Beatriz Nogueira.
As vezes eu queria ser corajosa o suficiente para sumir desde maldito lugar, mas infelizmente estou de mãos e pés atados e é por isso que odeio meu pai e a vida que ele me obrigou a viver por conta do seu maldito vício em drogas.
Minha família nunca foi rica, mas nós éramos de classe média, vivíamos em um apartamento grande em Niterói, herança dos meus avós paternos, minha mãe era contadora e meu pai era professor universitário numa grande universidade, meu irmão Alexandre largou os estudos assim que se formou no ensino médio, mas eu tinha o sonho de me tornar uma grande advogada, então estava empenhada em me formar, prestar o Enem e conseguir uma bolsa na FGV Rio, pois as mensalidades eram no valor de 5.960 reais e meus pais não conseguiriam pagar esse valor por mês para que eu estudasse lá.
Eu estava prestes a me formar no ensino médio quando minha mãe descobriu um câncer de mama avançado, e tudo piorou desde então, e infelizmente ela veio a óbito três semanas depois da minha formatura no colégio.
Foi aí que minha família desmoronou de vez, vi meu irmão se afundar nas drogas dia após dia, até que meu pai, acabou se rendendo ao vício também, a morte da minha mãe deixou os dois sem rumos, fomos perdendo tudo, porque eles vendiam tudo para comprar mais drogas, e para piorar meu pai foi vender drogas com um tal de Pitbull e acabou devendo até as calças, já que ele usava as drogas ao invés de vendê-las, quando a dívida não foi paga, ele iria matar meu pai, quando soube da minha existência, ele começou a me perseguir, e acabei virando moeda de troca em pró da vida do meu pai.
Fui obrigada a me tornar a mulher desse traficante que roubou não só a minha virgindade, mas também a minha dignidade e liberdade também.
Hoje vivo como prisioneira, obrigada a dormir com um homem que não amo, e que me trata como objeto, só tenho paz quando ele está vendendo duas drogas por aí, ou comendo outras mulheres que adoram ser chamadas de cachorras do Pitbull, mas pra mim, viver ao lado deste homem é um inferno.
Já estava perdendo a esperança de sair daquele lugar, pois meu irmão, Xandão estava tentando nos tirar dali, mas sabíamos que era quase impossível, afinal Pitbull era um homem perigoso demais, sabemos disso, porque ele acabou matando meu pai, meu irmão quis se vingar, mas ele sabia que sozinho não conseguiria fazer isso, foi então que o Alexandre se tornou informante da polícia, mas até aquele momento, ele não tinha conseguido prova alguma dos crimes do Pitbull.
Às vezes eu pensava que só teria liberdade depois que aquele maldito morresse, mas o homem parecia que tinha sete vidas, ele já se meteu em tantas guerras com outros morros, mas mesmo ferido ele acaba sobrevivendo.
Estava prestes a perder as esperanças de obter a minha liberdade, quando meu irmão me contou que um policial iria se infiltrar no morro, tentei não criar expectativas, mas era um fio de esperança que eu resolvi agarrar com as duas mãos.
O tempo passou e eu aguardava com ansiedade a chegada desse policial, mas tive que me segurar ou o Pitbull poderia desconfiar.
Mas estava começando a duvidar que esse policial viria mesmo, afinal já tinha passado algum tempo e ninguém novo tinha aparecido no morro ainda.
Eu tinha ido fazer a minha unha, e quando voltei para a casa do Pitbull, eu notei que a gangue toda estava reunida e isso nunca foi um bom sinal, mas quando olhei para meu irmão, e nossos olhos se cruzaram, eu soube que o tal policial estava ali e meu coração deu um salto.
Tentei não olhar para ele, mas foi o impossível, pois o cara era lindo demais, ele não parecia que era um policial, mas sua beleza era de tirar o fôlego, não pude analisá-lo melhor como eu queria, já que o Pitbull me agarrou pela cintura, e me deu um beijo na boca como se quisesse me engolir enquanto alisava a minha b***a, ele sempre fazia isso na frente de qualquer um, para deixar claro que eu era dele. Tive que engolir minha ânsia de vômito mais uma vez.
Quando final ele parou de me beijar, eu pude respirar, minha vontade era de me esconder, mas o Pitbull estava definitivamente marcando o seu território.
-Deco essa é a minha mulher, Beatriz, ninguém aqui pode tocar nela, ou eu acabo com qualquer um que tocar na minha cachorra, as outras são para diversão de todos os meus caras, mas essa aqui tem dono, ela usa até a minha coleira. Depois que ele disse isso, passou aquela língua nojenta no meu pescoço, me deixando constrangida e p**a da vida por conta das palavras que usou para me apresentar, mesmo assim encarei o tal do Deco e perdi o fôlego com a forma como ele me olhava, meu coração também acelerou e tive que esfregar minhas mãos que ficaram suadas no tecido do meu short.
Infelizmente não pude dizer nada, já que fui arrastada para longe da sala, já sabia o que iria acontecer, e novamente tive que me deitar com aquele homem, eu já estava anestesiada, era como se eu tivesse morta, sempre que a gente transava, eu me fechava dentro de mim, e sempre fingia desejo, mas na verdade eu morria a cada dia que era obrigada a me entregar a um homem que jamais seria minha escolha e que também me trata como um objeto.
Eu só pedia a Deus que esse Deco fosse o tal policial infiltrado e que ele conseguisse me livrar desse inferno.
Quando Pitbull gozou, eu corri para o banheiro, liguei o chuveiro e comecei a esfregar meu corpo, para tirar qualquer resquício daquele homem em mim, quando peguei uma toalha para enxugar meu corpo, quando olhei para o espelho, percebi que aquele maldito me deixou toda marcada, tinha marcas de mordidas nos meus s***s, e também no meu pescoço, e aquelo me fez chorar.
-Isso é pra você nunca esquecer a quem pertence, cachorra, e nem pense em se engraçar para o seu primo ou eu acabo com vocês dois e com o seu irmão também.
Pitbull falou atrás de mim, e acabei me assustando, pois não tinha percebido que ele entrou no banheiro, mas suas palavras chamou minha atenção, pois eu não tinha me dado conta que terei que tratar o tal Deco como primo, mesmo não sendo verdade, já que não tenho tios nem da parte da minha mãe e nem do meu pai
O tempo foi passando, e eu acabei me apaixonando pelo Deco, nas poucas vezes que eu o vi, meu coração batia cada vez mais forte, e estava difícil esconder meus sentimentos, e eu tinha medo de Pitbull descobrisse, mas em um impulso eu resolvi me arriscar e ter pelo menos uma vez alguém que fosse a minha escolha.
Continua….