Capítulo 4

1665 Words
Ana Clara Cheguei em casa por volta da 19:30 da noite, estava cansada. Isabela e Nora estavam esparramadas no sofá assistindo um filme e comendo pipoca. - Até que enfim a mocinha lembrou que tem casa . – Nora disse em deboche. - Como se ela se importasse comigo, todos esses dias na casa de Pandora , não houve nenhuma chamada dela para saber se estou viva. – Pra mim tanto faz, já tinha me acostumado com aquilo. - E por onde andou que está vestida desse jeito ? Me perguntou curiosa. - Trabalhando, por onde mais andaria assim? - Maravilha, até que enfim conseguiu um novo emprego, não se esqueça da sua contribuição com as despesas . – Já sabia que ela ia dizer isso. Nora é mesquinha e não perdoa nenhum centavo . - Eu comecei a trabalhar hoje e você já está querendo dinheiro? O dinheiro da pensão do papai não está sendo suficiente? – Perguntei com a voz alta. - Fale baixo, onde está o seu respeito por mim que te criei desde nova? – Quem era Nora para me cobrar isso. – Vivia gritando e brigando com papai, não sei como ele suportou todos esses anos ao lado dela. - Dei de ombros e sai. Cobranças, implicância, brigas era o tempo todo, eu não tinha paz dentro da minha própria casa. Fui para meu quarto. Ele é meu abrigo e refúgio. Deitei na cama e dormi por umas duas horas. Quando acordei tinha duas chamadas perdidas de Pandora. Fui para o banho e depois fui a cozinha arrumar alguma coisa para comer. - Estou faminta. – Disse pra mim mesma. Como de se esperar não tinha nada pronto! Fiz um miojo, era rápido e fácil . Comi como estivesse comendo um Strogonoff de frango, estava tão gostoso. Voltei para meu quarto, peguei meu celular e liguei para Pandora. - Oi amiga . Ela disse doce. - Oi Pandora. - Por que não me atendeu antes? - Meu celular estava no silencioso, não ouvi tocar . - Tudo bem , dessa vez te perdoo. – Ela sempre dizia isso. - E como foi seu primeiro dia no trabalho ? - Foi bom, muito produtivo. Melhor do que eu esperava. - Não tem falei ? Você é capaz de tudo. - E seu chefe é gato? - Não muito. – Menti. Ele é perfeito aos olhos de qualquer mulher, mas pra mim não passava de um homem normal. - Sério? Aposto que você nem olhou para ele. – Ela me conhecia, eu não era ficar olhando os homens. Perdi todo encantamento por eles. Mas Robert até mesmo sem eu querer via seu charme e beleza. - Você tem que observar mais, se não nunca vai casar. - Quem disse que eu quero casar ? Estou muito bem assim! - Você que sabe, vai ficar para titia desse jeito. – Ela disse rindo. -E como estão as coisas aí na sua casa ? - Cada vez pior. – Disse aborrecida. - Por que você não vem morar comigo? -Ela já me fez aquela proposta várias vezes. - Mas é chato, ela mora com o namorado, tiraria a privacidade dos dois . - Não amiga! Muito obrigada mais uma vez pelo convite, está muito difícil morar aqui, mas estive pensando hoje, se tudo dê certo na Brant’s vou alugar uma kitnet e me mudar. - Ótima ideia Ana, melhor atitude que você vai tomar. - Sim, Vou fazer isso! - Amiga vou descansar, depois conversamos. Beijo . Te amo! - Beijo , também te amo. Boa noite! Pandora é como uma irmã pra mim, somos amiga desde meus 10 anos, quando ela se mudou de Boston para Nova York, éramos colega de turma. Naquela época eu vivia na casa dela , Dona Laura sua mãe me tratava como uma filha, saudades daquele tempo que não volta mais. Dormi feito um bebê. No outro dia levantei disposta , me arrumei , fui para o trabalho. Assim que cheguei Sra. Collins me comunicou que meu chefe Robert gostaria de falar comigo. Não deu nem tempo de guardar minha bolsa em meu espaço, fui direto para sua sala. Confesso que fiquei preocupada , tinha acabado de chegar , o que era de tão urgente? Será que fiz algo de errado ? Fui para sua sala, Sr. Robert me olhava dentro dos olhos toda vez que me via, aquilo me incomodava. No fim deu tudo certo, não era nada daquilo que pensei, ele queria apenas adiantar nosso negócio na China e precisávamos comunicar nosso cliente . Iríamos viajar no outro dia para Xangai, ele pediu para arrumar minhas coisas e que me buscaria em casa. De imediato disse não, com jeito delicado, é claro. Não queria que ele fosse até minha casa. Já imaginou Nora e minha irmã vendo ele ? Meu chefe me buscando. O que elas iriam pensar e insinuar . Em momento nenhum quero envolver minha vida pessoal com meu trabalho. Ele concordou de me esperar na empresa, ufa . - Me livrei dessa vez! Aquele segundo dia foi bem tranquilo, preparei uns papéis para levar para nossa cliente, saí da empresa no meu horário normal. Cheguei em casa cedo. As luzes estavam apagadas, não tinha ninguém por sorte. Fui para o meu quarto e liguei para Pandora. - Que milagre você me ligando. Aconteceu alguma coisa? – Eu quase não ligava para Pandora, conversávamos muito por w******p, mas chamadas era por conta dela. É até engraçado, porém não gosto de conversar no telefone. - Nossa! Não posso ligar para minha amiga. – Disse . - Claro que pôde, deve ! Mas o que aconteceu de tão importante para você me ligar? - Advinha ? - Arrumou um namorado ? – Respondeu rápido. - Namorado ? Fala sério Pandora! – Ela deu gargalhadas. - Amiga o único motivo que eu imagino é esse. – Ela sempre tinha que tocar nesse assunto. - Tudo bem, mas não é isso! – Claro que não seria! - A última situação que vocês me veriam era em um relacionamento. - Amanhã vou viajar para China de avião! - Uau amiga, tá poderosa! Sei que vai ser a trabalho, mas aproveite cada momento, você merece viver . - Pandora é tão boa pra mim, ela deseja que eu seja muito feliz. - Poderosíssima. - Demos risada. - Pode deixar amiga, vou aproveitar o máximo. - Amiga! Só te liguei pra te contar. Agora vou arrumar minha mala. Depois a gente se fala. Beijos. - Beijos. Boa viagem! - Obrigada! Fui arrumar minha mala . Coloquei roupas leves, pesquisei no Google, ele me mostrou que em Xangai está com temperaturas quentes. Mas por segurança vou levar dois pares de roupa quentinha. Fui colocando tudo na mala. Sapatos, tênis, sandália. Meus objetos pessoais que por sinal eram muitos, porque mulher tem que levar tanta coisa. Na hora de fechar a mala fui obrigada a sentar em cima dela. Parece divertido, mas é verdade. E por fim consegui fecha-la. - Que alívio . – Ofeguei. Pedi um lanche no burguer king , demorou um pouco a chegar. Mas era de se imaginar . Comi meu lanche e fui dormi . No outro dia saí trinta minutos mais cedo de casa, não queria que Nora e Isabela me vissem saindo de mala . Estou evitando questionamentos. Agora que minha vida está começando a melhorar quero evitar tudo que me faz m*l . Cheguei na empresa ás 07:20 da manhã. Como ainda estava cedo fui ao refeitório tomar um café. As 08:00 saímos de empresa, o motorista estava nos esperando em um Honda Accord prata, que carro lindo e confortável. Chegamos no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, quando avistei os aviões fiquei parada admirando. Eram enormes. Nunca tinha visto um de perto. Fomos para um guichê exclusivo com pouca fila par fazer nosso check-in . Depois aguardamos o voo em uma sala vip com comidas, bebidas incluindo alcoólicas, internet , espaço para relaxar e trabalhar . Nunca imaginei tanta mordomia. Após alguns minutos uma funcionária do aeroporto nos chamou para o embarque. Entramos era uma cabine com duas poltronas uma ao lado da outra. Observei ao meu redor, tudo muito luxuoso. Nossa cabine tinha um toalete exclusivo. As poltronas reclinam 180 graus e se transformam em camas , bem espaçosa. O monitor de entretenimento é grande e com imagem de qualidade. Quando olho para o lado estava um travesseiro macio, um cobertor e ainda uma nécessaire com objetos de higiene pessoal . Me acomodei na minha poltrona, inclinei um pouco para trás, nossa cabine tinha luzes de leitura com ajuste de foco, aproveitei e fui ler um livro. Sem perceber adormeci . Acordei com uma moça alta, de beleza imensurável entregando duas pastas para Robert. - O que é isso ? Perguntei meio sonolenta - O menu do nosso almoço. – E me entregou o meu para eu escolher. O menu tinha cinco opções de prato principal, opções de entrada e sobremesa. Os pratos eram servidos em pratos de porcelanato, com talheres de metal, copos e taças de vidro . Para beber tinha uma variedade de vinhos, whisky, champanhe, refrigerantes, sucos, chá, café, leite e entre outros tipos de bebidas. Escolhi uma massa de prato principal e suco natural de laranja. Estava muito gostoso meu almoço. Depois que almoçamos Robert puxou uma conversa. - Ana Clara você mora com seus pais ? – Confesso que não estava esperando uma conversa, ainda mais sobre minha vida pessoal. - Não! Meus pais já morreram. – Ele ficou tão sem graça e me pediu desculpas. -Respondi ele o mais curto possível, não dei nenhum detalhe a respeito. - Está bem! Isso já faz muito tempo. – Falei para ele não se sentir m*l. – Tocar naquele assunto me doía. Ficamos calados por um tempo. Quando menos espero Robert solta outra . - E você tem namorado? – Me subiu um arrepio . - Será que estou escutando direito?
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