Capítulo 23

1152 Words
P.V. Príncipe Lien Virei-me, encostando as costas na parede, com os meus lábios ainda nos dela. A suas mãos puxavam levemente os meus cabelos enquanto outra acariciava as minhas costas. — Mudou de ideia? — perguntei, sorrindo. — Para com isso. Você está dificultando os meus pensamentos — respondeu ela, ofegante. Comecei a beijar o seu pescoço e vi a sua pele se arrepiar. O perfume dela era delicioso: doce e cálido, com um toque floral. Quando ela se apoiou em mim, soube que a minha estratégia havia dado certo. — Do que você tem medo? Posso espantar todos eles. — Para! Não consigo me concentrar desse jeito — disse ela, com a respiração pesada. Mordisquei a sua orelha e vi-a suspirar, tentando segurar um gemido. Um sorriso estampou o meu rosto. — Apenas aceite, Kiara. Eu jamais permitirei que alguém além de mim a segure assim, como estou agora. Demorei muito para encontrá-la, e não quero ficar longe de você. — Me dê algum tempo para pensar — respondeu ela, por fim. — Dou dois dias. Ela se afastou de mim, quebrando o nosso contato. — Por quê? — Preciso retornar ao meu reino. Não queria fazer isso, mas é necessário. — Vi o seu rosto entristecer. — Não se preocupe. Vou conversar com o rei antes. Com o ataque recente, preciso ter certeza de que é seguro partir agora. Ela se aproximou e me abraçou, encostando a cabeça no meu peito. Acariciei os seus cabelos, tentando passar conforto. — Acho que você não deveria voltar agora. Vou ficar morrendo de preocupação. — Já estou aqui há muito tempo. Preciso verificar se tudo está em ordem. — Eu sei, mas ainda não quero que você vá — disse ela, afastando-se e olhando nos meus olhos. Acariciei a sua bochecha, sorrindo. — Sua tola, vou ficar bem — disse, soltando-a. — Preciso ir. Não seria bom alguém me encontrar no seu quarto. Vi Kiara dar um passo para trás, cruzando os braços com as sobrancelhas arqueadas. — Acho que você se esqueceu dos guardas do lado de fora — disse ela, sorrindo. Eu realmente havia esquecido, e após pensar nisso percebo que não estava sendo tão furtivo quanto pensava. — Bem, então podemos nos casar. Assim, ninguém vai falar nada sobre você. — Sorri de forma travessa. Ela se aproximou e me deu um tapa no braço. — Vai logo. Conversamos amanhã — disse, abrindo a porta e empurrando-me para fora. Ela nem esperou que eu me despedisse antes de bater a porta na minha cara. Os guardas do lado de fora exibiam pequenos sorrisos. Caminhei até o meu quarto, onde também havia guardas e Rolf, que já me esperava. — Alteza — disse ele, fazendo uma reverência. — Hoje você vai fazer a segurança por dentro. Também preciso conversar com você — falei, abrindo a porta e esperando que ele entrasse. Assim que entrou, fechei a porta. — Do que precisa, Alteza? — Quero que organize tudo para partirmos em dois dias. Vi a surpresa cruzar o rosto de Rolf. — Aconteceu algum imprevisto? — Não, mas o ataque me deixou preocupado. Se algo estiver acontecendo lá, demoraria para saber. É melhor eu voltar por um tempo. — Como desejar. Amanhã começarei a preparar o pessoal. — Ótimo. Vou pedir uma escolta ao rei. É bom reforçarmos o nosso grupo. — Prudência é sempre bem-vinda. Afinal, não sabemos quem organizou o ataque. — Isso que não entendo. Não consigo imaginar o que pode ter provocado isso. Nada me vem à memória. — Vamos encontrá-lo. Ele não poderá se esconder para sempre. — Espero que sim. Depois de conversar com Rolf, tomei um banho e fui dormir. O dia seguinte seria cheio. *** Desconhecido — Infelizmente o meu ataque fracassou, mas serei mais cuidadoso da próxima vez. Esse príncipe vai me pagar caro por pegar algo que me pertence. A minha vingança está apenas começando. Vou ensiná-lo o que realmente é sofrimento. A pessoa sorria de forma macabra enquanto planejava sua vingança. O capuz cobria o seu rosto, deixando apenas os lábios visíveis à luz da lua. Os seus pensamentos eram diabólicos, e sua aura refletia o m*l que habitava dentro de si. *** Na manhã seguinte, antes que eu pudesse procurar o rei, fui chamado à sua presença. Sabia que o ocorrido o incomodava, ainda mais por ter acontecido no seu reino. Bati na porta da biblioteca e entrei. Ele aguardava com uma xícara de chá. — Servido? — perguntou, oferecendo-me uma xícara. — Claro! — disse, pegando a xícara das suas mãos. — Obrigado. — Sente-se. Precisamos discutir algumas coisas. Sentei-me, aguardando que ele falasse. — Enviei um mensageiro para informar ao seu pai sobre o ocorrido. — Entendo. Também preciso lhe dizer algo. — Fale. Se puder ajudar, farei. — Vou retornar ao meu reino em dois dias. Esperei a sua reação, mas ele não parecia surpreso, como imaginei que estaria. — Imaginei que faria isso. Contudo, acredito que não seria seguro partir agora. — Sei disso, mas não posso esperar mais. Gostaria de saber se poderia me ceder uma escolta. O rei me observou sem expressão. Naquele momento, ele não parecia em nada com o pai amoroso de sempre. Era, de fato, um rei. — Nunca pensei em mandá-lo de volta sem proteção. Já separei alguns bons soldados para acompanhá-lo. — Obrigado, majestade. — Não precisa me agradecer. Jamais permitiria que partisse sem escolta. Vou enviar Solomon com você. Ele tem bastante experiência em batalha e será de grande ajuda. — Sim, ele tem um bom treinamento. O rei hesitou por um instante antes de continuar. — Posso lhe fazer uma pergunta? — Claro. Fique à vontade. — Você e Kiara chegaram a um acordo sobre o casamento? — Ela ficou de me dar uma resposta em dois dias, majestade. O rosto do rei se iluminou. — Fico feliz em ouvir isso. — Gostaria de retornar com uma boa notícia para meus pais. Assim, na próxima visita, já poderíamos realizar a cerimônia. — É uma ótima ideia. Espero que tudo dê certo. — Eu também. Nada me fará mais feliz do que ver vocês bem. Depois da conversa, fui procurar Kiara. Encontrei-a na cozinha, conversando com Nana. Ela sorria com algo que Nana havia dito. — O que é tão engraçado? — perguntei, sussurrando no seu ouvido. Vi-a dar um pulo de susto. — Como um homem tão grande pode andar tão quieto? — disse Nana, cruzando os braços. — Vocês é que estavam distraídas — retruquei, sorrindo. — Quase me matou do coração! — disse Kiara, com a mão no peito. — Não era minha intenção — respondi, aproximando-me dela, fixando os meus olhos nos seus. Vi o seu rosto corar. Cheguei ainda mais perto, fazendo os nossos corpos se tocarem. — Preciso do seu coração batendo forte para o que tenho em mente — completei, sorrindo.
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