Por trás do não

Prosseguir

Nos pedem para fazermos planos,nos pedem para sermos sonhadores e pessoas que realmente possam idealizar um futuro próximo e melhor para nós mesmos e para aqueles que nos rodeiam. No pedem e cobram tantas coisas que chega a ser exaustivo todo esse projeto que possivelmente jamais serão levados a diante. Então, nos fechamos quando percebemos ser incrivelmente difícil prosseguir, partimos para o plano B,depois o C. E, não para somente nas primeiras letras.

Os seres humanos não entendem; realmente se torna necessário que as coisas sejam programadas e projetadas, é preciso que sejamos bons o bastante para não nos limitar nos planos e em nosso potencial. O que não entendem e não estão dispostos a enxergar, é que quando mais se cobra,maior será a pressão sentida e maior será a nossa lista de fracassos.

Talvez as devidas situações que nos afligem sejam uma forma de nos treinar para o que possa estar por vir. Talvez,aquelas lágrimas que sempre deslizam por nossa face durante as noites e madrugadas, sejam as consequências de escolhas m*l feitas. É sempre um mistério pensar em coisas assim,uma questão em vago que jamais se pode ser respondida sem que haja uma compreensão de suas emoções. É,talvez as respostas estejam abaixo de nossos olhos e estejamos apenas a ignorando.

Ágatha havia feito escolhas importantes agora sua vida, decidira escrever uma história digna de sua personalidade e potencial. Então,quando deixou Nova York para trás,arremessou aquele livro velho pela janela do avião e se pôs a digitalizar seus planos,seus sonhos e desejos: assim como um museu carregava suas melhores marcas de um passado,a garota criaria seu marco presente e liberaria seu futuro.

Os primeiros meses foram um tanto complicado; teve se fazer sua inscrição na universidade,passou por uma reunião com o conselho universitário, suportou algumas dificuldades quando se tratara de encontrar um apartamento para morar. Mas em momento algum, pensou na possibilidade de desistir e pedir pela bandeira branca,era apenas o começo,o início de uma batalha,para logo em breve, enfrentar a guerra e sair vencedora.

E Noah Agreste surgiu a sua frente novamente. Quando estava saindo do hotel para ir a procura de uma agência de imóveis, trombou com o rapaz guardando alguns pertences em seu carro. Ágatha havia descoberto o que o rapaz fazia em Londres: havia passado em uma profa que fez em Toronto, então não perdeu tempo em aceitar a proposta de estudar em uma das melhores universidades britânicas ,como seus próprios méritos e sem interferência de seus pais.

Assim como Agatha,o rapaz era filho de uma família rica,donos de empresas com filiais em alguns países,eram destaques no meio dos negócios. Então,como um bom orgulhoso, Noah quisera se aventurar em um lugar onde sua família não poderia manipular com sua imagem,uma cidade onde poderia construir uma vida menos sufocante por causa do sobrenome. No entanto,ambos não deixava de fornecer alguns luxos para o único filho.

Naquela manhã,ambos conversaram e o rapaz lhe ajudou com uma indicação; um apartamento a venda ao lado do seu. E mesmo que não estivesse em seus planos adquirir um imóvel, Agatha realizou a compra com o dono do imóvel. E três dias depois,estava mudando a decoração e se mudando com a ajuda do mais novo amigo e vizinho.

A medida que o tempo se passava e ambos se adaptavam com tudo o que estavam experimentando,uma amizade forte crescia e se alimentava. Faziam alguns programas juntos; visitavam alguns pontos turísticos,faziam piqueniques em dias menos frios,assistiam filmes nos cinemas,era algo que os aproximava cada vez mais.

Mas foi em primeiro de setembro,após um ano que haviam se conhecia, que aquela amizade mudou; Noah estava apaixonado por ela, nutrindo tantos sentimentos bons e calorosos, então,nessa data e aproveitando que Agatha havia pego um horário diferente da aulas da universidade,o rapaz organizou em seu apartamento um belo pedido de namoro.

E após longos quarto anos, faltando um mês apenas para concluírem a faculdade; Noah em empreendedorismo e finanças,e Agatha Relações públicas. O rapaz surpreendeu a namorada com um pedido de casamento em um dos melhores se mais caros restaurantes de Londres. E por mais traumático que possa ter sido sua experiência,a garota tinha certeza de que não se repetiria,pois ambos se amavam de forma tão intensa e sincera,que seria loucura pensar em uma barbaridade dessas.

