minha mão só pra a lançar para fora do meu quintal. — Não! É que eu vim te chamar, mas você não respondia eu pensei em chamar ajuda. e ele era a única pessoa que estava disponível no momento. — Disse explicando. — Ah só ele? — Questionei — deixe-me ver— Disse fazendo um gesto de quem está pensando. — então só tinha ele? Então a cidade deve ta um caos , Não e? Já que os bombeiros, os policiais, emergência, tudo estava ocupado! — Disse questionando, alterando um pouco o tom e fazendo pouco caso de sua explicação. — Eu não achei que o caso fosse digno da segurança pública. — Disse ironizando, era típico de nós duas, uma tratar a outra com ironia. — Não, Não era! Mas adivinha? — Indaguei sem esperar resposta — Também não era digno de uma visita romântica — Falei irritada enquanto Maison engolia a seco e revirava o olhar para outra direção. — Não foi uma visita romântica, — disse se defendendo. — e sim Para uma ajuda porque ele é o melhor namorado do mundo — Disse o abraçando, se ela conhecesse a peça, E não dá pra acreditar que ela acha que eu na minha inteligência desumana vou acreditar em palavras tão esfarrapadas, pra defender um namorado sem valor. — Tá bom! — Concordei olhando para cara de Maison enquanto ele disfarçava, não conseguia me olhar diretamente, quem quiser que pense que é por causa da situação comprometedora, mas é porque eu conhecia muito bem ele a muito tempo atrás e não seria bom Mary está namorando alguém de tão má índole. Ele é um playboy motoqueiro e por isso que eu tenho uma leve impressão de que é por isso que ele chama a atenção de Mary. e só ver um cara com uma jaqueta de couro calça colada e moto que ela corria atrás feito louca, era de se admirar que só tivesse uns míseros quinze anos se era tão agitada e cheia de flertes armados para agarrar os garotos e suas motos potentes. Maison é bem mais velho e tinha a mesma idade que eu. Então juntando sua idade extremamente elevada pra pirranha da Mary que também não parecia ser tão nova assim, mas era nova, ele tem vários motivos pra se preocupar agora! Ela que escondia sua infância numa pesada maquiagem adulta no seu vermelho batom que não te deixa com uma boa imagem. Tirando isso ele ainda teria muito receio de esta perto de mim, afinal como os poucos flagras em seu cotidiano normal que era em esquinas, bares e jogando sua moto em cima de outras motos participando de rachas em ruas pavimentadas além de ter presenciado várias vezes arrumando briga em frente de bares, ainda também atos de vandalismo contra patrimônio público, e fazendo comércio de drogas, sua aparência não escondia o quê ele era, — uma maçã podre! Mary é uma cega, pra não ver que a fisionomia desse rapaz pesava. Seus olhos cheio com olheiras enormes trazendo um pretume sem tamanho além de um sorriso descaradamente cínico, ele estava disfarçando o medo que eu abrisse a boca e contasse pra Mary, no entanto acho que ele não a conhece muito bem porque na verdade Mary nem acreditaria em mim. Ainda sim me dá prazer em ver que ele se intimida comigo. Saber que ele tem medo de algo que eu possa fazer. Ele é bonito, mas não se iguala ao peso da sua reputação r**m de aparência surrada e um tanto marrento, cabelo bagunçado, seus olhos tinham algo diferente das pessoas comuns, ele estava tão sem vida, está diferente da outra vez que o vi, ele era um rapaz tão comum e comportado, soube que havia se metido com pessoas erradas, que parou no hospital a beira da morte, soube também que inesperadamente se recuperou. — Sam! O que aconteceu? — Disse Mary se aproximando presa ao braço de Maison o puxando para perto de mim ainda tapando o nariz, eu não havia percebido ainda mais havia um forte cheiro impregnado em mim. — O quê...? — Perguntei fungando o cheiro r**m. — você está com os pés coberto de... — Maison falou mais não completou parece que fez isso por precaução olhando pra Mary que nem percebeu, mas eu vi com meus próprios olhos e me apavorei, no entanto mantive a postura como se não fosse nada, Maison disfarçou ele parecia também querer esconder isso de Mary.. — Que nojo! — disse Mary se