🖤⚜PRÓLOGO⚜🖤
PRÓLOGO
DOIS ANOS ANTES
MOSCOU-RÚSSIA
Maksim Skravonski, é o único herdeiro da família russa mais poderosa de Moscou, os Skravonskis comandavam a máfia desde muito antes de Maksim nascer, o loiro de olhos azuis como o oceano e porte grande fora criado para ser a máquina de matar da família, e ele havia se tornado tudo aquilo que fora treinado para ser, c***l, impiedoso e frio.
Ele saia de mais uma noite de baladas nos clubes da cidade, clubes esses na sua maioria comandados pelos seus associados, Maksim havia bebido muito, e mesmo assim insistiu em dirigir o seu próprio carro, sendo seguido de perto pelos seguranças que o acompanhavam em todos os lugares, Maksim era respeitado por muitos e odiado por tantos outros, a segurança em torno dele era muito grande.
Maksim, dirigia imprudentemente, quando seu carro colidiu, com outro veículo, vindo a capotar, os seguranças assistiram o acidente sem nada poder fazer, a gravidade os impedia de retirar Maksim que estava muito ferido das ferragens.
Halyna havia saído de casa cedo, ela sempre gostou de chegar antes do horário no hospital, médica recém formada atendia os seus pacientes com gentileza e cuidado, era o orgulho da família Ivanov, o orgulho do pai Boris, que havia perdido a esposa no parto do seu filho caçula sete anos antes e desde então Halyna o ajuda a cuidar do pequeno Alik com muito amor.
—O que será que aconteceu, está tudo parado, ei moço o que houve?—Halyna inquire a um guarda que estava próximo ao seu carro.
—Um acidente moça, parece que o rapaz está bem ferido, estamos aguardando o socorro chegar para liberar a pista—o guarda diz.
—Eu sou médica, posso ajudar—ela diz tirando o cinto e saindo do carro.
—Me acompanhe—o homem diz abrindo espaço entre os curiosos.
—Deixem a moça passar, ela é médica—o guarda diz assim que se aproximam do carro preto, que estava em um estado horrível.
Halyna olha o motorista, o seu rosto está tomado pelo sangue vivo, ela pega a sua mão para checar seu pulso, e pensa consigo mesma que deve ser alguém muito rico pelo anel preto no seu dedo com uma águia de ouro cravejada, e claro o carro de última geração.
—Ele ainda tem pulsação, mas está muito fraca—Halyna diz.
Ela olha nos olhos azuis do motorista e diz.
—Não desista, o socorro está chegando.
Ele olha pra ela, e assim que a sirene da ambulância ecoa ele fecha os olhos, as equipes de resgate o retiram das ferragens e o levam para o hospital, a pista é liberada e Halyna segue para o seu trabalho, mesmo convivendo com cenas como aquela todos os dias Halyna ainda ficava impressionada só de pensar o quanto a vida era frágil, e um jovem como aquele poderia morrer.
DIAS ATUAIS
MAKSIM
Faz dois anos desde o dia daquele acidente, e eu nunca esqueci seus olhos, a imagem daqueles olhos foi a última coisa que vi antes de ficar inconsciente, procurei por ela por toda Moscou e não achei, as vezes acho que era um delírio, ela deveria ser um anjo que veio me buscar, que ironia um anjo buscar um demônio como eu.
—Maksim, o seu pai está te procurando—Ivan um dos homens de confiança do meu pai, o poderoso Roman Skravonski, diz parado a porta da grande sala.
—Já vou Ivan—digo tomando mais um gole do amargo uísque no meu copo.
Caminho pelos corredores dessa grande mansão, o império Skravonski, chego a porta do grande escritório do meu pai e mesmo aberta, bato uma vez para indicar a minha presença, já que o poderoso Roman estava de costas com a mão no bolso do terno impecável.
—Maksim, precisamos conversar—ele diz sem ao menos se virar.
—Estou aqui pai—digo olhando para ele.
—Sente-se—ele diz com o seu habitual tom autoritário.
—Estou bem em pé—digo.
—Sente-se Maksim—ele diz em um tom mais alto, tom este que eu sei que deve ser respeitado, eu ainda podia sentir os golpes do chicote nas minhas costas todas as vezes em que eu o desobedecia, podia sentir o cheiro do couro do objeto e o cheiro do sangue quando o mesmo atingia a minha pele.
Puxo a cadeira e me sento, ele se vira e senta-se na sua grande cadeira de couro marrom, o meu pai mantinha a barba em um cavanhaque, que já tinha pelos brancos espalhados, o cabelo alinhado para trás, o terno impecável, e o semblante sério.
—O que houve pai?—inquiro.
—Eu quem devo lhe fazer essa pergunta, Maksim—ele diz.
—Não estou entendendo—digo.
—Que história é essa de que não vai se casar?— o meu pai inquire.
—E não vou—digo olhando nos seus olhos.
—Vou lhe dizer só uma vez, você é o futuro capo e com isso tem deveres a cumprir, você vai se casar e deixar essa obsessão absurda por uma mulher que você nem sequer lembra o rosto para trás, vai se casar, vai cumprir o seu papel e ponto final—ele diz com os dentes cerrados.
—Ninguém pode me obrigar—digo.
—Eu posso, prefiro um filho morto, a um que não segue regras—ele diz me olhando nos olhos, e eu sabia que aquela ameaça poderia ser cumprida, o meu pai era c***l o bastante para matar o seu único filho, do que passar vergonha perante todo o conselho.
—Desgraça!—digo me levantando.
—Não se preocupe com nada já cuidei de tudo— o meu pai diz.
—Quem é a garota?—inquiro.
—Ela é um p*******o, mas a achei bonita demais para mandar a um prostíbulo, então ela será sua esposa, o pai dela tem seis meses para pagar a sua dívida, e vocês estarão casados por um contrato durante esse tempo— o meu pai diz.
—E depois ela irá embora?—inquiro.
—Não se você honrar o sobrenome que carrega— o meu pai diz me olhando.
Passo a mão pelos meus cabelos e saio do seu escritório furioso, como eu ia me casar? E se eu a encontrasse? Como eu poderia lutar por ela estando casado com outra mulher?
Eu sabia que os casamentos na máfia aconteciam assim, eu sabia que casamentos arranjados existiam, mas me iludi ao imaginar que comigo poderia ser diferente.
Seis meses, seis meses ao lado de alguém que nunca vi.