— você deveria ter tido mais espírito competitivo — reclamou uma voz feminina parecendo estar indignada.
— Mas eu não fiz trapaça, se é isso que você quisera dizer! — Disse uma voz um pouco grossa também como a de Bartolomeu era um voz muito marcante demonstrando ter um sotaque estrangeiro, seria difícil de esquecer ou confundir depois que a ouvisse.
— Fez sim quase todos os jogos, assim parece que você tem um gosto em ficar fazendo trapaça e Auguste acaba sempre ganhando todas, você está sempre do lado dele não é?
— eu discordo! Eu ganho porque eu sou bom! — Disse o outro rapaz mais novo a voz era bem mais suave e agradável.
Fiquei esperando até consegui vê-los se aproximar do canto da mansão primeiro a moça pálida pequena magra, mas parecia ser mais velha do que aparentava, um dos rapazes o da voz marcante era bem alto e forte mas não parecia ser daqui tinha um porte de soldado russo seu cabelo era bem cortado deixando bem raso, a mulher era tão pálida que o sol poderia a corar machucando sua pele seus olhos era cinzas, ela também não parecia ser daqui, seu cabelo liso fazia movimentos de ondas no vento.
— Da próxima vez eu não vou jogar estando muito perto de você, E que esteja a uma légua de distância de mim. — continuou indignada.
— Calma tu está muy furiosa por nada. — Disse o mesmo rapaz, ele tem um sotaque tem dificuldades de se comunicar com o português fluente.
— Como assim por nada? você não leva o jogo a sério! — Continuou a mulher a bradar quase pulando em cima dele.
— Claro que levo a sério! Só que é só uno jogo pouco importante.
— Mas é um jogo bom para se ganhar — bradou furiosa.
— não me importa !
— No me importa, no me importa... — Disse irritada.
— Sabes que ni siquiera puedo hablar portugués, pero cuando me pongo nervioso hablo no es un idioma más fácil, así que no me hagas daño imitandome. — disse chateado, ele era um brutamonte gentil, parecía assustador, mas só a aparência, acredito que irritado deve ser como um monstro.
— Chega! — gritou pedindo silêncio. — Eu sei que não fala mais nada, ah… — suspirou. — eu odeio perder… me perdoe seu grande e sensível touro.
— mas cadê guste? — Perguntou de novo o rapaz espanhol, é acho quê isso... talvez, ele era mais parecido com um russo talvez, ele era bem alto com cabelos negros cortado bem ralo um corte militar quê deixava seu rosto com um formato oval um pouco largo, muito masculino seu corpo também e muito musculoso realmente atraente.
— Está se divertindo com a gente, assistindo nossa derrota.
— De acordo que ele está se divertindo só contigo, pois eu estou muy bien!
— você sempre muito tranquilo. — disse a voz do rapaz se aproximando atrás deles os fazendo virar para olhá-lo, mas eu não sei onde ele estava só podia ouvir sua voz, afinal querem será que era esse tão bom jogador. — Cheguei! E trouxe comigo meu prêmio. — disse orgulhoso, mas minha reação foi bem diferente tomada pelo pânico e pavor com a cena um tanto assustadora enquanto abafava o grito de horror.
— você quer ser exibido até o fim não é mesmo? — continuou a moça aborrecida por sua derrota.
— Claro que não! Está na regra do jogo não esqueça, e eu ganhei, sempre sigo as regras, não posso fazer nada se vocês dois são trapaceiros um do outro. — dizia com orgulho enquanto a moça dava um t**a no ombro o outro rapaz irritada.
— Está bem, mas você venceu só porque ele trapaceou.
— Nada disso! você não venceriam de mim nem se competisse com um de cada vez.
— Para de se exibir Auguste. — Disse irritada.
— Auguste… ? — Exclamei baixinho para mim mesmo senti esse nome familiar, mas não tinha a mínima ideia se onde eu havia ouvido.
— Eu consegui ser o melhor porque eu sempre sou o melhor. — Disse cheio de orgulho.
— Estais a se exibir em demasiado, não achas? — Disse o rapaz de sotaque disfarçando a graça lhe alertando sobre a moça que estava emburrada.
— Claro que ele está a se exibir! — Retrucou a moça ainda muito irritada.
— Calma no puede ser tão agressiva por causa de una derrota. — No mesmo instante que ele falou isso ela ficou extremamente irritada lhe dando bofetadas no seu braço, ela era bem mais baixa que ele, então ele só sorriu zombando.
— Calma, nós não jogamos para ganhar e sim para se divertir. — Disse Auguste, tentando acalmá-la mesmo que sua cara e sorriso de canto dissesse ao contrário.
— Então porque você ganhou?
— E que eu sou muito bom. — respondeu enchendo o peito de orgulho, não deixando de demonstrar a felicidade pela vitória.
— Bom em tira minha paciência.
— Nisso também. — afirmou com ironia se divertindo com a situação, apesar de seu sorriso ser um pouco sério não alcançando os olhos, antes de realmente olha sua aparência estou intrigada com o que vejo, era surreal como se estivesse agora… eu estou vendo, algo totalmente sobrenatural ou pelo menos fora do normal, além de que auguste era menor e mais fraco que o outro rapaz aparentemente.
Ele não era baixo, talvez estatura média entre 1,75 ou mais já que o outro parecia ter em média quase 1,90 de altura, diferente do outro rapaz ele tinha um corpo atlético também, porém bem menos musculoso mesmo parecendo ainda bem atraente. Não posso questionar sua força já que sustenta o grande animais a suas costas, eu não sei identificar o que é, e como foi morto já que não tinha nem uma gota de sangue escorrendo, não conseguir desviar os olhos de tal imagem se difícil compreensão o animais com suas duas patas seguras em seu ombro sendo arrastado facilmente até onde os outros dois estavam.
