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- Escute bem o que lhe direi Leôncio, temos um acordo e o seu neto disse para minha Catrina que nunca irá se casar com ela.
- A minha filha tem sido preparada desde o dia em que nasceu, não vou admitir que o miserável do seu neto a machuque. Ele magoou a minha doce Catrina.
Do meu quarto ouço o pai e o avô da insuportável da Catrina esbravejar, fazendo queixas sobre mim ao meu avô.
Esse final de semana foi entediante para mim, tive que suportar aquela garota nojenta e mimada. Além de ter que suporta-la, não iria ficar aguentando ela me dizer o tempo todo que eu era dela e que em breve iríamos nos casar. Nunca!
- Alisson, venha até aqui. Desça!
Desci às escadas em passos lentos indo até a sala. Assim que cheguei a sala ele me perguntou...-Porque disse para Catrina que não vai se casar com ela?
Levantei a cabeça e encara aquele nojento a minha frente e disse:
- Eu não vou me casar com ela.
O avô da Catrina me deu um tapa no rosto.
- Acho bom você não magoar a minha neta dessa forma, seu moleque insolente. E seu avô já me contou sobre a garota que estuda na escola ao lado. Não ouse humilhar minha neta por causa de uma simples ralé. Leôncio me contou que agora é até deliciosa, qualquer dia vou prova-la para saber se é de fato.
Olhei pra ele e encarei com o ódio consumindo todo o meu corpo. Dei um soco no rosto do maldito, que resultou em um nariz quebrado.
- Seu velho porco imundo, tente toca-la. Meu corpo tremia de ódio e na minha boca tinha gosto de sangue. Eu queria mata-lo.
Ele me olhou com os olhos arregalados e disse para o meu avô:
- Dê um jeito nesse moleque insolente, Leôncio e o afaste dessa garota. Ou teremos problemas.
Ele me encarava com raiva e eu com ódio!
- Ele nunca teve contato com ela, apenas a observa da janela. Isso é paixãozinha de criança, a menina é mais nova que ele, m*l saiu das fraldas.
- Isso não é paixãozinha de criança, Leôncio. Olha como ele a defendeu. Vociferou o pai da Catrina...- Você não fará a minha filha sofrer por causa de uma garota qualquer, garoto.
Dê um jeito nessa situação antes que se torne um problema maior, Leôncio.
Eles vão embora enquanto meu avô me encara com ódio. Mas estamos quites, porque também estou com ódio e esse sentimento só aumenta a cada dia mais.
- Comece a arrumar às suas malas, Alisson. Porque você terminará sua faculdade na Rússia. Me acha imundo, mas deseja aquela garota desde que ela era uma criança.
Nunca a desejei, sempre sentir a necessidade de protegê-la, o sorrido dela me transmitia paz assim como o seu cheiro de lavanda. Mas nunca desejei toca-la como uma mulher...- Você não me engana, Alisson, sei que a ama. Vai para Rússia e não me causara mas dores de cabeças por causa daquela menina.
- Eu não vou para lugar nenhum!
Disse entre dentes enquanto ele ria, não posso deixá-la. Ela é luz que não me deixa cair nas profundezas da escuridão, das trevas.
- Sim, você vai. Não tente medir forças comigo, Alisson. Vai por bem ou mau.
- Eu não vou alugar alguma, seu maldito infeliz.
Ele deu um sorriso, me encarou com os olhos sombrios e disse:
- Sim, você vai, irei te mostrar que não estou brincando.
Saí da sala deixando ele falando sozinho, eu não vou alugar nenhum, ele não vai me afastar dela, não vai. A minha doce menina é a única coisa boa que tenho nessa droga de vida. E isso ele não vai me tirar, esse desgraçado.
- Filho, não meça forças com seu avô, ele não vai hesitar em machuca-la só para te ferir.
- Eu não sou seu filho, Amanda. Às mães protegem seus filhos ainda que tenham que da suas vidas. Até um animal é melhor como mãe que você.
- Joseph, por favor! Parei no meio do caminho ao ouvir esse nome, somente meu pai me chamava assim
- Não tem o direito de me chamar de Joseph, Amanda. Você deixou o monstro que se diz meu avô matar aquele menino em mim.
Entrei para o meu quarto e bati a porta deixando ela para trás em prantos.
Os dias foram se passando e meu avô estava muito calado, ele não insistiu mas na viagem, entretanto, sabia que Leôncio Nogueira não desistiria tão facilmente de nada. Com certeza ele planejava algo só não sabia o que.
