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2026 Words
Às onze da noite, Noah estacionou o carro na garagem da mansão de seus pais e suspirou profundamente sabendo que teria de enfrentar os questionamentos e censuras que receberia por ter sido tão impulsivo. Havia errado em ter saído daquela forma,sabia que jamais deveria deixar seus impulsos interferirem em seu racional mais lógico e amadurecido. Precisaria arcar com suas consequências e entender que,apesar dos pesares,deveria ceder para o espaço que sua noiva parecia lhe cobrar. Quando atravessou aquela porta e encarou o hall de entrada, deixou suas chaves na pequena mesinha pouco a frente e se conduziu para a sala de estar,onde encontrou seus pais conversando, demonstrando estarem preocupados e aflitos com algo. Sabia que não era algo relacionado a si,pois ambos confiavam e tinham plena certeza de que jamais causaria problemas, não faria algo para lhes causar tamanho sentimento de angústia. Noah se aproximou atraindo a atenção de ambos. E no momento em que encarou os olhos de sua mãe, soube que era algo relacionado a sua noiva. Poderia dizer estar tudo bem,ser algo no qual não deveriam se preocupar,no entanto,a situação era outra completamente diferente; Agatha pouco conhecia aquela cidade e às vezes,por ser muito impulsiva em alguns momentos,poderia acabar se machucando. — Onde ela está, mãe? — seu questionamento era algo descartável, afinal,sabia que seus pais não poderiam lhe responder. — Após a briga que tiveram, Agatha saiu sem dizer nenhuma palavra. Tentamos ligar para ela,mas o celular parece estar desligado — depositando seu olhar em Pietro, Noah demostrou arrependimento. Por mais que julgasse estar certo e coberto de razão em questiona-la sobre algo que lhe ameaçava, naquele momento,a única coisa que importava se resumia em descobrir o paradeiro de sua noiva, encontra-la tendo a certeza de que não havia sofridos nenhum arranhão. Seu ego era dispensável em uma situação como aquela, não se importaria em ter de se desculpar. E quando cogitou a possibilidade de sair novamente,para lhe procurar,a porta fora aberta e Agatha adentrou aquela mansão. Olhou brevemente para seus sogros como se dissesse estar bem e seguiu para seu quarto sem ao menos dirigir a palavra a seu noivo. Estava errada e tinha consciência disso,no entanto,se encontrava frustrada e sofrendo com suas alterações de humor. Ao entrar em seus aposentos e encarar a cama completamente arrumada,a menina apenas se livrou de seus calçado e se deitou naquele acolchoado, sentindo seu corpo relaxar e os olhos fecharem. Não estava com o menor sono, apenas se sentia esgotada de uma forma extraordinária,como se tivesse trabalhado sobre pressão o dia todo. Se lembrando do aparelho celular no bolso traseiro de sua calça, Agatha suspirou ao pegar o eletrônico e o ligar novamente. Foi um tanto infantil de sua parte,mas não estava propícia a ouvir questionamentos de ninguém,tão pouco,ter de dar satisfação do porque a primeira briga com Noah ter se resumido em cada um seguindo para seu lado. Um tanto irresponsável,porém não se arrependia. Com os dedos ágeis, Agatha deslizou sua digital até encontrar o contato de sua mãe; haviam meses que não se falavam ou recebiam notícias uma da outra,anos que apenas viviam se ignorando e apagando aquele relacionamento que tinha antes de tudo desmoronar sobre os ombros da menina. Então,mesmo que estivesse pisoteando em seu ego,mesmo que estivesse indo contra a tudo o que prometera desde a última conversa, Agatha realizou a ligação. Sentia seu coração acelerar,a respiração se tornando desregulado a cada vez que tentava imaginar a possível reação da mais velha. Sabia que teria de ouvi-la dizer o quão magoada estava,no entanto, também teria o direito de expor suas feridas,mostrar o que foram capazes de fazerem consigo. Então, mesmo que as possibilidades de uma nova briga fossem enormes,ela apenas sustentou sua coragem e aguardou para ouvir a voz que,muitas vezes em seu passado,lhe acalmava. E ela ouviu. O chamado caloroso,a forma como seu nome fora pronunciado e o suspirou melancólico que soubera indentificar, aquilo foi o bastante para seus olhos arderem e se fecharem. Estava com saudade daquela voz,sentia falta das carícias em seus cabelos e afagos em seus belos cabelos em tonalidade ruiva,mas que antes, eram de outra cor. Apesar dos pesares,tinha saudade de tê-los ao seu lado. — Agatha,minha filha! Como você está? Por favor,diz alguma coisa,meu anjo! — o pedido desesperado de sua mãe lhe fizeram sorrir mínimo. — Eu senti tanto a sua falta — com a voz rouca pelo choro preso em sua garganta, Agatha murmurou. Estava tão cansada de esconder seus sentimentos,de mentir sobre a saudade que habitava em seu coração. Agatha apenas gostaria de poder sentir a felicidade dos momentos ao lado de seu noivo,poder vivenciar as experiências que estavam por ter início. Em sua mente completamente desorientada,seu único desejo era de fechar seus olhos e acordar em seu quarto,como o Noah ao seu lado e lhe abraçando protetoramente. Então,quando voltou a ouvir o chamado da mais velha,a menina se encolheu feito uma criança amedrontada,se abraçou buscando por um calor que lhe fazia falta. Se culpava por estar vivendo daquela forma,por ter causado o afastamento de seus pais e por ,mesmo não sendo intencional, magoado o noivo. Por muitos anos,guardou dentro de si aqueles sentimentos de insuficiência. — Agatha,filha...onde você está,minha garotinha? — seu pai se pronunciou,o que deu a confirmação de que estavam juntos e sua mãe havia colocado a ligação em viva voz. A menina nada disse,apenas desligou o celular e voltou a chorar. Não sabia o que dizer e como agir,estava tão cansada e amedrontada com tudo a sua volta,o que era para ser as melhores férias de sua vida,havia se transformado em um pesadelo onde não conseguia fugir. O casal tinha planos: passariam as férias como Pietro e Cecília,fariam algumas viagens antes de se aprofundarem na vida profissional,marcariam a data do casamento. Era algo que haviam planejado desde o começo do ano que se passara, somente não esperavam que um passado viesse a tona e destruísse tudo o que tinham em mente. Quando ouviu a porta ser aberta e olhou em sua direção, sentou-se sabendo que Noah eatava com o propósito de conversarem e se resolverem da melhor forma possível. Apoiando suas costas na cabeceira da cama de casal,essa que dividiam, Agatha abaixou o olhar em insegurança e secou as lágrimas que ainda estavam presentes em seu rosto corado pelo choro. Noah se aproximou e sentou-se ao pés da cama,encarou o corpo magro a sua frente e suspirou cansado. Amar Agatha,as vezes,era uma tarefa árdua; afinal,em muitos casos,a menina preferia se manter em silêncio,como se nunca tivesse nada a dizer. E mesmo que necessitasse de paciência,o rapaz estava preparado para aceitar e conviver com aquele personalidade forte,estava disposta a fazer dar certa,assim como fizera com o namoro. — Minha melhor conversou comigo,pediu para que agissemos como dois adultos prestes a se casarem — com o olhar no corpo retraído de Agatha, Noah murmurou em um reparar profundo. — Eu juro que não estou escondendo nada de você. Acredita em mim! — a voz baixa, implorava por confiança,mas Agatha sabia que não deveria pedir aquilo. Estava mentindo. — Você pode ficar em silêncio. Pode se negar a conversar comigo sobre esse assunto que você diz não existir,mas quero que esteja ciente; sempre haverá uma dúvida, Ágatha — segurando uma das mãos de sua noiva, Noah a beijou delicamenete enquanto tinha seus olhos fechados — amar você não significa que poderia perdoar tudo. Posso aceitar, mas perdoar? Isso é outro assunto. Então,como se tivesse dito o que precisava,o rapaz voltou a se levantar e caminhou até a porta do closet que dividia com Agatha,mas não entrou no cômodo,a voz da noiva lhe parou deixando-o em estado de choque e surpresa: — Eu estou grávida! Estou esperando um bebê,amor — com a voz embargada pelo choro,confessou sob pressão do medo de perder aquele que mais amava em toda sua vida. Se virando em direção a Ágatha, Noah franziu o cenho ao lhe ver chorando enquanto abraçava a barriga protetoramente. Ele havia sim, percebido que o corpo da amada estava sofrendo mudanças, notado o quão sensível ela estava fincando,mas jamais havia pensado na possibilidade de ser movido por uma gestação não planejada,um bebê que sequer pensavam em ter antes de se estabilizarem. — Fiquei com medo! Você sempre dizia que queria ter filhos somente em alguns anos. Fiquei assustada com a possibilidade de lhe chatear com essa gestação,de atrapalhar seus planos com a chegada dessa criança...