Capítulo 32

1096 Words
P. V. Príncipe Lien — Como exatamente vocês encontraram a Elisa e o Alder? — pergunta Dylan. — Fomos resolver um problema com roubos, e eram eles. Pelo que disseram naquele dia, estavam fugindo do reino do rei Sauron. Se me lembro bem, era devido às guerras. — O rei Sauron morreu há alguns meses — diz Rolf, surpreendendo-me. — Foi assassinado, pelo que parece. — Demorou. Ele era terrível. Era certo que acabaria assim — comenta Solomon. — Então o filho dele assumiu? — pergunto. — Sim, o i****a do príncipe Théo — responde Dylan. — Ele foi um dos pretendentes de Kiara? — pergunto ao rei. — Sim. Kiara nunca foi com a cara dele. Ela o jogou da escada — diz o rei, meio sem graça. — Então foi ele que tentou agarrá-la à força? — Sim, príncipe Lien. Depois disso, eu o bani do reino. — Ele poderia ser o nosso homem — diz Dylan. — Não vejo como. Ele não tem ligação com o príncipe Lien — argumenta Rolf. — Verdade, estamos em um beco sem saída — diz Dylan, jogando-se em uma poltrona. — Temos que conversar com a Elisa depois. Às vezes, ela sabe de alguma coisa — sugere Solomon. — Duvido. Ela esteve o tempo todo com a Kiara. Não acho que saiba de algo. — A única coisa de que tenho certeza é que tem alguém infiltrado entre nós — diz Rolf. — Esses ataques sempre acontecem em períodos específicos e em áreas difíceis de enviar ajuda. Alguém deve estar passando informações. — Também acredito nisso — diz o rei, sentando-se. — Vamos criar um sistema apenas entre nós que estamos aqui. Sei que todos são de confiança — sugiro. — Concordo. Não podemos conversar nada fora de um lugar seguro. Não sabemos quem é confiável — diz Solomon. O desânimo tomava conta de todos na biblioteca. Quebramos a cabeça por horas e não chegamos a lugar nenhum. O inimigo estava em vantagem, e nós estávamos no escuro. A única pista que tínhamos era que havia alguém passando informações — nada mais. Os dias que se seguiram foram cheios de tristeza e choro. Elisa estava arrasada. No velório do irmão, ela acabou desmaiando, e Kiara e Sofia tiveram que ampará-la. Estávamos vivendo em constante apreensão, sem saber o que esperar no dia seguinte. Após a morte de Alder, não tivemos notícias do inimigo, e isso me deixava apreensivo. Preocupava-me a cada dia com o próximo passo. — Você está bem distante, né? — diz Kiara, sentando-se ao meu lado no jardim. — Preocupado, para ser mais exato — digo, pegando em sua mão. — Às vezes, penso que a minha presença pode te colocar em perigo. — Não vai. Todas as vezes que teve um ataque, eu nunca estava presente. — Sim, mas as coisas podem mudar. — Você sabe que eu não sou indefesa. Posso chutar alguns traseiros — diz ela, rindo. — Não duvido. Tenho que me preocupar no futuro? — Talvez. Vai depender do que você aprontar. — Não se preocupe, serei um santo — digo, rindo. — A Elisa está melhor? — Está conformada. Já tem uns dias que não a vejo chorar. — Com o tempo, fica mais fácil. — Também acho. — Fico tão impotente nesta situação. Me sinto péssimo por tudo isso. — Não é sua culpa. É culpa da pessoa que está fazendo isso. Você não tem que se sentir culpado — diz ela, me olhando. Então vejo um brilho surgir nos seus olhos. — O que acha de fugirmos um pouquinho? — Fugir? — pergunto, surpreso. — Seria impossível. — Não é. Conheço um lugar onde podemos passar o resto do dia e voltar amanhã — diz ela, sorrindo. Eu a olho, surpreso. — Onde? — A cabana de caça do meu pai. Fica longe daqui, mas conheço um caminho onde ninguém nos verá. — Seu pai não vai ficar bravo? — Não. Ele me conhece. Você topa? — Com toda certeza. — Pegue algumas roupas e me encontre na biblioteca daqui à meia hora — concordo, e ela sai correndo em direção ao castelo. Arrumo uma bolsa pequena e desço com cuidado as escadas, mas encontro apenas os guardas que faziam a segurança. Chego à biblioteca e Kiara já me esperava. Ela carregava uma bolsa pequena e uma cesta com algumas provisões. — E agora? — pergunto, curioso. Ela vai até a estante de livros e puxa um, que imediatamente faz a estante se mover, revelando uma passagem secreta. — Gostou da mágica? — pergunta ela. — Muito. — Vamos, antes que alguém chegue — diz ela, entrando na passagem. Sigo-a, e ela fecha a entrada novamente. O túnel estava muito escuro, então seguimos apoiados na parede para não nos machucarmos. Após uma hora no escuro, o túnel começou a clarear um pouco, e, quando saímos, estávamos em uma pequena caverna na floresta. Sigo Kiara pela trilha; ela parecia bem familiarizada com o caminho. — Você vem muito aqui? — pergunto a certa altura. — Sei o que você está pensando — diz ela, voltando-se para mim. — Se já escapei com outras pessoas por aqui — completa, sorrindo. — E você já fez isso? — Não, seu bobo. Papai me ensinou esse caminho quando eu era criança. Poucas pessoas o conhecem. — É interessante. — Essa passagem foi feita pelo meu tataravô. Naquela época, eles viviam em guerra, então foi construída como uma rota de escape. Nesta área, não vamos encontrar ninguém. É considerado território de caça do rei, então ninguém mais vem aqui. — Então é por isso que você não está preocupada com o seu pai? — ela assentiu, rindo. — Assim que disserem que sumi com você, ele já vai saber onde estamos. — Você não se preocupa que o seu pai fique bravo por estar sozinha comigo? — Sei que somos muito conservadores, mas papai sempre foi mais tranquilo comigo. Ele viria correndo atrás de mim se não confiasse em você. — Faz sentido. Seguimos viagem em um ritmo leve, conversando e brincando pelo caminho. Não percebi o quanto eu precisava disso até experimentar. No castelo, o clima não era dos melhores, e ter esse tempo com Kiara era tão bom. Já era de tardezinha quando chegamos a um chalé à beira de um lago. Um lugar encantador, com relva baixinha cobrindo tudo e pequenas flores nativas por toda a parte. O chalé tinha dois quartos, uma sala e uma pequena cozinha. Deixamos as nossas coisas e saímos para explorar o lugar.
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