- Alisson, venha assistir o noticiário, que tragédia. Venha garoto!
Entrei em pânico, meu corpo gelou com medo de que ele tenha machucado minha menina. Me aproximei da sala de tv e olhei para televisão, era uma verdadeira tragédia.
Um ônibus capotou matando todos os passageiros.
Olhei para meu avô sem entender nada, ele me encarou e deu uma risada diabólica e disse: - Eu te disse que não me desafiasse, garoto.
Franzi a testa sem entender nada, olhei novamente para televisão e vi a pequena silhueta de uma jovem que estava sendo segurada por um bombeiro.
Paralisei no lugar, meu sangue gelou, sentia meu coração bombear rapidamente quase me causando um ataque cardíaco. Era a Thaís, ela gritava pelos pais enquanto a repórter filmava todo seu desespero.
Tudo aquilo foi planejado nos mínimos detalhes por esse monstro, a repórter somente filmava a Thaís.
A minha menina estava com o vestido que iria para o baile da escola, pretendia tentar escapar só para ter uma dança com ela.
Se um dia ela descobrir, vai me odiar, não queria isso. Não queria que ela sofresse assim, me perdoa.
Saí do meu transe com a risada do meu avô, quando ia avançar para matá-lo. Um dos seus capangas me seguraram, queria matar esse velho maldito. Odeio esse homem, odeio com todas às minhas forças.
- Deixe de querer bancar o justiceiro, amanhã você irá embarcar para Rússia, ou agora mandarei matar o irmão dela, depois a amiga e a deixarei por último. Primeiro provarei aquela b****a que deve ser virgem, depois deixarei que os meus homens façam o que eles quiserem com ela. E por fim, mandarei que a matem. Agora pare de me desafiar seu moleque e trate de arrumar suas coisas, amanhã cedo irá partir para Rússia.
- EU TE ODEIO, EU TE ODEIO. Um dia irei retornar Leôncio e, quando esse dia chegar, vai me pagar por tudo e principalmente por cada lágrima que ela derramou.
Acordei assustado com barulhos de trovões e de mais um pesadelo causado pelo infeliz do meu avô.
Olhei para o lado, peguei meu celular e vejo que tem uma mensagem.
Mensagem :
Pessoa - Tem homens de Leôncio vigiando a casa da menina, senhor.
- Matem todos e procure mais alguns seguranças pra ela, o irmão e a amiga. Peça que hajam discretamente.
Coloquei o celular encima do criado mudo e me levantei para tomar um ducha fria. Ele não vai toca-la, chegou a hora deu mostrar para o meu vovozinho o monstro que ele criou.
*********
Na manhã seguinte
Bem, aqui estou eu em frente ao espelho terminando de me arrumar para ir até a casa da minha amiga.
Não estou com muito ânimo, mas preciso fazer alguma coisa da minha vida. Ficar nessa cama jogada dia e noite não vai trazer meus pais de volta, mas fará com que eu encontre com eles mais cedo. E meu irmão sofreria em dobro, não quero isso.
Iago - Humm, cheirosa. Esta linda, meu amor. Não gostei muito dessa sua roupa, tá mostrando muito.
- Ciúmes a essa altura do campeonato, irmãozinho? Por favor Iago. Estou gorda, quem iria olhar pra mim. Porque esta em casa cedo?
Iago - Não estou com ciúmes, só tentando proteger a minha irmãzinha dos tarados. E não, você não está gorda Thaís, só um pouco acima do peso. Meu plantão era até às quatro horas da tarde. Também não poderia perder esse momento, minha irmã hoje depois de muitos anos vai sair da caverna do dragão.
- Iago! Ele rir... - Naiara esta me obrigando, e ainda com a sua ajuda.
Iago - Pois então acho melhor você ir logo, porque esta quase passando da hora. Estou feliz por estar saindo desse quarto e dessa casa Thaí. Agora vá, Naiara esta esperando, farei um jantar delicioso para nós dois.
Fiz uma careta temendo o desastre que ele fará na cozinha.
Iago - O que? Espere só você chegar sua pirralha. Vai ver como eu sou bom na cozinha.
Peguei minha garrafa de água e sair rindo meu irmão, ele nunca foi bom em cozinhar. Só espero chegar e encontrar pelo menos a casa no lugar.
Quando saí na porta, fechei os olhos sentido o vento bater em meu rosto.
Quanto tempo não sentia essa sensação maravilhosa.
Abrir meus olhos e seguir o meu caminho!