Capítulo 5

1063 Words
Eu estava cansada depois de esperar Alana entrar em 5 lojas pra achar um vestido pro casamento da irmã dela. A irmã da Alana conseguiu uma bolsa pra estudar no exterior , e mesmo morando na periferia  Alana ia no mesmo caminho, o pai delas era aposentado dos bombeiros e conhecia muita gente e por isso acabou conseguido uma ótima escola pra Alana também. _Acha que esse vai ficar bom?_ Alana pergunta mostrando mais um vestido _Alana você é linda qualquer coisa vai ficar boa_ falo me sentando em um puff da loja    Alana era branca com os cabelos pretos e lisos, era bonita  sem precisar fazer nenhum esforço. Ela sempre foi bem recebida em lugares que eu não era tão bem recepcionada assim.     Ela ainda estava olhando para os vestidos quando vi um na vitrine de uma loja que parecia cara, andei ate a loja e parei de frente pro lindo vestido , decidi entrar e olhar mais de perto. Entrei na loja e uma vendedora me olhou e mesmo percebendo que eu queria ver o vestido me ignorou, era como se ela tivesse deduzido que eu não tinha dinheiro pra pagar e então decidiu me ignorar completamente.   Sempre tentei colocar na minha cabeça que minha cor não me fazia melhor nem pior que ninguém, mas naquele dia me deparei com uma situação que começou a me despertar pra realidade. _Quero experimentar esse vestido_ falo olhando pra vendedora Era uma loja cara, e logicamente eu estouraria o limite do meu cartão com aquele vestido, mas me senti no direito de provar pra ela que eu poderia sim comprar aquele vestido se quisesse. _Só temos dois desse_ ela me olha de cima a baixo_ e acho que não vão caber em você.   Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, ela realmente estava me dizendo aquilo? _Acho que tenho o direito de experimentar antes_ falo a encarando _Claro_ ela parecia contrariada mas pegou o vestido e me entregou . Entrei no provador e coloquei o vestido , e era perfeito caiu como uma luva, e mesmo que eu tenha tido um pouco de dificuldade com o zíper na hora de vestir, no final acabei gostando do caimento nas minhas curvas um pouco maiores ele caiu bem, o vestido era ótimo dele não tinha nada o que reclamar. Troquei de roupa e decidi que levaria , afinal eu também iria para o casamento, precisava estar chic. Sai do provador e vi Alana olhando o mesmo vestido a mesma vendedora ao lado dela , sorridente... _ É lindo_ Alana apontava para o manequim _Temos dele preto e salmon, os dois ficariam perfeitos em você_  vendedora disse Eu nunca fui de chorar por besteiras, mas naquele momento minhas lagrimas caíram sem que eu percebesse, eu chorei, mas chorei de raiva. Olhei para o vestido em minha mão e me perguntei o por que eu tive que me virar sozinha pra fechar o zíper por que a vendedora não quis me atender direito, por que eu tive que aceitar o preto sem nenhuma opção de escolha? Qual era a diferença? Nós duas morávamos na periferia e vestíamos o mesmo estilo de roupa, o que tínhamos de diferente? _Então você estava aqui_ Alana sorriu ao me vê_ me deixou falando sozinha na outra loja _Comprou o vestido?_ falo engulindo a raiva e tentando parecer normal _Comprei_ ela sacode a sacola_ e você vai comprar esse? Eu tinha pensado em gritar e xingar a maldita vendedora racista que obviamente me atendeu m*l por eu ser n***a. _Eu até gostei mas queria de outra cor_ encaro a mulher que de branca ficou vermelha _Tem salmon menina!_ Alana diz _Hum..._ encaro a vendedora_ achei que so tinha esse.   Fiz ela subir as escadas milhares de vezes e experimentei todos os vestidos da loja. No fim acabei levando o preto mesmo, mas antes dei uma canseira naquela palhaça. _Obrigada querida_ abro um sorriso irônico   Saí daquela loja naquele dia totalmente revoltada e me perguntando do por que as pessoas se achavam no direito de classificar quem as pessoas eram por sua cor.     No dia seguinte acordei um pouco mais tarde já que Debora viajou a trabalho e eu não precisava trabalhar, e por mais que fosse so um dia fiquei feliz por poder descansar um pouco. Me lembrei de ter marcado um café com o Cadu , mas como não nos veríamos achei melhor deixar pra lá, não era uma boa ideia mesmo. _Bom dia_ falo me sentando na mesa pra tomar café com a minha mãe _Aonde você vai?_ minha mãe pergunta _Praia_ levanto os braços sorrindo_ hoje é meu dia de folga, quer vir? _Não_ ela sorri_ vou comprar algumas coisas hoje. _Ok_ falo me levantando_ então ate mais tarde.   Eu não tinha o costume de ir a praia sozinha mas como ninguém podia ir comigo, e eu queria muito ir acabei indo sozinha mesmo. O dia estava ótimo e a praia era tão pertinho , nada me impedia , seria bom sentir a brisa do mar no rosto me fazia relaxar.     A praia estava mais cheia do que eu imaginava pra um dia de semana, me sentei perto de uma senhora com três crianças e imaginei que depois de um tempo me arrependeria, afinal criança na praia quer dizer que quem está do lado vai ser atingido por inúmeras chuvas de areia. Tirei meu short jeans e minha blusa e me sentei na canga , peguei meu celular e coloquei meus fones de ouvido , aquilo pra mim era o paraíso, até que uma das crianças correu e a tal chuva de areia me atingiu. _Me desculpe moça_ a senhora parecia sem graça _Tudo bem_ dou um sorriso amarelo Puxo minha canga mais pro lado e um pouco mais a frente vejo uma prancha na areia e ninguém sentado ao lado, decidi sentar pra la já que parecia mais tranquilo. Abri minha canga perto da prancha , me deitei com os fones no ouvido e fechei os olhos na tentativa de relaxar um pouco e ate que funcionou até que senti alguém tirar a prancha e a areia vir na minha cara. _ Me desculpe_ eu conhecia aquela voz Abri os olhos lentamente e m*l acreditei quando vi o Cadu sorrindo com a prancha na mão, aquilo não podia ser verdade, não podia estar acontecendo. _Oi_ falo sem graça
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