Mal tinha suor em em seu rosto, parecia ser como algo rotineiro e normal, se normal for aguentar um animal que pode chegar até 4 vezes o seu tamanho então… eu não sei mais o que é normal, talvez Bartolomeu tenha disso pra fugir disso. — ahhh…. d***a! Estou realmente encrencada dessa vez, eu nunca pensei que poderia… de tudo que imaginei isso era a última a inimaginável a impossível.
Ainda estou pensando quantas regras eles quebraram na reserva. — mas o que estou pensando? Regras? Eu estou quase a ponto de surtar e estou pensando em leis? Sei que eles caçaram ilegalmente e… óbvio causaram uma bagunça sem tamanho destruindo algumas árvores… são vândalos incomuns. — peguei o telefone estava prestes a ligar para um guarda florestal, mas… como? O que eu vou dizer? Porque eu colocaria a vida de alguém em risco? É óbvio que eles são perigosos, eu não posso me dar um desprazer de deixar eles me verem.
Continuei a olhar discretamente escondida entre os ganhos sem me mexer, queria ver todos os detalhes tudo, desde até o animal que m*l pingava sangue, seu pêlo brilhoso e o cabelo de Auguste desgrenhados pelo vento, estou realmente muito impressionada e apavorada, estou tentando o momento certo pra fugir enquanto busco uma bússola digital, tudo que tenho que fazer é correr em direção reta e chego em casa… é tudo que tenho que fazer
— Vamos Auguste larga isso aí e vamos entrar, acho que você já impressionou sua garota o suficiente — Disse a moça se afastando emburrada seguindo para a grande entrada do casarão enquanto Auguste baixa a cabeça com um leve sorriso no rosto como se quisesse disfarçar algo. "Como assim? Sua garota? Ele tem uma namorada? Onde ela está?" Me veio essas questões na cabeça, então há mais uma delas aqui, tenho que esperar pra conseguir me afastar.
— Eu também! — Disse o outro rapaz enquanto Auguste assustadoramente solta o animal no chão que quase fez o chão tremer, afinal era estranho como alguém sai pra caçar vestido daquela forma? Como ele conseguiu caçar com tênis social, a blusa social manga longa tipo daquelas que ficam por debaixo do terno desabotoada até meio do peito e ainda na cor branca e calça jeans meio colada, não havia uma mancha na blusa, talvez realmente quisesse humilhar seus amigos mostrando o quanto era bom sem nem se manchar de sangue.
— Vamos! — concordou ele, os dois irmãos entraram e Auguste seguiu em passos mais lento, parecia cauteloso ao chegar na porta pronto pra entrar ele parou uns segundos e de repente olhou para trás em minha direção em uma expressão impassível ao mesmo tempo que percebi uma sombra de sorriso em sua expressão, isso me deixou apavorada meu coração já estava escalando a garganta
Nossos olhares se encontram, apesar de muito rápido tive uma sensação familiar naquele olhar como se já o tivesse visto antes, foi tão rápido mas isso não impediu que eu sentisse uma sensação estranha é alarmante, mas como toda a sensação normal também senti medo e esse medo me fez correr o mais rápido que pude floresta adentro, passando pelas árvores pulando raízes deixando ganhos para trás sem olhar a direção que devia ir— o que aquele cara é, um predador? — pensei enquanto corria sem me importar pra onde ia.
Na minha cabeça ainda estava a dúvida, quem eram eles? E o quê faziam aqui? Mas era o que menos importava já que eu precisava encontrar o caminho que me levasse para casa, mas há tanto tempo que eu corro mais não consigo chegar a lugar nenhum passando por árvores e mais árvores, continuavam todas tão parecidas não havia nada que me dissesse que já estou perto.
Mas eu me sinto familiarizada com a situação o que é muito estranho, não consigo ficar desesperada, mesmo que eles estivessem atrás de mim, estou totalmente indiferente talvez por não me importar com minha própria vida, mas agora… estou começando a ficar com medo, há tanta destruição e folhas que eu poderia até mergulhar nisso.
Finalmente encontrei um lugar família a árvore que eu havia sentado outrora na raia, reconheci os ganhos que eu mesma havia juntado, talvez se eu segui linha reta a partir daqui eu posso chegar em casa, eu acho, talvez eu possa está mais perdida se eu fizer isso, a reserva parece ser maior do que eu imaginei.
Segui caminho em linha reta, pelo minha intuição já que meu celular não tem rede, então estou torcendo que esteja indo a algum lugar agora, e estava, talvez fosse um novo lugar, eu acredito que não tinha passado por aqui, há uma enorme pilha de folhas à minha frente agora fechando o caminho, não pode ser que seja o mesmo caminho.
Era uma montanha de grande galhos e folhas então empurrei com força, eu tinha que seguir caminho reto, não estavam firmes então foram ao chão diante dos meus olhos se espalhando todas novamente no chão, foi um alívio que não tive que fazer tanto esforço, já não tenho mais forças pra muita coisa, mas tenho que continuar a correr.
Não vi nada além de muitas folhas havia um imenso tapete delas forrando o chão, eu não me importei com o quê poderia encontrar entre as folhas afinal o que poderia ter, além disso, estava de tênis e calça então comecei a caminhar sobre elas até chegar mais a frente onde havia outro monte de galhos só que agora em menos quantidade e não formavam nada só estavam todos juntos no chão, eu tinha que seguir meu caminho, não importa a barreira.
Fui andando e empurrando as folhas com os pés sentindo o chão instável a partir daqui, mas não consegui ver o que tinha por baixo, eu realmente não estava interessada em saber. Meu tênis agora começou a ficar quente, estava abafado por baixo das folhas ou estava pisando em lama.