?⚜CAPÍTULO 3⚜?
HALYNA
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, isso só poderia ser um pesadelo, quem em pleno século vinte e um, se casa através de um contrato, sendo forçada a se casar com um demônio como aquele de olhos azuis na sala.
Caminho atrás do homem que parece um armário, ele para em frente a uma porta no imenso corredor cheio delas e abre me dando passagem, na frente dos meus olhos surge um quarto em tons claros, com uma grande cama no meio do cômodo, as cortinas de tons claros e tecidos pesados iam do chão ao teto, o tapete felpudo no chão traziam conforto ao lugar.
Dou alguns passos para dentro do cômodo, e fico ali olhando tudo ao meu redor e quando me viro vejo que o segurança deixou a minha bolsa sobre a cama, caminho até ela e me sento segurando a minha cabeça entre as mãos.
—Espero que tenha gostado do quarto—ouço a voz fria vindo da porta, tão fria quanto o dono dela.
—As masmorras estão diferentes agora—digo olhando para ele.
—Se precisar de alguma coisa é só chamar algum empregado que irão lhe atender—ele diz.
—Eu não posso ficar presa aqui, eu tenho o meu trabalho, sou uma médica—digo na tentativa de que ele me deixe sair.
—Não é mais—ele diz e fecha a porta quando sai.
Eu continuo olhando a porta fechada e deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, o que eu faria? Eu não poderia me casar com esse homem, ele era c***l, e muito mais muito bonito, mas a sua beleza era tão grande quanto a sua crueldade.
Passo o restante da manhã trancada naquele quarto, eu já nem tinha mais lágrimas para chorar, mas a minha barriga protestou de fome, eu não havia comido nada até agora, abro a porta devagar e saio pelo corredor tentando me lembrar do caminho que eu havia feito até aqui, mas o nervosismo não havia me deixado gravar nada, vou caminhando devagar, olhando os quadros pendurados nas paredes, até que trombo com alguém, olho para cima e lá estão aqueles olhos azuis, parados sobre mim.
—O que precisa?—ele inquire.
—Estou com fome—digo.
—Eu disse para chamar alguém se precisasse de alguma coisa—ele diz.
—A me desculpe, ainda não sei me comunicar por telepatia, ou não fui apresentada ao pombo correio da casa—digo e ele me pega pelo braço me puxando, esse homem era um ogro.
—Já vi que Ivan não lhe mostrou o controle—ele diz abrindo a porta do quarto em que eu estava, ao lado da porta havia um aparelho com vários botões, cada um correspondia a uma parte da mansão, inclusive para chamar os empregados.
—De fato ele não me mostrou—digo sustentando o seu olhar.
—Se precisar de qualquer coisa, use isso aqui, eu não quero você andando por aí—ele diz.
—Você não tem que querer nada—digo.
—Tenho e vou, agora você é minha Halyna—ele diz.
—Não assinei nenhum papel ainda—digo.
—Mas vai, essa tarde—ele diz.
—Como assim essa tarde, não pode fazer isso—digo.
—Já fiz Halyna, o seu vestido será entregue, esteja bonita, precisamos de fotos convincentes—ele diz.
—Eu não vou fazer isso nem morta—digo.
—Então considere a sua outra opção—ele diz e sai do quarto.
Que merda, como a minha vida virou isso aqui? Eu tinha uma casa, uma família, um emprego, amigos, sonhos e do dia para noite tudo isso virou pó.
Uma batida leve na porta, e uma senhora entra com uma bandeja na mão, ela me olha e sorri.
—Com licença senhora, o senhor Maksim pediu para lhe trazer um lanche—ela diz colocando a bandeja sobre a mesa próximo a grande janela.
—Obrigada—digo olhando para ela.
—Coma, em breve vou trazer o seu vestido, o conselho já está chegando—ela diz.
—Conselho? Que conselho?—inquiro.
Ela olha para os lados e depois para mim e diz em tom baixo.
—O conselho da máfia menina, se não percebeu está no inferno, um anjo em meio aos demônios—ela diz e sai apressadamente do quarto.
Mais uma vez choro como uma menina perdida, uma menina que teve os seus sonhos arrancados.
Eu só me perguntava o que seria de mim agora?