Capítulo 24

1094 Words
P.V. Princesa Kiara Lien era uma força da natureza. Depois de conseguir escapar dele, subi as escadas com as pernas bambas. "Que homem era esse, meu Deus!" Ele estava se revelando bem diferente do que eu pensava. Na minha cabeça, ele era mais quieto, mas, pelo visto, eu me enganei. E aquela história de casamento! Sempre soube que teria que me casar, mas com Lien? Resolvi ser um pouco rebelde. Qual era a graça de apenas dizer "sim"? Não, deixar ele ansioso seria muito mais divertido. — Aonde vai com esse sorriso? — perguntou Sofia. — Fugindo do Lien — respondi, vendo ela revirar os olhos. Sofia me conhecia bem. Sabia que eu estava aprontando. — Desembucha — disse ela, com as mãos na cintura. — Ele quer uma resposta sobre o casamento — respondi, enquanto Sofia me puxava pelo braço até o quarto dela e fechava a porta. — Por que você não responde logo para ele? — Ele está jogando sujo — falei, jogando-me na cama. — Então quero dar o troco. — Que tipo de jogo? — perguntou ela, vindo se sentar ao meu lado. Ela me encarava com curiosidade, e senti as minhas bochechas corarem. — Não! — exclamou ela, já imaginando um monte de bobagens. Sofia tinha uma mente muito fértil. — Seja lá o que você está pensando, não é isso — rebati, vendo os ombros dela caírem em desgosto. — Então o que é? — Você não precisa saber. Só precisa me ajudar. Sofia sabia que eu não mudaria de ideia. — Tudo bem, mas depois você me conta. — Está bem. Só preciso ficar longe dele por um tempo. Ela balançou a cabeça, achando graça. — Você é muito estranha, Kiara. Achei que você gostasse dele. — Eu gosto, mas ele precisa de uma lição depois de ficar me provocando. O dia passou rápido. Graças a Sofia, eu consegui evitar Lien com sucesso. Duas vezes ele quase me pegou, mas inventei uma desculpa e escapei. Estava adorando esse jogo de gato e rato. No dia seguinte, acordei com cautela. Abri a porta bem devagar para não ser pega. Graças a Deus, só havia guardas no corredor. Desci correndo para tomar café. Quando cheguei à cozinha, não havia ninguém. Peguei um bolinho da travessa, mas, antes de dar uma mordida, uma mão o tirou de mim. — Até quando vai me ignorar? — perguntou Lien, olhando-me sério. — Até o último minuto — respondi, afastando-me dele. — Você está agindo como uma criança, Kiara! — disse ele, dando a volta na mesa. Corri para o outro lado. — Você também — rebati, sorrindo. O rosto dele se fechou, e percebi que estava encrencada. Comecei a correr, gritando. — Volta aqui, Kiara! — ouvi a voz dele ao longe. — Tenho algo para fazer! — gritei por sobre o ombro. — Não vai fugir de mim! — retrucou ele. Disparei pelo corredor. Olhei para trás e não o vi. Acabei esbarrando em alguém. — Me desculpe — falei, olhando para cima e vendo Mário, que me olhava divertido. — Não tem problema, alteza — respondeu ele. Ouvi os passos de Lien se aproximando, então abri a primeira porta que vi e puxei Mário comigo. Lien passou correndo pelo corredor, e eu saí rindo. — Deveria falar com ele, alteza. Ele vai caçá-la até encontrá-la — disse Mário. — Então que vença o melhor — respondi, rindo. Logo vi Lien voltando. — Kiara!!! — bradou ele, correndo na minha direção. — Fique aí! — Conversamos depois, Mário. — Falei, arregalando os olhos. — Se eu sobreviver! — gritei, já correndo. Ouvi a risada de Mário ao longe. Não foi fácil fugir, mas consegui. Passei o resto do dia me escondendo. Nem desci para jantar. Quando achei que todos já estavam dormindo, fui para o meu quarto na ponta dos pés. — Kiara! — levei um susto ao ver Sofia na minha frente. — Quer me matar do coração? — perguntei, com a mão no peito. — Preciso falar com você — disse ela, já me puxando para o quarto dela. — Não pode ser amanhã? — Não. — Calma, Sofia! Ela praticamente me arrastou, abriu a porta do quarto, empurrou-me para dentro e trancou por fora. — Ela é toda sua! — ouvi Sofia dizer. Senti alguém se aproximando, mas não tive coragem de olhar. As minhas mãos agarraram com força a maçaneta da porta. Então senti um corpo colar-se ao meu e braços fortes segurarem a minha cintura. — Por que está fugindo de mim? — perguntou Lien, afastando o meu cabelo. Quando senti os seus lábios tocarem o meu pescoço, um arrepio percorreu o meu corpo, e apertei ainda mais a maçaneta. — Ainda não respondeu — disse ele, continuando a beijar o meu pescoço, subindo em direção à minha orelha. Ele deu pequenas mordidas, e eu deixei escapar um gemido. — Pare, Lien — pedi, em um tom baixo. — Não. — Agora ele beijava o meu ombro. — Você merece um castigo por me fazer correr atrás de você por dois dias. Ele pegou as minhas mãos e me virou, para que o encarasse. Um sorriso travesso estampava o seu rosto. O seu corpo pressionava o meu contra a porta, e eu podia sentir o seu calor e o seu perfume, que era maravilhoso. Uma da suas mãos envolveu a minha cintura, enquanto a outra descansava na minha bochecha. O seu rosto se aproximou do meu, e os seus olhos refletiam o amor que sentia por mim. A sua respiração estava um pouco irregular, e, quando coloquei a minha mão no seu peito, senti o seu coração acelerado. Percebi que o que fizera era besteira. Olhando para ele agora, tive certeza disso. — Me desculpe — falei, olhando nos seus olhos. — Não tem que pedir desculpas — respondeu ele, encostando a testa na minha. — Fiquei assustada. Sempre soube que teria que me casar um dia, mas agora tudo parece tão real que fiquei com medo. Não queria te ignorar. Ele suspirou e se afastou um pouco para me olhar. — Eu que tenho que te pedir desculpas. Não devia ter te pressionado. Dói saber que vou precisar me afastar de você. Estava apenas sendo um i****a. Dei um pequeno sorriso com as suas palavras. — Realmente, você estava — falei, abraçando-o. — Vamos apenas aproveitar essa nossa última noite juntos, tudo bem? Apenas balancei a cabeça em concordância. Seria horrível não tê-lo por perto, mas isso teria que ser suficiente para me animar.
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