Capítulo 4

1614 Words
Como ainda é começo de tarde, ao chegar em casa, o local se encontra completamente vazio, já que a minha mãe está no trabalho e a minha irmã está na escola, então a primeira coisa que fiz ao entrar, foi abrir todas as janelas, troquei de roupa e logo dei uma pequena arrumada na casa, e quando terminei, fui tomar um bom banho quente, mas em tudo o que eu fazia, eu tentava procurar uma forma de contar para a minha mãe que eu fui demitida, e que ainda estou prestes a sair do mais pais por um tempo, mas eu acho que o mais difícil disso tudo, vai ser contar para ela que estou indo trabalhar em uma boate em Las Vegas. Então quando foi se aproximando a hora dela chegar, eu comecei a prepara uma comida bem fresquinha, na esperança de que isso facilite um pouco a nossa conversar, para poder agradá-la pelo menos um pouco, eu fui até o mercadinho do bairro e comprei um refrigerante, já que na maioria das vezes, uma Coca com limão, é aquilo que a mais anima. Quando ouvi o portão sendo aberto, eu segui na direção da sala é a esperei entrar, para não correr o risco de ela achar que alguém entrou na nossa casa, já que quando a mesma foi trabalhar, ela deixou toda a casa fechada. - Oxi. – Minha mãe fala com surpresa, quando me encontra sentada no braço do sofá. – Você chegou mais cedo hoje, aconteceu alguma coisa? - Hoje aconteceu muitas coisas na verdade, mas eu sugiro que você tome banho primeiro, aí podemos conversar com mais calma. – Sugiro. – Já até coloquei a sua toalha no banheiro. - Certo, quando eu sair do banho, a gente conversa. – Ela concorda enquanto passa por mim, e segue da direção do seu quarto, para poder deixar a sua bolsa lá, e ir até o banheiro tomar banho. Eu aproveito esse tempinho para poder desligar o fogão quando a água do arroz secou, assim como também desligo o forno, quando vejo que a batata e o frango já estão dourados, e quando ouço o portão sendo aberto novamente, sei que é a minha irmã chegando da escola, e logo em seguida posso ouvir os seus passos arrastando pela sala, e vinda na minha direção, já que para chegar nos quartos, tem que passar pela cozinha. - Mãe? – Amanda chama, quando chega na porta do banheiro. - Está tomando banho. – A respondo assim que apareço na porta da cozinha. - Você não deveria estar no trabalho? – Ela me pergunta, assim que olha na minha direção. - Hoje eu saí mais cedo. – Dou de ombro. – Vai para o seu quarto deixar a sua bolsa e separar a roupa que você vai usar assim que sair do banho, eu já deixei a sua toalha no seu quarto. - Obrigada. – Ela agradece e segue na direção do seu quarto. Mesmo sendo uma menina muito esperta, Amanda é só uma criança de doze anos, então eu não vejo necessidade de compartilhar o tipo de problema que eu estou tendo agora, com ela. Na minha opinião os únicos problemas que ela tem que resolver agora, e os problemas da escola. Quando a minha mãe saiu do banheiro, Amanda entrou logo em seguida, e após ter se vestido, a minha mãe veio até a cozinha, e se sentou em uma das cadeiras, e fez um gesto para que eu me sentasse na cadeira mais próxima dela, e é isso que eu faço. - Agora me diz, o que aconteceu? – Ela me pergunta, enquanto me lança o seu olhar mãe protetora. - Eu fui demitida. – Falei sem enrolação, até porque não tem outra forma de dizer isso. - Foi por justa causa? – Minha mãe me pergunta, pois, melhor do que ninguém ela sabe como é trabalhar em um mercado, assim como ela também sabe como aquele lugar, consegue acabar comigo psicologicamente. - Não, eles disseram que estão fazendo alguns ajustes, e cortes seriam necessários. – Dou de ombro, enquanto suspiro. – Eu fui desses cortes. - Tudo bem, a gente vai dar um jeito. – A minha mãe coloca a sua mão sobre a minha, e dá um leve aperto. – A gente sempre deu um jeito. Podemos cortar alguns gastos sem necessidade, e economiza na energia e na água, assim as contas iram vir menores. - Mãe, você sabe que não tem como economizar mais na luz e na água, a gente nem fica em casa direito e mesmo assim a conta de luz não é menos de cento e cinquenta reais, a gente lava roupa pelo menos duas vezes por semana, e água vem cem reais. – Eu falo a verdade. – Não importa o quanto economizemos, as contas sempre viram esse valor por causa das taxas. - Tudo bem, você tem razão, mas não tem motivo para entrarmos em desespero, como eu disse, vamos dar um jeito. – Minha mãe tenta ser positiva. - Eu tenho um plano, mas eu preciso que você me ouça com atenção. – Falo vendo que já é hora de entrar na parte mais doida disso tudo. - Ok. – Ela concorda, e fazendo um gesto com a mão, ela indica que eu já posso começar a falar. - Anteontem a Clara foi se encontrar comigo perto do meu trabalho na hora do almoço, e ela me falou sobre uma proposta de trabalho que ela recebeu, e ela acabou falando sobre mim, e perguntou se essa proposta poderia estendida para mim também, e eles concordaram. – Comecei a falar resumindo um pouco, mas tentando colocar as informações importante. - Isso é ótimo. – Minha mãe sorri ao me interromper. - Por esse lado é bom, eu estou saindo de um trabalho, mas eu tenho outro para correr. – Hora de dar as informações preocupantes. – Mas esse trabalho é fora do pais, especificamente é um trabalho em Las Vegas. - Em Las Vegas? – Ela me pergunta para ter certeza de que ouviu corretamente, e eu concordo com a cabeça. – Você trabalharia fazendo o que? - Seria como dançarina em uma boate. – A respondo, mas antes que ela possa me interromper, eu volto a falar. – Sim, eu pensei que poderia ser mais um esquema de tráfico de pessoas, mas a Clara conversou com um conhecido que pesquisou sobre a boate, e ela realmente existe, e tem relatos de pessoas que trabalha ou já trabalhou lá, falando que é um ambiente seguro, para trabalhar. E hoje após a minha demissão, eu liguei para a Clara, e disse que eu aceito esse trabalho. - Agatha. – Minha mãe fala o meu nome, enquanto ela tenta achar as palavras que usara. - Eu sei que é uma grande loucura, mas indo trabalhar fora e recebendo em dólar, poderei resolver as nossas vidas. Você pode finalmente comprar uma casa nova já que o dólar é valorizado, eu ficaria em Las Vegas por um ano, eu acredito que isso seja tempo o suficiente para juntar um bom dinheiro. – Digo olhando nos olhos dela. – Você sabe que eu irei para lá somente para dançar em uma boate. Eu quero que você confie em mim, como sempre vem confiando, eu quero que você veja que eu aprendi tudo o que você me ensinou na vida, e essa é uma grande chance. - Certo, mas e se lá não for isso que você está pensando? – Ela me pergunta. - Eu também pensei nisso, então eu tenho um plano. – Respiro fundo, para em seguida dar início a minha explicação. – A viagem é para daqui dois messes, então terei tempo para resolver algumas coisas, e entre elas está a minha rescisão e as cinco parcelas do seguro desemprego. Eu vou pega a rescisão e fazer algumas coisas por aqui, como cuidar do meu passaporte, e o que sobrar, eu irei levar comigo. Eu descobri que dentro do aeroporto tem como alugar uns armários, então eu irei alugar um, e nesse armário irei guardar uma bolsa com dinheiro, um celular e documentos, e se alguma coisa der errado, eu vou ter uma forma de fugir, seja para uma cidade vizinha, pegar um avião direto para o Brasil novamente, ou até mesmo entrar em contato com a embaixadas brasileiras, esse é o meu plano de escapatória. E as cinco parcelas do seguro desemprego, eu vou deixar aqui com você, pois assim você conseguira pagar tudo aqui em casa, até eu ficar estabelecida lá e poder mandar o dinheiro para você. - Ok, pode ser uma boa ideia, e eu confio em você completamente, eu conheço a educação que te dei e sei que você sempre vai usá-la corretamente. – Minha mãe fala mostrando o quanto ela confia em mim. – Você pode ir, mas eu quero que você me prometa que vai sempre ligar para mim, estaremos sempre em contato uma com a outra, e se por alguma ração você não falar comigo um dia se quer, eu entro em contato com a polícia. - Tudo bem, sempre ligarei para você. – Sorriu concordando com a cabeça. - Qual é o nome desta boate? – A minha mãe me pergunta. - Eu não sei. – Realmente, como eu não perguntei o nome da boate para a Clara. – A Clara está vindo aqui hoje, e iremos conversar sobre tudo, e quando eu tiver mais algumas informações, eu te conto. - Certo, vamos ver como as coisas vão ser. – Minha mãe fala sorrindo amigavelmente para mim. "É, não foi tão difícil como eu imaginei."
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD