Capítulo 2

1213 Words
— Juliette, o que é esse baú tão grande? Até precisou de quatro homens para carregar! — Pergunta mamãe espantada. Enquanto os empregados da mansão levam os meus preciosos pertences para o meu novo lar. — Nada de mais Dona Belinda, só as minhas coisas, sabe como é, preciso está preparada para tudo. Meu tom saiu sério, meus olhos deviam irradiar uma ira fulminante. — Filha eu te amo, amo todas as minhas filhas... mas eu te conheço Juliette... por favor tenha bons modos... e só faça o que o seu marido disser... não se comporte como homem selvagem! Resmungou no finalzinho da frase. — Amanhã casarei com um homem que nunca vi, nunca falei, não sei o seu real interesse em mim. Se for um violentador de mulheres? Um ser repugnante ou um homem c***l?! Então mamãe, não diga para ter modos, porque isso já é demais... não acha? Saio da frente dela toda ressentida. Mas a voz austera do papai me faz congelar. — Nós, seus pais, sabemos o que é melhor para todas vocês... se o rapaz lá fora te quisesse realmente teria tido coragem para pedir sua mão... Joseph teve todos esses anos para fazer a corte, mas nunca veio falar comigo, seu pai... então não fique chateada comigo ou Belinda. Escuto com dor e pesar suas palavras. Viro-me para eles. — O Senhor não pagaria o meu dote para um serviçal, não é papai? Sempre nos tens tratado como princesas... ele nunca se atreveu a pedir, se achava indigno e... — Se Joseph tivesse tido a coragem, eu teria permitido, mesmo não gostando... mas assim saberia que ele te amava. — E quem garante que o meu futuro marido me amarás? — Não posso garantir, mas eu o conheço e sei sobre toda a sua família. É um bom homem; sábio, responsável sensato, inteligente e acima de tudo respeitador... você irá se apaixonar por ele... sei que vai. Meu pai sorriu meio que de lado, típico sorriso torto, beija minha testa segurando nos meus ombros. Fecho os olhos com o seu gesto. Ele e a mamãe saem da saleta. Sento-me no sofá perdida em pensamentos. ************************************ — Melhora essa cara filha, não está indo para o seu velório! Meu pai cobre o meu rosto com o véu, depois que beijou minhas bochechas. Está tão tranquilo, satisfeito, entregando a sua primogênita para um homem que ela não conhece. Estou sim, indo para o meu velório, porém arrastaria esse homem também, se me tocar, vai encontrar sua morte! Estou com os braços entrelaçados com o meu pai caminhando para o altar. Os sinos batem com chegada da noiva emburrada. Parecia que a França em peso estava na cerimônia, todos se levatam e nos olham. Meu vestido de noiva é de uma verdadeira princesa, o véu esconde um pouco o meu rosto. Em decorrer, mirei um homem, parado de frente para o altar. Meu futuro marido... Coitado... Não sabe o que lhe espera. A primeira impressão que tenho sem dúvida é na sua altura, alto, até demais, não gosto disso. Suas costas são bem largas, usando um vestimento típico de um nobre, no tom azul marinho. Enfim chego no altar. A caminhada foi uma tortura, meu estômago se revirando, querendo vomitar. Mas é agora quê o inferno começará. O Cavalheiro misterioso se vira... Meu coração erra uma batida... m*l posso vê-lo, porém seus olhos azuis fixam no meu rosto com doçura, revelando um sorriso encantador. — Estou entregando um dos meus bens mais valiosos, mais do que o ouro, fortuna, título e outos tesouros terrenos. Faça a minha filha feliz Visconde. Visconde!? Eu ouvi bem?... Serei uma Viscondessa?... Por essa não esperava. Meu pai entrega minha mão para o Visconde, ele recebe e deposita um beijo, mirando-me nos olhos. — Sim.. Senhor Leônidas... A farei muito feliz... Juliette será o meu tesouro mais valioso. Dou um suspiro, em seguida retiro a mão do seu toque e viro para frente do altar, ele se vira também, porém não tira seu olhar da minha pessoa. Trazendo-me um incomodo infinito. Olho para tudo quê é lado, menos para ele. Vejo minha mãe, tão bela em um vestido vermelho e minhas irmãs. Pilar toda de azul e Danna de rosa, o corte dos vestidos é quadrado no b***o, moderno para época, sem armação. Pilar ficou encantada com o Visconde, tanto que Danna a cutucou para ela parar de encarar tanto. Minha irmã... é muito sonhadora. O casamento prossegue, o cardial fala várias coisas que não me interessa, quero que acabe logo e no fim... — Visconde Esteban Gutierrez Sanches, aceita Juliette Basstilee Queiroz como sua esposa para respeita-la, cuida-la, ama-la... até que a morte vós separe? — Sim... mil vezes sim... — Diz olhando-me. — E a Senhorita Juliette Basstilee Queiroz, que a partir de agora terá o nome Sanches no final do seu nome. Aceita o Visconde Esteban Gutierrez Sanches como seu esposo para respeita-lo, cuida-lo, ama-lo... até que a morte vós separe? Passa uns segundos e todos esperam minha resposta, os convidados ficaram cochichando entre eles, até um casal de idosos da parte da família dele ficam me olhando com cara de poucos amigos, acho que são meus futuros sogros. Dou um sorriso de lado, pelo menos nisso posso achar graça, desse desespero estampado nos seus rosto. Minha mãe e meu pai olha-me seriamente, Danna é a única que faz joinha. Está adorando esse suspense. Até o Visconde me olha com a sobrancelha arqueada, sério, o sorriso confiante se desfazendo... Adorei. — Sim... — O timbre saiu baixinho. Escutando o ar saindo dos pulmões dele, aliviado pelo meu sim. Até o cardial deu um longo suspiro. Depois pediu para o Visconde colocar a aliança no meu dedo, ele o faz, sem deixar nem por um segundo de me olhar... Nossa será que perdeu alguma coisa aqui? Penso comigo mesma. Depois é a minha vez, enfio a aliança no seu dedo rápido demais para acabar logo com esse tormento. — Eu vós declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. Respiro fundo, nós dois viramos um de frente para o outro, em seguida ele segura o meu véu e bem lentamente levanta, jogando para atrás da minha cabeça... Nos miramos seriamente... Seus olhos passeiam pelo meus, como se tentasse em vão adivinhar os meus pensamentos, eu permaneço gélida, estreitando os olhos, esperando se vai se atrever a me beijar. Ele dá um sorriso mostrando seus dentes perfeitos. Em seguida se aproxima e acabo fechando os olhos. Coração batendo a mil, desespero me consome... será meu primeiro beijo... na frente de todos... com um homem que não sinto nada... Meu marido. E nesse momento que pareceu ser uma eternidade... o Visconde me toma em um beijo... na testa... Dei um suspiro de grande alívio... Pelo menos por enquanto estava se comportando como um Cavalheiro. Todavia depois do seu beijo na minha testa me olha dizendo... — Minha! Finalmente. O Visconde segura na minha mão, viramos para todos os convidados e o público batem palmas. O cardial anuncia. — Apresento-lhes: O Visconde Sanches e a Viscondessa Sanches. As palmas continuam sem cessar e eu só penso em um coisa... Não serei sua Visconde... Nunca serei... Vai encontrar sua morte comigo se me tocar, eu lhe juro!
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