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1989 Words
Existe uma teoria que diz sobre a nossa vida ser apenas uma história,algo como estarmos contando a forma como vivemos e morremos. A história de nossa morte. Não se pode afirmar,tão pouco devemos nos preocupar com algo assim. Agora,em uma visão mais simplificada: se realmente estamos narrando nossa trajetória, deveríamos estar vendo as coisas em uma outra perspectiva,ou seja, deveríamos ter noção do que faríamos e quais seriam as consequências de nossos atos. Realmente, não faz sentido. E para Agatha,seria um tanto confuso pensar desta forma. Ela queria enxergar quais seriam seus erros e consequências em um futuro próximo,queria entender onde erraria e como lidaria com a dor dessa inconsequência. Enfim,a garota queria apenas ter a resposta de que não passaria por uma grande turbulência capaz de afetar seu relacionamento com Noah. Seus vinte e quatro anos lhe deram grandes experiências e lições de vida,tivera tantos ensinamentos que não saberia como registra-los no papel. Contudo,como todo ser humano em processo de mudança, tanto física, quando emocional,ainda continuaria ignorando suas dicas para uma vida estável, continuaria cometendo seus erros e se lamentaria como uma criança que se perde dos pais em um parque de diversões. Estava no DNA dos homens¹,era algo natural na vida humana. - Ei,amor. O que houve bebê? Não se sente bem? - preocupado com a noiva, Noah continuou lhe abraçando. Era uma crise. Havia certo tempo que passava por aquilo,na verdade,a última que tivera,fora quando seu gatinho - presente de seu namorado - acabara sendo atropelado. Totalizando somente duas crises em cinco anos. Era uma mar de confusão, tudo parecia perder o sentido a cada vez que contava a pensar sobre os acontecimentos futuros. Desde criança, Ágatha gostava de planejar; fosse uma ida no colégio,até mesmo o que faria em alguns anos que se seguissem. Era algo normal,ao menos até certa idade. Quando completou seus treze anos,soube que aquilo tudo repercutia em seu emocional,um que aprendera a se camuflar de forma indescritível. Então as mágoas começaram,as discordâncias mais bobas a fazia acumular pensamentos em sua mente. E aos quinze anos, Agatha fora internada em uma clínica após ter tentado se ferir enquanto cada canto de sua casa,ouvia seus gritos agudos e agonizantes. O tempo foi passando e tudo voltou ao normal,passou a administrar bem tudo aquilo que poderia lhe machucar, descartava situações que nunca lhe faria bem; tinha um bom filtro sendo utilizado. Então,ela não chorou. Ágatha não colocou para fora o que havia passado e , tão pouco,expôs a emoções dolorosas e sentimentos feriados. Se passaram cinco anos,e ela não fora capaz de sequer se abrir, tanto verbal,quando emocionalmente. Noah conhecia toda a vida de Agatha: sabia onde havia nascido, onde fora criada,sobre a infância conturbado por falta de popularidade,sabia até mesmo o nome do garoto no qual dera o primeiro beijo. Sabia de tudo,exceto sobre Levi e o casamento que não havia acontecido, e quando perguntava sobre dada lacuna que se formava, Ágatha apenas dizia ter escolhido cursar em Londres e consequentemente,teve de deixar sua família e tudo o que tinha em Nova York: nunca a verdade por completo. E quando finalmente conseguiu se acalmar,a garota apenas se ajeitou no colo do noivo enterrando o rosto úmido e avermelhado no pescoço quente. Estava sensível,se sentindo uma bomba relógio prestes a explodir em emoções descontroladas, então não conseguir olhar para o rapaz e dizer suas inseguranças. - O que acha de darmos uma volta? Assim você pode espairecer a mente. Não quero que fique assim,amor! - a cada palavra,suas mãos deslizavam pelas costas de Ágatha em uma carícia delicada e que tinha como intuito,incentiva-la a se acalmar. Noah a amava com todas as suas forças,daria sua vida pela dela,faria do mundo um lugar melhor somente para que Ágatha se sentisse segura. No entanto,existia uma mágoa naquele relacionamento: por mais que entendesse,por mais que não desejasse pressionar a noiva, Noah Agreste tinha um sentimento que somente