Capítulo 3

1432 Words
Kátia Pietra Nossa, essa semana foi tão agitada. Fui forçada pelos meus agentes a fazer um desfile, entrevista pra duas resvistas pop, e um Top show de culinária, vale me Deus! Logo eu que detesto cozinhar e dos seus derivados, do tipo lavar e secar a louça. Teve até uma cena em que os participantes tacavam farinha uns nos outros, que vexame. Agora estou terminando de me arrumar para o meu gato, hoje é um grande dia pra ele, não quero decepcionar. Optei por um vestido vermelho com decote canoa, o tecido de linho se grudava ao corpo naturalmente, sem a necessidade de ser apertada para tal efeito, até porque o meu biotipo era encorpado, sem muitos exageros, quer dizer... Meu namorado Ruan Carlos achava os meus s***s volumosos, mas na minha opinião eles eram pequenos. Quem sabe um dia, quando colocar silicone, vou por um tamanho considerável ao meu gosto. Pisco para a minha imagem no espelho, admirando os meus olhos, ainda mais com esse super delineador que ganhei, uma marca estrangeira. Passo o batom em gloss rosa purpurina. Esfregando os lábios para uma melhor fixação da cor, ao ajeitar o cabelo, dando um último retoque, jogo beijo pegando a bolsa a tira colo. Confiro se os sapatos estão combinando com o look indo atender a porta, já esperando ser o meu moreninho, quando abro dou de cara com um entregador que não perdeu tempo em me dar uma conferida. _ Bateu na porta errada ou acha que sou novela pra ficar assistindo? _ Hã! Ahhh... _ Coçou o pescoço evergonhado. _ Isto é para a senhorita. Me entrega uma cesta de flores, eram simples margaridas... No meu íntimo detestava elas e tinha uma razão bastante hilária pra isso. Ao pegar ele ainda ficou lá parado. _ Precisa de mais alguma coisa? Há, só um instante. _ Corri para buscar a gorjeta. _ Tome, isso é pelo seu serviço. _ Obrigado. _ Diz ao colocar a grana no bolso meio sem jeito. _ Mas... _ O quê você quer? Cheiro as flores e rapidamente afasto do meu nariz e começo a espirrar, todavia controlo a alergia coçando a pele recém irritada. _ Gostaria de um autógrafo. Minha noiva é apaixonada na marca do seu biquíni, além de lhe admirar tanto ao ponto de não acreditar que não aceitou o papel daquele seriado, a do suspense policial. O olhei intrigada. _ Está por dentro dos meus passos, garoto. Ele riu. _ Sabia que no fundo me arrependi de não ter aceitando? _ Deveria ter interpretado a Manuela, esse papel era perfeito para a senhorita, tanto que não haverá próxima temporada. _ Comentou ele desapontado. _ Sério? Não sabia disso, os meus dois agentes não me informaram e são pagos pra isso. _ Pois é... _ Ele se aproximou, estranhando dei dois passos para trás. _ ... Calma, só queria lhe informar... Sei que pode soar presunção minha, mas devo dizer assim mesmo, permita-me? _ Fiquei curiosa, prossiga. _ Incentivo. _ Eu e a Carlinha somos estudantes de publicidade, estamos nos especializando em cuidar de artistas em geral e temos até uns contatos no... _ Sorriu ele. _ ... estúdio, onde será exibida a última gravação da série. Abriu um largo sorriso. _ Estou impressionada, como dois ninfetos no mundo artístico poderia alavancar a minha carreira? A alegria dele se dissipou. _ Perdão, só quis ajudar. Não está mais aqui quem falou. Quando decidiu dar meia volta, senti o peso das minhas palavras sobre aquele rapaz ingênuo. _ Ei! _ Ele se virou. _ Volte aqui, deixe o seu cartão. Retornou alegremente me entregando em mãos, ao ler "Agentes Brum" dei um sorriso. _ Esse é um sobrenome inventado? _ Não, é o meu. Por que? Achou r**m? Pega ruizão para os negócios? _ Acalme-se... Achei interessante. _ Mirei o cartão e depois nele. _ Promissor. _ Afirmo fazendo-o ficar nitidamente aliviado. _ Que bom. Caso seus agentes não fizerem o trabalho deles, garantimos um ótimo futuro, e nem precisa nos pagar, vamos considerar um estágio, um aprendizado. Pensei na fortuna que sou forçadamente a pagar pra àqueles dois debi loides, pensando que se conseguisse economizar daria até para comprar o meu preciosíssimo jatinho particular. Poderia me ver viajando tranquilamente, sem precisar encostar nas pessoas... Que maravilha. _ Obrigada, caro senhor agente B. Entrarei em contato. Nos despedimos formalmente. Cada um tendo o seu sonho realizado. Ele exercendo uma função de qualidade para uma top model de linha enquanto eu ficaria mais e mais rica. E quem sabe chegar às passarelas de Ibiza. Top, super top. Entro para o apartamento pegando o bilhete da cesta. " Minha Kátita, precisei me ausentar o dia inteiro. Por favor, não fique chateada com o seu moreno. Enviei um táxi, sabendo das condições do seu carro, ele está te aguardando, farei de tudo para chegar em casa antes de você. Assinado o amor da sua vida, Ruan Carlos. Rapidamente larguei a cesta e os cartões num canto e corri para sair do apartamento. Uma namorada qualquer ficaria braba com esse contratempo, menos eu. Sou bastante resolvida para me deixar ser levada por meros lances da vida. Lá fora o táxicista perguntou o meu nome, ao confirmar, entrei no seu veículo. Depois de uma hora cheguei num bairro tranquilo, harmonioso. O táxi parou de frente para uma casa típica de subúrbio, sem cercas ao redor. Com tudo acertado, saio do veículo agradecendo ao gentil senhor. Ando no chão de ladrilhos ajeitando o vestido. Ameaço bater na porta até que encontro a campanhia. No primeiro toque uma mulher de incríveis cabelos negros, olhos acinzentados e um sorriso sensual, abriu a porta. _ Olá, sou a Beti madrinha e tia do Ruan. Entre, os homens da casa estão se periquitando, parecem noivos... _ Gesticulou ela. Como fiquei um tanto sem ação, pela primeira vez em tempos, a mulher me puxou com cuidado até estarmos as duas na sala. _ Se sinta a vontade. _ Fecha a porta. Reparo na modesta casa, embora simples tinha um cheiro de...lar. _ Nossa, você é modelo? É uma mulher muito alta, além de linda, diga-se de passagem. _ Tiaaa... Deixa a minha namorada. Surge o meu gostoso e corro para abraça-lo, beija-lo, senti-lo. _ Oi amor... _ Seu abraço me enlaça. _ Vejo que não está zangada. _ Diz roçando na minha boca. _ Sou o motivo, ele foi me buscar no aeroporto. O chatonildo do meu irmão mais velho, não quis ir, então o sobrinho lindo da titia se prontificou. _ Quem é chato?! Uma voz grossa e arrepiante adentrou no recinto, quando Ruan me virou ainda me abraçando, agora de lado, dei de cara com um homem bruto, de aparência áspera e que me olhava... como se fosse pego de surpresa. _ Kátia Pietra esse é o meu paizão. Ao nos apresentar, o homem casca grossa se aproximou me dando um simples "Olá" e passando direto por nós, deixando seu perfume forte no ar. _ Desculpe os modos do Carlão... _ As vezes ele é um ogro, mas é boa gente, pelo menos nós que somos da família achamos isso. _ Completa sua tia de forma sarcástica. _ Parem de falar como se eu não estivesse presente. Filho cadê sua mãe? Pergunta de costas indo se sentar no sofá. _ Disse que está chegando, se tivesse ido buscá-la de moto já estaria entre nós. Carlão olhou com desdenho. _ O namoradinho dela vai trazê-la. O cara robusto pega uns amendoins sobre a mesa, ao nos ver ali, oferece... olhando diretamente pra mim. _ Não, obrigada, sou alérgica. Vira a cara amarrada pro lado como se houvesse alguém com ele. _ Fresca... _ Como é?! _ Resalto. _ E lá vamos nós... _ Fala a Beti. _ Pai! _ Tá bom... desculpa, sente-se. _ Seu olhar duro buscou pelo meu. _ Vamos dialogar como uma família. Engoli em seco pela força da sua expressão. _ Assim que se fala mano. Vou arrumar a mesa, minha ex cunhada deve estar chegando, eu sinto. A mulher de cabeleira n***a se afasta, enquanto meu moreno me põe para sentar quase colada ao seu pai, sorte que ele educadamente se distanciou. Ruan sentou na outra ponta, nos observando. _ E então... O que faz da vida? Kátia Pietra. _ Despeja um sorriso irônico. _ Deixa eu ver.... Modelo? Eu presumo. Ergo uma sobrancelha, desafiando sua postura contrária. _ Sou bem mais do que aparento ser... Carlão. Ainda sustentando o risinho irritante prosseguiu. _ Nota-se. Cruzo as pernas e seus olhos acompanham o movimento. Isso será interessante. Pensei.
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