Capítulo 4

762 Words
Carlão Já pela manhã a minha irmã Beti liga dizendo que estava chegando em São Paulo, custava avisar que viria? Sei que é minha irmã, caçula e viúva, mas não gostava de visita fora de hora. Logo hoje que será a apresentação da namorada de Ruanzinho, todavia, sua chegada repentina foi para atazanar a minha vida, sei que ela nunca aprovou a minha separação com a Vanessa, mãe de Ruan. Dizia que nunca encontraria esposa igual a ela, tá, mas não tô nem ai pra casamento. Tivemos momentos lindos, mas acabou, gostamos da nossa solterisse, c*****o! Não fiz questão de buscá-la no aeroporto, p***a tive que ajeitar a casa desde de manhã, sem ajuda da Vanessa que precisou ir para o salão de beleza. E antes de uma hora fiz o almoço, vai ser macorronese, salada e um delicioso frango assado da padaria. Espero que o meu filho não traga pra casa uma fresquinha da zona sul. Odeio patricinhas, ou aquelas mulheres frescas que não comem nada ou escolhem a comida. Antes do previsto a chatinha de galocha chega querendo botar ordem na casa de dois homens feitos. Resultado; botei a dondoca de Londres no lugar dela, com a Beti tem que ter pulso firme senão monta em cima, monta bonito, do tipo de te fazer de cavalinho... Comigo não neném. Agora estou no meu quarto me arrumando, decidindo se usaria um traje formal, largadão ou simplesmente jogar uma jaqueta de couro e que se danasse o resto. Devo estar de m*l humor, sempre quando a caçula aparece eu fico desse jeito, embora se parecer comigo em algumas atitudes, sua personalidade forte batia com a minha. Por isso jogo na cama essa p***a de gravata borboleta ridícula que eu nem sabia da existência, até a chata buscar do baú de recordações essa tralha. _ Vejo que alguém está nervoso. Ruan aparece com um sorriso no rosto moreno. _ Sua tia me dá nos nervos, admito. Ela pensa que sou intimidado por aqueles olhos de bruxa dela, vai vendo. _ Pai, a Beti te ama. Não fale essas coisas. Ele se posiciona do meu lado e nos olhamos carinhosamente pelo espelho. _ Filho, você está muito bonito, sua gata vai ficar de pneu arriado. _ Por favor, evite falar asperezas perto dela, sei que o senhor consegue. Nem todo mundo se adapta ao seu jeitão casca grossa. Olhou de viés pra ele. Troco a camisa pondo uma preta com estampa de gravata branca. _ Falando assim parece que tem... sei lá, vergonha do seu paizão. _ Falo fingindo desapontamento. Seu sorriso se abre ao jogar o braço em volta do meu ombro. _ Sabe que te admiro, sou o seu maior fã. Não fique triste, só tente ser mais... _ Gesticulou apertando os lábios. _ Delicado?! _ Digo brusco. _ É. Algum problema nisso? _ Questiona rindo da minha expressão. _ Tá bom... vou tentar. _ Jura? _ Juro, mas não prometo nada. Rimos os dois. Ajeito a blusa dentro da calça. Ouvimos umas conversas na sala. Ruan chegou a ficar eufórico. _ Sua princesa chegou. _ Comento saindo os dois do quarto. Íamos tranquilamente batendo um papo indo na direção da visita, no meio do caminho precisei voltar para pegar o cinto, e mandei ele ir na frente para recebê-la. Depois de me ajeitar e dar uma última conferida na barba e cabelos sai do cômodo. Andei apressadamente ouvindo a chatonilda falando besteira, já cheguei pondo ordem na parada, porém nada nesse mundo podia me previnir do impacto que senti ao vê-la saindo dos braços do meu filho e se colocando de lado, vendo ela totalmente de frente. Inevitavelmente meu peito chegou a se contorcer, foi tão forte que precisei travar a língua para não gemer. Que p***a de mulher era essa? Nem quando conheci Vanessa cheguei a sentir algo parecido. Ao me aproximar e sermos devidamente apresentados soltei logo um Olá, e fui me sentar. Meu humor que não estava sendo dos melhores ficou pior ao conhecê-la... A mulher era um furacão, e tinha carinha de Ninfeta. Eles três interagiam, e minha irmã só me deixava mais enfurecido. Ofereci amendoim da tigela, mas ao notar sua fisionomia de ranço e relatando que tinha alergia, que duvidei, solto outra: _ Fresca... _ Como é? Sua voz de raivinha aqueceu mais o meu rancor por sentir uma atração involuntária. Quando Ruan fez questão de colocar sua flor quase no meu colo, agi, indo pro lado. Despejei o óbvio diante da sua beleza, e ela inconformada me desafiou cruzando as pernas torneadas... É f**a.
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