CAP 13 "Não espere o futuro mudar tua vida, porque o futuro é a consequência do presente"

911 Words
Triana Müller... Quando me arrastaram para cá. Dentro do carro estava apavorada, rezando que fossemos parados pela polícia. Se eu tivesse de morrer, era melhor cheia de tiros, do que violenttada e tortturada por esses homens. Para meu total azar, fui trazida para a favela Faz Quem Pode, não era possível que todas as comunidades que existem nas redondezas, me trouxeram justamente para onde estavam querendo minha cabeça. Era o meu quarto dia nesse lugar, a cada momento que um marginal entrava nesse quarto te paredes sem embolso, meu coração disparava. Pedia a Deus que seja lá o que fizesse comigo, fosse indolor e instantâneo. Sei que estava viva, somente porque o Max ainda não havia saído do coma, contudo a pressão arterial estava normalizada, saturação regular e sem febre. Zélia logo indicou que deveríamos diminuir a sedação e fui obrigada reduzir na noite anterior. Se essa senhora não tivesse em meu encalço, ganharia tempo, deixando o homem por mais alguns dias sedado. Eu só me alimentava, quando me mandavam biscoitos, iogurtes, suco de caixa, pois vinham embalados — esses tipos de alimentos, tinham de lixo na favela, muita carga frigorífica, era roubada no Rio de Janeiro. — mesmo embalados, eu olhava bem, em busca de algum furo, ou de deslacre não daria chance de morrer envenenada. De manhã, a primeira face que eu via, era da Zélia, o único momento que ficava tranquila quando a porta se abria. E era de manhã, mas ao invés da técnica de enfermeira, quem adentrou a porta, foi o tal Descontrole. Estava no colchonete sentada ao canto da parede de tijolos cru, ao vê-lo, me levantei rapidamente, demonstrando todo o meu nervosismo. Ele não falava nada, apenas me olhava com a sua expressão fechada, se o Demônio existe de verdade, ele deve ter essa mesma face. Um olhar tenebroso, como se fosse destruir e todos a sua volta. Deixei o medo de lado e quebrei o silêncio. — Zélia não vem? O Max deve acordar a qualquer momento. Vestido com calças militar, coturno marron, camiseta preta e portando uma arma dessas enormes. Ele vem andando na minha direção, pisando forte, mas a passos lentos. Fui me encolhendo a parede, querendo que ela me engolisse e me protegesse do que estaria por vir. O homem chegou tão perto, que pude sentir sua respiração quente sobre mim. — Max já acordou, desde a madrugada e até meteu o pé. — ele segura sob dois dedos uma pequena mecha do meu cabelo. — Meteu o pé! Não é seguro que ele se levante, perdeu muito sangue o estado pode piorar, não se esqueça que ele não visto e muito menos operado por um médico. Poderia falar com ele? — Max era um marginal, sim era. Mas o pouco tempo que tive com ele. Vi humanidade, respeito e afeto. Sentimentos que claramente esse aí desconhece. Falaria com Max, apelaria pela minha vida. Descontrole meneou a cabeça para um lado e para o outro. — Você a esperta e eu o o****o!!! — despeja seu escárnio. — Não entendi. Descontrole ri, sem humor — Meu mano e eu sempre dividimos tudo, tudo — enfatiza — menos você. E foi aí que percebi que era um perigo. A dor no meu saco que senti quando te vi, deixou de ser t***o, para ser um alerta. No entanto, depois que ele que tu não passava de uma X9, meu mano ta pouco se fedendo com o que possa te acontecer. Ele tinha ódio e prazer ao jogar suas palavras na minha face. Zélia havia me dito que suplicar e chorar, só aumentava o jogo para eles e a crueldade da ação. Suplicar eu evitaria, mas chorar era involuntário, principalmente quando possuído, Descontrole me arrastou favela a fora pelos cabelos, me levando para algum lugar que eu não fazia ideia. (...) Não andamos por muito tempo pelas vielas. Era absurdo, como viam uma mulher ser arrastada e ninguém fazia nada. — Que lugar é esse? — perguntei assim que o homem n***o e corpulento me empurrava por uma escada desnivelada. Em vão perguntar qualquer coisa a ele. Não me respondia. — Porque não me dá logo um tiro na cabeça? — Tenho algo bem mais divertido para você. — havia um prazer sádico em sua fala. Ele abriu a porta do barraco e me arremessou la dentro. Muitos homens começaram a gritar, como quem festejavam. O lugar estava sujo, tinha uma mesa grande com várias carreiras de cocaína e muito dos que estavam ali inspirando a droga. — A diversão chegou. Missão do dia Pão Careca e Farra. Não tinha ideia do que era pão careca, mas farra eu sabia bem. Mas um dos nojentos que estavam ali, me esclareceu. — Ai na moral Descontrole, não precisa ser nessa ordem, noiz faz farra com ela e depois rapa os cabelos deixando ela careca. — A ordem pouco me importa. Naquele momento eu esqueci qualquer ensinamento de não suplicar, preferia morrer a ser violentada por todos aqueles homens. — Por favor, tenha misericórdia ao menos por eu ter salvado a vida do seu irmão, me dá um tiro na cabeça, pelo amor de Deus não faz isso comigo? E mais uma vez ele nada me respondeu, apenas me olhou com desdém, segurou no meu braço e me arremessou como um objeto sem valor, com a força do desprezo que sentia por mim e pelo mundo, em cima daqueles homens nojentos. Eu estava perdida..
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