afastando. — Quem você matou, ou quem te matou...? Sei lá. — Disse enojada dando um passo pra trás. — Ninguém! — Disse enquanto tentava achar uma desculpa. — Era... isso que eu estava tentando te contar foi à tinta que eu achei! — Na reserva? — perguntou com uma voz histérica que me fez desejar ter um tampão de ouvido. — Não, mas eu as levei para lá, pra jogar fora, as tintas vermelhas que eu achei na garagem estavam vencidas há anos. — Mentir descaradamente sem esforço e culpa. — Isso explica a cor vermelha! Mas e o cheiro? — Elas estavam vencidas, nada estragado cheira bem... — disse estalando o dedo pra ver se ela acorda. — E para de me fazer perguntas. — Sam você fede. — bom, neste momento não posso bater nela, afinal… eu realmente estava, meu estômago está vazio o que é uma dádiva porque estou controlando os impulsos do meu estômago querendo fugir de dentro de mim. — Então vai embora. — Disse para ela na esperança que ela obedecesse. — Não, ainda não está na hora, meio-dia talvez. — disse com a perspicaz irritação de sempre. — E quem sabe, você nos convide pra almoçar com você, não é. — Eu encarei e Maison fez sinal negativo para que eu não fizesse. "Não estou pensando em fazer isso, Maison" — Eu não vou te convidar pra entrar — disse em repugnância eu realmente não aturava Mary, ela m*l sabe quantas vezes já a agredir no meu pensamento, uhf… — Sinto muito. — lamentou falsamente me dando uma piscadela, abraçando seu namorado novamente dando-lhe um beijo na bochecha fazendo sinal de que queria ficar com ele aqui no meu quintal. — Meu quintal é um quintal decente, não é praça, espaço aberto para jovens casais, então… pode ir pro mato ou para escola ou qualquer lugar menos aqui. — você é muito indelicada, deveria controlar mais seus pensamentos sujos. — Tem certeza que somente eu que tenho que controlar minhas palavras…? Eu acho que você tem que controlar suas atitudes. — disse irritada. — eu não estou fazendo nada de mais! — você tem 15 anos com… um cara de 18 ou é 19, não sei— Disse acusando, mas estava errado, eu não estava nada de acordo com essa relação eu poderia arruiná-los agora. — olha… — disse tentando respirar fundo contando até dez mentalmente tentando manter a calma. — eu não quero mais conversar… discutir, então vão embora! — Já disse que não. — bradou me dando as costas. — Mas o quintal é meu, a vida é minha e tudo, tudo meu! TUDO MEU, MEU! AHH — gritei possessa, ela me olhou boquiaberta, não era pra menos, eu sempre fui muito tranquila, mas ela estava ultrapassando meu espaço, eu posso ser louca as vezes. — Calma! — Disse tentando se aproximar de mim. — Vamos fazer um trato? — Que trato? — Bom! Eu não engoli a história que você contou, é claro que você não iria querer que alguém soubesse… — O que quer dizer com isso? — Vamos direto ao assunto, você me deixar ficar e eu não conto nada a minha mãe... sua tia! — você acha mesmo que eu me importo? — Perguntei com um sorriso de malícia, e! Isso sim a deixou sem chão e boquiaberta, enquanto eu não deixava meus olhos vacilarem ao olhar fixamente pra ela de forma que ela percebeu que eu já estava no meu limite em relação a ela. — Claro… que sim— disse tentando encontrar palavras enquanto mexia no cabelo pensativa desviando o olhar. — Não — continuei com o mesmo sorriso desafiante— Eu não me importo, Faz o que você quiser não me interessa nada de você nem de ninguém, Nada! Se o mundo fosse só eu, eu estaria muito bem também, não me importo com nada, saia logo! — disse-lhe , aprontando duramente o portão. — Calma Sam! Ela não vai fazer nada, vamos embora. — Disse Maison, tirando-me o olhar maníaco dela. — Eu vou sim, vou contar tudo! — Disse birrenta cruzando os braços virando o olhar para a reserva fazendo bico de indignação. — Faz o que você quiser! — disse sem me importar a ignorando dando as costa finalmente podendo entrar em casa soltando a respiração de toda a raiva que estava sentindo e bati a porta bruscamente a trancando reforçando com meu peso atrás dela, precisava de um apoio, minhas pernas ainda doíam.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD