Capítulo 2

2610 Words
Capítulo 2 Quando eu escutei a voz daquela mulher por trás daquele telefone, fiquei sem reação. - Sra. Ana Clara ? Está me escutando ? Me recompôs. – Sim, estou. - Vou precisar que traga sua carteira até a empresa as duas horas , e depois faça os exames admissional. - Sim, sim . Estarei aí esse horário. - Disse em tom feliz. - Ok, obrigada. Estarei aguardando. Tenha um bom dia! - Igualmente, senhora! Desliguei a chamada sem acreditar, me belisquei forte pra ver se era realmente verdade. - Aí aí. - Gritei de dor com meu belisco - Não foi um sonho. - A alegria se espalhou dentro de mim que comecei a pular e gritar. - Obrigada Jesus ! Fui tomar um banho frio. Lavei o meu cabelo que havia dias que estava sujo. Sai daquele banheiro me sentindo ótima. Me arrumei mais que depressa, ainda tinha que pegar um ônibus e um metrô para chegar, a empresa é um pouco longe da minha casa. - Onde você vai com tanta presa, disse minha irmã ? - Na volta eu te conto, e sai dando passos rápidos. - Ufa, cheguei faltando cinco minutos para ônibus passar. Se eu perdesse aquele ônibus o próximo sério só daqui a trinta minutos, então teria que pegar um Uber pra chegar até a estação e sairia caro pra mim. Sentei para descansar os minutos que faltava, me olhei em um espelho que carregava na minha bolsa. Estava me sentindo bem, meu semblante estava vivo. O ônibus passou, entrei mais que depressa e sentei. Em um piscar de olhos já estava na empresa. Acho que estava tão bem que nem vi o tempo passar. Cheguei na porta da Brant’s bem mais cedo do meu horário. Sempre chego com antecedência em meus compromissos, atrasar não é comigo. Entrei no elevador e fui até a sala da Sra. Collins . - Boa tarde, Sra. Ana Clara ! Tudo bem ? - Boa tarde, Sra. Collins. Sim, tudo bem e você ? - Estou bem , obrigada ! - Sente-se que vou te passar umas informações. Poderia me passar sua carteira, vou encaminhar para o RH . - Claro ! - Abri minha bolsa e a entreguei . - Seu horário de trabalho é de oito às cinco, com uma hora de intervalo, de segunda a sexta. Porém você pode ser chamada pelo chefe a comparecer na empresa fora do horário de trabalho, ou para uma viagem a negócios , inclusive sábados e domingos, que contara com bônus extra. Está de acordo isso? Dei um sorriso. - Pra mim está ótimo! - Os benefícios são . - Ela continuou. - Plano de saúde, vale transporte e vale alimentação. Temos um refeitório que servem almoço para todos os funcionários. - Nossa sério? - Ofeguei, sem acreditar. Ela me confirmou com a cabeça. - Sim. - São tantos benefícios!! No meu antigo trabalho não tinha nada disso, todos dias fazia minha marmita e levava. A única coisa que eles forneciam era um café com misto a tarde. Trabalhava por horas e não recebia hora extra, somente compensações. - Poderia ler esse contrato e assinar no xis por favor ! Li com atenção cada palavra que estava escrito nele, meus olhos se arregalaram na hora em que vi o salário, era três vezes maior do que eu recebia como secretária. O mais rápido possível assinei todas as folhas marcadas e a entreguei. - Seja bem-vinda, senhorita. Você começa segunda às oito. - Obrigada, muito obrigada. - Peguei em sua mão com tanta gratidão e fui embora. Desci o elevador , e fui andando em direção a saída daquele prédio. Peguei meu celular , era um Samsung J5 com alguns anos de uso e liguei para Pandora. No segundo toque ela atendeu. - E aí Ana - Consegui! - Falei mais que depressa. - Conseguiu, o que ? - Ela me perguntou sem entender. - O emprego na Bran’ts. - Sabia que você ia conseguir, parabéns. – Estou muito feliz por você. - E o salário é bom ? - Coloca bom nisso, suspirei. - Então vamos as compras, você precisa comprar roupas novas para trabalhar! Pensei por um minuto. - Você tem razão ! Minhas roupas não são de marca e já estão velhas. - Me encontre na estação, vamos pegar um ônibus para o centro, chego lá em trinta minutos. - Beleza, te encontro . - Tchau. - Bye! Cheguei no metrô Pandora ainda não estava lá, pouco tempo depois vi ela acenando de longe, fui em direção a ela. Fomos para o ponto e pegamos o primeiro ônibus com destino ao centro. Chegando lá andamos por várias lojas , mas era tudo muito caro. Até que encontramos uma com lindas roupas e um preço em conta. Fizemos a festa na loja. Passei tudo no cartão de crédito e dividi. Pandora me chamou para sua casa, ela morava em um apartamento com seu namorado Brian, aceitei é claro, não estava a fim de voltar para casa e a aturar tantas perguntas de Nora e minha irmã. O final de semana passou em um piscar de olhos. O relógio despertou as seis e trinta da manhã, levantei tomei um banho quente, penteie meus cabelos e amarrei um r**o de cavalo, vesti uma blusa e calça social. Pandora também estava de saída para o trabalho. - Boa sorte, Ana. Vai dá tudo certo ! - Obrigada, amiga. Espero que sim . Bom trabalho. - Valeu. Ela me abraçou e saiu. Saí em seguida. Cheguei na empresa faltava 15 minutos para meu horário. - Bom dia Ana Clara! - Bom dia Sra. Collins! - Como se sente no seu primeiro dia? Ela era tão amigável, faz qualquer pessoa se sentir bem. - Um pouco tensa, mas bem. - O primeiro dia é assim mesmo, aos poucos você vai se acostumando. - Obrigada, Sra. é tão gentil! - Que isso, só estou aqui para ajudar. Ela me levou pra uma sala enorme, cheia de computadores um ao lado do outro acompanhado de uma cadeira, cada funcionário ocupava uma. - Essa é a sua cadeira e me mostrou. - Daqui a pouco já te encaminho os documentos por e-mail para você traduzir. - Tudo bem! - Enquanto isso vai se acomodando no seu novo espaço. Ela me entregou meu crachá e saiu. Sentei , liguei meu computador. Tirei da minha bolsa meu celular, minha agenda de anotações, lápis e canetas. Olhei bem a minha frente era uma sala toda em vidro, dava para ver a Sra. Collins sentada a sua mesa ao lado de uma sala fechada. Provavelmente a sala do Sr. Robert, já que ela era sua secretária. - Olá novata, sou a Érica. - Ela disse se aproximando. - Prazer em conhecê-la sou Ana Clara! - Fiquei sabendo que você é a nova tradutora de mandarim e que vai trabalhar direto com nosso chefe. Cuidado ele é um galinha e tanto, mas nunca deu bola pra ninguém aqui da empresa. Todas as funcionárias solteiras e até algumas casadas se jogam em cima dele, mas ele é muito profissional, pelo menos aqui na Brant’s. Daquela porta pra fora ele dorme cada dia com uma. - Ela foi falando sem parar , sem se quer respirar. Fiquei boquiaberta, m*l tinha chegado e já me veem com fofocas , oque eu tenho haver com isso, pensei com ódio daquele comentário de Érica. - Não se preocupe, não estou aqui para brincar. Também sou muito profissional no que faço. - Respondi com frieza. Ela me olhou sem piscar um segundo, os olhos dela demostraram raiva da minha resposta. E saiu sem dizer mais uma palavra. Dei de ombros e me sentei. Abri o meu email, Sra. Collins tinha me mandado alguns documentos para tradução, e um compromisso durante a tarde. Passei a manhã inteira traduzindo. Alguns colegas de trabalho chegaram ate mim , me desejando boas vindas, todos muito gentis! Depois que voltei do almoço, Sr. Robert me chamou até sua sala. - Como vai Ana ? - Ele me perguntou sorridente. Ele me cumprimentou informal, achei estranho e lembrei do comentário de Érica. - Bem, obrigada Sr. Robert. - Respondi sem graça. - Espero que esteja gostando do seu primeiro dia. - Sim senhor, estou me adaptando. - Ótimo. - Hoje no final da tarde temos uma reunião de vídeo chamada com o senhor Tamashiro da China, se tudo dê certo vamos assinar um contrato pessoalmente com ele. - Sim senhor! - Mais alguma coisa ? - Não, somente isso. - Com licença. - Toda. Virei as costas, abri a porta , escutei a voz de Robert em um tom pouco alto - Ana Clara. - Sim. - Me virei em sua direção. - Boa sorte! - Obrigada, senhor! Aquilo me soou um pouco estranho, mas vindo do meu chefe fiquei feliz. Olhei no relógio que estava em meu pulso esquerdo já eram três e quarenta da tarde, como o dia estava passando rápido. Me levantei e fui para sala de reuniões. Entrei na sala, já tinha algumas pessoas sentadas. Era uma mesa enorme, comportaria umas vinte pessoas. Sra. Collins se aproximou de me mim e me mostrou o meu lugar, do lado Sr. Robert. Cumprimentei os que estavam ali e me sentei. A reunião durou em média duas horas, foi um pouco cansativo, por ser a primeira vez. Mas ocorreu tudo bem, não se quer houve um erro meu, o cliente gostou muito do nosso trabalho e em breve vamos a China acerta os detalhes e assinar o contrato. Sai daquela reunião já estava tarde. - Já pode ir embora, Ana Clara. – Por hoje é só, disse Sra. Collins Fui em minha mesa juntar minhas coisas e pegar minha bolsa. Quando escuto alguém atrás de mim dizendo: - Parabéns! Levei um susto, todos ali naquela sala já tinham ido embora, quando olhei pra trás Sr. Robert em pessoa me parabenizando. - Você se saiu muito bem. - E fez um joinha com polegar direito. - E saiu em seguida, nem deu tempo de agradecê-lo. Me senti tão bem com aquele dia, trabalhar em o que eu gosto, e deixei meu chefe satisfeito, não havia prazer melhor. Robert Aquele dia eu estava por conta de entrevistar várias moças para ocupar a vaga de tradutora e interprete em mandarim, já tinha entrevistado quase todas, e nenhuma era boa o suficiente para ocupar aquele cargo. Depois de muito tempo entrou Sra. Ana