— desabafando - mesmo que estivesse usando aquela gravidez para contornar sua situação - Ágatha engolia o nó crescente em sua garganta. Noah acreditava,estava enxergando no olhar amedrontado. Então,como se desejasse passar toda a seguridade e confiança que deveria ter ao estar gerando um bebê,o filho deles,o rapaz se aproximou e lhe puxou para um abraço caloroso enquanto distribuía beijos no pescoço delicado e quente dela. Estava surpreso e não esperava por aquilo,mas não negava a felicidade. — Amor...— tentou ter o olhar para si,no entanto, Agatha se mantinha convicta de que não o encararia — meu anjo! Eu sei o que disse,sei que lhe deixei insegura. Mas é um bebê! É o nosso filho. Sentindo seu coração acelerar e as mãos soarem por perceber a mudança de clima, Agatha se arrastou até o colo de seu parceiro e se acomodou nas coxas fortes e muito bem treinada na academia do condomínio onde moravam em Londres. Então,tendo a certeza de que não haveria outro questionamento sobre seus segredos passados,ela lhe encarou tocando a face do rapaz usando suas mãos quentes e pequenas. — Você jura que não está chateado? Que está feliz por termos um bebê antes do planejado? Amor,diz que não vai ficar magoado comigo por causa da gravidez! — seus questionamentos e pedido fizeram com que o rapaz sorrisse. Então,como se fosse a melhor resposta a ser dada,Noah apenas lhe puxou para um beijo enquanto acariciava o rosto inchado e corado pelo choro. Ele os girou naquela cama e se colocou entre as pernas torneadas da noiva,lhe arrancou alguns gemidos abafados. Não era planejado,mais estava feliz com a notícia; haviam se formado,tinha um emprego garantindo,um apartamento em nova York e estavam a poucos passos de se casarem. Dariam conta daquela criança que chegaria com o decorrer dos meses. — Vamos conseguir! Seremos ótimos pais para esse bebê,meu anjo — sussurrando, Noah deixou um selar nos lábios inchados se Agatha. Ao passar de alguns minutos,entre conversas e brincadeiras, ambos desceram até a cozinha para fazerem um lanche rápido,se surpreenderam ao encontrar Pietro e Cecília ainda acordados. O relógio marcava ser mais de meia noite, então não era comum que os mais velhos estivesse despertos naquele horário. Noah apenas deixou um breve beijo na testa de sua mãe,para logo após,começar a preparar um sanduíche leve para a noiva. Entre conversas e piadas para descontrair e lhes dar a certeza de que tudo estava bem e em ordem,o casal mais novo acabou deixando escapar sobre a paternidade que teria de assumir. — Fico feliz por vocês! — a exclamativa de Pietro deixou Agatha mais aliviada,pois temia a reação dos sogros. — Está se quanto tempo, querida? — curiosa e feliz por ter um neto em breve, Cecília questionou acariciando uma das mãos de sua nora encima do balcão. — Verdade,amor. Não lhe perguntei. De quanto tempo você está? — deixando o pequeno prato em frente a mais nova, Noah se sentou ao seu lado. — Quase dois. Segundo meu médico, descobri por fazer os exames de rotina,caso contrário, levaria mais tempo para estra ciente dessa gestação — dando a primeira mordida no lanche, Agatha gemeu em satisfação. Estava com fome. A conversa se estendeu para outros assuntos, inclusive sobre o casamento de ambos,esse que seria firmado no cartório em algumas semanas,e após o nascimento do bebê,ganharia uma união religiosa. Os planos eram outros,mais optaram por fazer algumas alterações,e Ágatha queria estar casada quando voltasse a Nova York. E quando as deitaram para dormir e descansar,o casal teve a certeza de que estavam sujeitos a tudo daquele vida,mas também tinham a esperança de que a força só amor que sentiam um pelo outro, permaneceriam. Eram dois jovens constituindo uma vida juntos,duas pessoas que lutariam pelas suas felicidade.
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