aumentava; sabia que a ruiva escondia parte de seu passado,o motivo para ter abandonado tudo,ter se mudado e cortado todo o contado com sua família. Era um passado que pertencia somente a ela,mas ele tinha a sensação de que aquilo,o silêncio que ela insistia e manter e aquela parte vaga em sua vida,tudo seria motivo o bastante para fragilizar a confiança, ameaçar a união. Ele sentia,sabia que aquela omissão seria motivo o bastante para por a prova aquele amor que nutria um pelo outro. E seu medo era perceber, descobrir não ser forte o bastante para prosseguir e insistir. Assim como Ágatha, Noah sentia medo de soltar as mãos e cada um seguir por um vale. Mas continuaria ali,dando aquele voto de confiança e torcendo para que aquela vago não significasse o fim de uma união sólida e sempre marcas de pancadas. Confiava em sua noiva,conseguia andar ao seu lado com os olhos vendados, e aquela dúvida não seria o bastante para lhe deixar paranóico e inseguro. E gostaria de que seus pensamentos não mudassem, não estava e nunca estaria pronto para dizer um "até logo". - Estou apenas cansada. Acho que mesmo tendo aquelas longas horas de sono, ambos não foram capazes de me fazer relaxar. - realmente, Agatha estava exausta,mas era seu emocional pedindo por tranquilidade. Noah a levou de volta para dentro da mansão,lhe a acompanhou até a o quarto e se colocou ao seu lado, enquanto acariciava o fios ruivos e cedosos. Noah era completamente devoto daquela imagem e jamais desejaria esquecer e ter de abrir mão de tudo aquilo. Com aqueles pensamentos,o mais suspirou, segurou uma das mãos da noiva e a beijou carinhosa e levemente,como se tivesse medo de lhe machucar. Era real o seu medo,pois as probabilidades existiam e as chances se mantinham em meio a meio. Ele sabia,era bom com números; mesmo que seu relacionamento não fosse um problema de matemática,uma equação, Noah conseguia enxergar os dois resultados,positivo e negativo. Então,com um racional aplicado e empoderado,eles se via entre o símbolo do infinito, afinal,passe anos,as possibilidades sempre se manteriam ali,até que em algum momento,o resultado final seja dado. Poderiam se passar anos,o rapaz tinha toda a certeza de que sim, Agatha seria sempre seu final feliz, seria a alma gêmea que lutou para conhecer e conquistar. Sempre seria ela,mesmo que após iniciar o último parágrafo, não seja ela a mulher a segurar sua mão. Era uma promessa que fazia a si. Quando a viu cair em um sono profundo e tranquila, enquanto sua respiração parecia mais leve, Noah suspirou profundamente sabendo que os conflitos internos fariam com que tudo ficasse mais complexo,mais tortuoso. E por mais que gostasse da tempestade e de seus raios, aquilo estava o assustando de forma inexplicável. Ele sabia que Agatha tinha muito o que fazer,muito o que contar se caso desejasse um relacionamento saudável e sem desconfiança, no entanto, também tinha conhecimento de que nada seria simples e fácil. Estaria ali,ao seu lado a cada segundo e suspirar,lhe faria as sentir em casa enquanto estivesse em seus braços. Existem tipos de morada,lugares onde tudo é temporário. E com o calor e aconchego de Noah também seria se casa o p*******o não fosse realizado. Não era dinheiro, não era nada vulgar,o rapaz queria apenas que sus noiva fosse sincera, se abrisse consigo e explicasse o porque estarem vivendo com insegurança,estarem com a sensação de que suas vidas deixariam de ser aquilo que estavam acostumados. Era sobre Nova York,sobre uma parte da história que sempre se encontrava em vago,era sobre ela e sua vida. No entanto,desde o momento que os ameaçasse,que lhe afetasse daquela forma tão silêncio e brusca, Noah exigia que fosse dito. Exigia saber contra o que estaria lurando, implorava para que Agatha contasse sobre o vilão de suas história. Era um direito seu. [...] Noah observava a noiva,encarava cada contraste da pele pálida naturalmente. Era devoto daquela imagem, completamente apaixonado por cada centímetro que seus olhos eram capazes de enxergar,no entanto,aquela sensação de desconfiança lhe corroía por dentro lhe afetando de uma forma inexplicável. Então,mesmo que seu coração gritasse alto e chamasse pelo amor que o domina,o racional estava ameaçado e não era uma boa sensação . No momento que a viu sorrir em sua direção e se aproximar,o rapaz se levantou daquela poltrona e seguiu para fora da mansão,deixando claro que nada estava bem e seus problemas estavam começando. Algo dentro de si estava em alerta,estava causando tamanhos conflitos que pareciam o enlouquecer. Noah Agreste odiava mentiras e ser enganado,saber que Agatha estava fazendo semelhante,lhe torturava. - Amor,está tudo bem? Você está estanho! - com um pequeno sorriso em seus lábios e se aproximando, Ágatha o abraçou pelas costas. E mais uma vez,o rapaz fugiu dos toques e suspirou alto. Então, sabendo que sua noiva lhe questionaria, Noah se voltou para era, tocou na face delicada,e por mais que tentasse e desejasse lhe beijar como sempre fazia, infelizmente não pôde,passou a enxergar mentiras em seus olhos. Havia o brilho que tanto amava,o sorriso radiante que encantava seus dias,mas não era o suficiente para que seu coração se acalmasse. - Por que está fazendo isso, Ágatha? Por que estava destruindo algo que poderia ser perfeito? Eu juro que não entendo! - suas palavras fizeram a ruiva recuar das carícias duvidosas. - Do que está falando, Noah? Quem não está entendo sou eu - seu olhar não demonstrava,mas estava assustada. - Fomos amigos,fomos namorados e hoje somos novos. Você está prestes a se tornar a minha esposa,mas ainda não está sendo sincera por completo. O que tanto me esconde? O que tem medo de me contar, Agatha? - seu olhar não era nada além do que magoado e inseguro. - Não estou escondendo nada, Noah. Você sabe que nunca faria isso,sabe que jamais colocaria a nossa união em uma balança...- suspirando fundo, Agatha sentiu seu corpo tensionar e os olhos pesarem em lágrimas se acumulando. - Não está? Tudo bem! Noah não dissera mais nada,apenas ajeitou seus cabelos e desceu os degrais da varando daquela casa, seguiu até seu carro e agradeceu mentalmente por as chaves estarem consigo desde a tarde. Não queria brigar com sua noiva,assim como não desejava o sentimento que estava dentro de si; ele não era i****a,sabia muito bem que havia algo por trás daqueles olhares. E por mais que nunca tivessem passado por algo como aquele conflito,mesmo sabendo que deveriam conversar de forma mais madura,o rapaz apenas arrancou com o veículo,atravessou os portões daquela residência e despareceu do campo de visão se Agatha,essa que deu liberdade para suas lágrimas. Ela sabia que seus sogros a observavam tentando entender o que de fato estava acontecendo, buscando compreende os motivos pelos quais seu filho saira demonstrando estar chateado. Então,deixando claro não querer conversar, Agatha apenas desceu os degrais daquela varando e seguiu até os peitões,também deixando a propriedade. Queria esquecer tudo o que estava acontecendo, ignorar como seu medo lhe dominava. Sabia que deveria se abrir,dizer toda a verdade que havia omitido e que poderia destruir seu relacionamento, no entanto,parecia cada vez mais difícil: era como se existisse um muro entre sua sinceridade e medo de perder aquilo que mais amava. Tinha planos para aquela noite,revelaria algo que modificaria seus sonhos. Mas parecia que tudo havia desandado. Sabia que Noah estava magoado,pois em anos juntos,nunca o vira sair daquela forma,nunca tivera aquele olhar frio sobre si. Então, mesmo que desejasse passar o restante do dia e noite no aconchego dos braços de seu noivo,tinha consciência de que seria praticamente impossível. Caminhou por aquelas ruas desconhecidas por si,se deixou levar pelos pensamentos e desejo de colocar sua mente em ordem. Então, quando se deu por cansada e percebera ter se afastado o suficiente da casa de seus sogros,optou por pegar um táxi e se aventurar por aquelas redondezas. Não tinha o intuito de regressar,ao menos não enquanto estivesse sob pressão do seu passado interferindo em seu presente. Ágatha apenas queria dar tempo ao tempo,tudo em pró de não se tornar frágil algo que parecia forte.
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