[…]

— Amor,porque seus pais não podem estar presentes? Sabe que não queria esse momento sem a presença deles! — se aconchegando no peitoral do noivo, enquanto se mantinham deitados na cama de casal no apartamento do mais velho, Agatha não deixou de mostrar sua insatisfação.

Estavam a uma semana de se formarem,tudo estava organizado e já haviam decidido onde passariam as férias de fim de ano. No entanto,a notícia de que seus sogros não estariam presentes foi algo que lhe contrariou,lhe deixou frustrada e chateada. Ágatha os tinha como pais,amava a forma como haviam lhe incluído na família e como comemoraram sem namoro e noivado com Noah. Eles eram sua família.

Agatha sentia falta de seus pais,queria ter contato com ambos e poder dizer tudo o que havia conquistado e estava vivendo, contudo,a primeira e última vez que havia entrado em contato com ambos,eles a maltrataram e lhe acusaram por ter "fugido" sem ao menos dizer para onde iria. Então, após suportar toda a grosseiro e insultos em silêncio, ela apenas encerrou a chamada e prometeu que não os procuraria.

Ela sabia,tinha consciência de que ambos acompanhavam cada notícia e entrevistas que aparecia ao lado de seu noivo e sogros. Assim como imaginava os possíveis pensamentos que se formavam em suas mentes,após ter recebido de presente, cinquenta porcento de uma das filiais da família Agreste,em Nova York.

— Se minha mãe ouvir essas palavras de você,tenho certeza de que deixar Berlim sem pensar duas vezes. Sabe que ela te ama — deixando um selar nos fios ruivos de Agatha, Noah sorriu por saber o quão sua família amava sua noiva.

— Então,por que você não liga para ela? Eu quero a sua mãe com a gente,amor! — era um contraste de Agatha,uma marco em sua personalidade capaz de deixar Noah completamente devoto a si: a manha em si era natural e incrivelmente adorável.

Rindo da feição inocente da noiva, Noah os girou naquela cama e se deitou entre as pernas de Agatha,essa que o abraçou pela cintura, o acomodando. Então, contornando os detalhes do rosto bonito e jovial,o mais velho selou ambos os lábios em um beijos carinhoso e romântico,queira apenas demonstrar o quanto a amava.

Sorrindo apaixonada enquanto seu coração batia acelerado, Agatha acariciou com delicadeza os fios dourados do parceiro, demonstrou seu carinho através de pequenos gestos. Eram assim,desde o início do namoro,eram cuidadosos um com o outro prezavam pela segurança um do outro.

— Juro que no momento em que chegamos em Toronto,eles iram estar nos esperando no aeroporto,minha bebê ruiva — Noah sussurrou deixando um beijo na pele exposta do pescoço alheio — você ficou linda com essa cor de cabelo!

Tocando em um mecha do cabelo de Ágatha, Noah murmurou marcando a pele pálida e hidratada da companheira,a fazendo arfar em desejo. Ambos eram um casal romântico e adorável ,no entanto, quando estavam em um quarto, sozinhos e com uma cama a suas disposição,o erotismo prevalecia e dominava tudo.

E quando fez menção de abrir a camisola de ceda que Agatha estava usando,a campainha foi tocada e Noah suspirou frustrado sabendo quem estava a sua porta e plena sete da manhã. Então, vestindo apenas uma camisa juntamente a calça moletom cinza,o rapaz deixou um beijo na noiva e seguiu até o hall de entrada.

Enquanto ouvia as vozes preencherem a sala de estar,a ruiva se levantou e despiu-se enquanto caminhava para o banheiro daquele quarto. E com a água quente do chuveiro molhando sua pele e abafando todos aos espelhos daquele cômodo, Ágatha gemeu em satisfaça.

Ambos estavam cansados. Haviam terminado o TCC a menos de três dias, precisavam de um momento de distração e,até mesmo, repor as noites que passaram em claro. Apesar dos pesares, Agatha se encontrava agradecida por ter feitos grandes escolhas e conquistas naquele curto período,se via realizada ao chegar em seus vinte e quatro anos,e ser já mulher independente. Era uma conquista enorme.

— Amor,Layla está nos convidando para tomarmos um café da manhã,ela quer que seja na cafeteria do shopping. Tudo bem? — da porta do banheiro, mantendo seu corpo do lado de fora, Noah questionou admirando todas as curvas dela por detrás do box.

— Pode sim. Apenas peça para que não leve o Renan,sabe que não gosto da forma como ele me olha — enxaguando os cabelos ruivos, Ágatha concordou e fez seu pedido.

Noah concordou, afinal,odiava a forma na qual o primo de seu melhor amigo encarava sua namorada. Era algo bastante evasivo, afinal,o cara mirava Ágatha até mesmo quando estava no colo do noivo, não respeitava nada e tão pouco,o relacionamento deles. Não eram possessivos um com o outro,mas tinham ciúmes.

Quarenta minutos depois, Ágatha surgiu na sala de estar, cumprimentou o casal de amigos e sentou-se no colo do noivo,esse que cheiro o pescoço pálido que exalava a fragrância adocicada que mais amava. Noah Agreste era completamente apaixonada pela parceira, a amava de formas inusitadas e intensas.

Passaram um certo tempo conversando, então,quando o relógio marcou outro e quarenta da manhã,seguiram para o café,esse que ficava a três quadras do aparentemente de Noah e Agatha. Era um ritual que tinham em todos os fins de semanas ; Layla e o namorado,Richard,apareciam para convidar os amigos para um dia junto, tomando um deliciosos espresso e conversando sobre os planos semanais.

Eram amigos desde que entram na universidade,se tornaram inseparáveis: curtiam festas juntos,faziam sociais entre si e se divertiam como podiam,era uma forma de se distraírem de todos os desgastes e árduas horas que a semana traziam para ambos.

Ágatha considerava aquela, a melhor época de sua vida:estava feliz com seu noivado,com seus amigos, formatura, conquistas. Apesar de ter perdido muitas coisas,de ter sido obrigadas a abandonar aqueles que pareciam se importar com seu bem estar. Mas não se arrependia,faria tudo novamente.

Fora uma boa filha,se importava com seus pais e faria de tudo para lhes ver bem,mas não conseguia pensar em uma aproximação, não conseguia se imaginar batendo na porta de ambos e pedindo por um abraço. Apesar de ser uma afirmação dolorosa e realista, Ágatha Still havia ganhado outra família, conseguido pessoas que lhe amavam intensa e verdadeiramente, pessoas que se importavam com seu bem estar.

Estava prestes a ae formar,se transformar em uma excelente profissional e conquistar bem mais do que imaginava. Agatha Still seria bem mais do que um dia sonharam para si. Seria feliz ao lado do homem que amava e continuaria nutrindo tamanho sentimento, se casaria e,em algum momento, formaria aquela família que um dia imaginou ter.

Há certos sentimentos que não se explica, emoções que podem ser consideradas confusas por ser tão complexas que nem mesmo a pessoa mais inteligente de todo campo terrestre pode ser capaz de descrevê-lo com exatidão e segurança de que todos os fatos realmente estejam corretos. Um linha de raciocínio árdua e complexa.

Os melhores momentos estão sempre por trás das piores situações, e tudo isso parece loucura quando nos atentamos aos detalhes para, finalmente,entender que não importa nosso desejo maior e nossos atos,apenas alcançaremos tamanhas conquistas se assim a vida permitir. Somos donos de nossos atos e responsáveis por nossas consequências,mais em momento algum poderemos interferir em tamanho obstáculo,para muitos não faz sentido,mais a realidade é que, independente do que planejamos,nossos caminhos estão traçados.

E Ágatha acreditava em toda filosofia de vida,levava consigo todos os ensinamentos,afinal,tivera seu avô para lhe mostrar o sentido da vida,lhe apresentar os " por que" que o destino coloca em nossa caminhada. Ágatha Still era alguém que buscava compreensão em cada acontecimento, tentava se manter positiva,pois em teoria :tudo o que acontece de r**m na vida das pessoas , é um sinal de que a melhora está por vir,uma pista de que se poder arrancar coisas boas de situações ruins.