Clara Suede, Eu estava a olhando como olho pra qualquer mulher, eu gosto de analisar as mulheres e dormir com elas, porém no trabalho sou muito sério e profissional, mas fora dali eu tenho outra vida e comportamento. Aquela moça era muito bonita, só estava um pouco desleixada, certamente por ter uma vida sofrida e sem condições financeiras, ela estava tensa então a servi um copo de água para ela se acalmar. Fiz algumas perguntas, ela se saiu muito bem, ela tinha um diferencial das outras, não estava ali só pra concorrer por mais uma vaga de emprego, ela estava por amor a sua profissão, e por querer crescer na vida através do seu trabalho. Fiz alguns testes com ela, ela foi rápida, não parava um minuto de traduzir, fiquei espantado com sua agilidade e rapidez. Me decidi, ela era a candidata ideal para ocupar aquela vaga, porém como norma da empresa todas que estava na sala de espera passaria pela entrevista. Pouco dias depois Ana Clara começou a trabalhar na Brant’s, ela se saiu muito bem na nossa primeira reunião com um futuro cliente, eu estou feliz de ter feito uma boa escolha, quando eu vejo potencial em alguém, não erro. Então resolvi parabeniza-la, um bom trabalho deve ser reconhecido. Depois te ter Parabenizado a nova funcionária, desci o elevador contente de ter a escolhido. Foi um dia cansativo mas muito produtivo, tudo estava dando certo. Entrei no meu carro e fui direto para casa. Cheguei em casa minha mãe estava sentada no sofá. Quando ela me viu levantou de imediato. - O que foi Dona Rose ? - Perguntei brincando. - Estava te esperando. – Precisamos conversar . - Ela disse m*l- humorada. - Mãe pode ser amanhã? Estou tão cansado. - Não pode! Tem que ser agora. - Ok. - Me sentei no sofá em frente a ela. - Eu e seu pai estávamos conversando, já está passando da hora de você casar. - Casar ? A senhora enlouqueceu? - Não! – Você está com trinta anos, sabe o que as pessoas falam de você na empresa? – Que você é um canalha, que dorme cada dia com uma mulher, que nunca vai casar e ter filhos. -E daí ? Isso não tem nada haver com a empresa, eu nem se quer olho para nenhuma funcionária, e não converso nada a não a ser relacionado a trabalho. Nunca atrasei um dia. Estou fazendo a Brant’s crescer mais e mais, o que tem haver minha vida pessoal... Ela me interrompeu - Como é o diretor responsável pela Brant’s você deve ter uma família como todos os outros. – Não se preocupe com isso meu filho já escolhemos quem vai ser sua esposa. - O que ? Como assim ? Quem ? - Disse em tom alterado - Débora. - Débora!? Débora é filha dos amigos dos meus pais desde a nossa infância, ela não saía aqui de casa, sempre quis se envolver comigo, mas eu nunca a usei pela amizade de seus pais com os meus. Mas ela é muito ambiciosa, não tem amor em ninguém , apenas pelo dinheiro. - Sim, ela mesma! – Ela é de uma família classe média, muito culta e adorável e ainda gosta de você desde a adolescência. - Mentira! - Disse rapidamente. - Ela sempre gostou foi do meu dinheiro, não de mim. – Ela é igual a todas as outras, interesseira! Levantei daquele sofá abri a porta e fui em direção ao carro, minha mãe veio atrás de mim correndo . - Se você não se casar com ela perderá seu cargo de diretor. Entrei no carro e acelerei, não queria escutar aquilo. Fui ao bar que tinha costume de ir beber a noite . Pedi um whisky e fiquei refletindo o que dona Rose me disse. Sério não bastasse ser exemplo profissional, ainda tenho que me casar, aquilo não saia da minha cabeça, quando mais eu pensasse mais minha raiva aumentava, tenho que achar uma solução. Aproximou uma moça de mim, como de costume, começamos a conversar e depois saímos, fomos ao motel. Aquilo pra mim era normal. Levantei no outro dia, peguei um terno que estava no carro me arrumei e fui para a empresa. Cheguei na empresa fui direto para minha sala, fiquei olhando em direção aquela grande janela de vidro e comecei a pensar: quem poderia ser a minha esposa de mentirinha, eu nunca quis ter um compromisso sério com ninguém. Todas as mulheres com quem eu dormi? Não ! As funcionárias da empresa que estão solteiras? Não! Elas vão querer sugar toda minha herança, pensei. Apesar de eu não ter i********e com nenhuma eu as conhecia, todas davam em cima de mim por ser bonito e rico, tinha até algumas casadas que não saiam do meu pé. Sentei em minha mesa e liguei meu notebook, coincidentemente ele abriu no currículo de Ana Clara, eu ainda conhecia pouco sobre ela, vi que ela é solteira, teria ela um namorado ? - Quem sabe ela se encaixa no meu perfil de esposa ? - Disse pra mim mesmo. Vou procurar saber . - E saí da minha sala .
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD