4° Capítulo.

1240 Words
Lucas Mendes: -Então você é o Deco, o primo do Xandão? Pitbull pergunta, enquanto me observa, ele está fumando um charuto, e isso chama minha atenção, afinal sempre achei que esses caras gostam mesmo de fumar cigarros, mas pelo tanto de correntes de ouro que estão penduradas no seu pescoço, o cara gosta de ostentar as custas dos vícios das pessoas em drogas. -Sou sim, só espero que você permita que eu passe um tempo aqui no barracão, como você deve saber, eu me meti em algumas encrencas, e preciso sumir por um tempo. Respondo dando um de maloqueiro, só espero que ele caia na minha lorota. -Tô sabendo, sei que tu é chave de cadeia lá na sua área, Xandão tem crédito comigo, só espero que saiba que sou o rei desse morro, mas é melhor você andar na linha, eu não dou segundas chances pra ninguém, e se você fizer qualquer besteira, seu primo irá morrer junto com você. Ele aponta para o Xandão, que está fumando um cigarro. -Tô vendo que você é esperto, mas vamos ver o quanto. Ele joga uma arma em minha direção e eu a pego no ar. -Os dois venham comigo, quero ver do que você é capaz. Ele diz saindo pra fora, e os dois capangas ficam esperando Xandão e eu sair, depois ele vai nos seguindo por trás, eles estão com duas metralhadoras. Subimos várias vielas, sob olhares de muitos curiosos. Quando chegamos no topo da favela, o tal Pitbull entra por um portão enferrujado, e com a tinta descascando, pensei que estaríamos entrando numa espelunca, mas atrás daquele portão, tinha uma casa maravilhosa. O dono do morro, cumprimentou vários homens armados que estavam lá dentro, os outros caras me olhavam com desconfianças, mas quando Xandão me apresentava como seu primo, eles relaxavam um pouco. A casa era um luxo só, diferente dos barracos caindo aos pedaços que tem por toda a favela, tive que engolir minha raiva deste maldito ou eu iria estragar toda a operação. Cada cômodo tinha muitos móveis e eletrodomésticos de luxo, nem parecia que o cara morava numa favela. Ele me ofereceu uma cerveja, e se sentou em um sofá, e logo duas mulheres bem vulgares e seminuas sentaram em seu colo, e ele começou a alisar o traseiro delas ali sem se importar comigo ou com os outros caras que estavam ali. Tinha armas em vários locais da sala, e resquício de pó de cocaína esparramados pela mesa de centro no meio da sala, dava pra notar que alguns alí eram viciados nesta porcaria e o pior é que alguns ali eram bem garotos, que deveriam estar na escola e não nesta vida que só leva a dois caminhos, cadeia ou cemitério. Minha vontade era arrancar esses jovens dali, e acabar com o tal do Pitbull, mas eu tinha que me controlar, ou seria morto caso ele desconfie que sou da polícia. -Aqui tem pó do bom, Deco, se quiser entrar na festa. O Pitbull me tira dos meus pensamentos, e eu olho para ele dando um sorriso falso. -Eu estou de boa, não sou usuário, só costumo vender, é nisso que sou bom, fumo só se cigarro. Digo com uma voz de malandro e guardo o revólver que entregou atrás do cós da minha calça. -Tô vendo que você é um cara esperto, mas quero ver se você é tudo que diz, só não esqueça que se vacilar comigo a primeira vez, não terá uma segunda chance. Ele diz me avaliando. -Pode confiar. Eu iria dizer algo mais, quando sou distraído pela entrada de outra mulher na casa, ela estava vestida como as outras, mas parecia deslocada daquele ambiente, seu cabelo era loiro, e parecia ser a cor natural, e seus olhos eram verdes, a mulher é linda. Tentei não encarar tanto, mas sua beleza era hipnotizante, notei que ela também estava me observando, mas assim que ela entrou na sala, eu percebi uma rápida troca de olhares entre ela e o Xandão e fiquei me perguntando se ela era a mulher dele, mas minha dúvida não durou muito, pois o tal do Pitbull a agarrou na minha frente e beijou sua boca, enquanto alisava sua b***a, tratando a mulher como um objeto, o cara é um tremendo i****a. E deu para perceber que esse cara deve possuir um harém aqui na favela, mas tem a sua preferida. -Deco essa é a minha mulher, Beatriz, ninguém aqui pode tocar nela, ou eu acabo com qualquer um que tocar na minha cachorra, as outras são para diversão de todos os meus caras, mas essa aqui tem dono, ela usa até a minha coleira. Dito isso ele passa a língua no seu pescoço, e ela fica constrangida pela forma como ele apresentou ela, mas mulheres de bandidos deveriam estar acostumadas a serem tratadas como apenas pedaços de carnes, mas essa tal de Beatriz parecia estar desfocada. Posso estar sendo enganado pela sua beleza estonteante e a sua carinha angelical, mas como sou um detetive experiente, eu sei ler bem as pessoas, e sei que assim que possível irei descobrir que mistérios escondem essa linda mulher. Pitbull arrastou a sua mulher para outro cômodo da casa, me deixando na companhia dos outros caras, e do Xandão, alguns deles não pareciam estar gostando pelo fato de eu estar ali no meio deles, mas nem liguei. Depois das duas horas que se passou que eu fiquei ali. Já estava de saco cheio, mas tive que disfarçar minha irritação, ou meu disfarce seria descoberto. Quando finalmente pude ir embora daquele lugar, eu estava cansado, mas com a adrenalina na potência máxima, afinal já no meu primeiro dia como infiltrado no morro, eu consegui pisar dentro do covil dos lobos. Sei que terei que me desdobrar para adquirir a confiança do tal do Pitbull, mas ainda não sei como farei isso, só sei que não poderei bobear, ou as coisas poderão sair do controle. Pensei em abordar o assunto da mulher do Pitbull com o Xandão, mas vou esperar mais um tempo antes de fazer isso, afinal até ter a confiança dos criminosos desse morro, tenho certeza que estarei sendo vigiado o tempo todo. Um mês se passou e a única coisa que estava fazendo era ajudar alguns homens a embalar as drogas para as vendas. Além de escoltar aquele maldito, ainda tinha pouco material para incriminar ele. Tive que assistir vários homens que não pagaram as drogas ou eram inimigos dos serem assassinados das piores formas possíveis, muitas vezes eu tive que engolir o vômito, porque as cenas eram de arrepiar. Estou acostumado a lidar com a morte, mas o que estou vivenciando aqui neste morro, é um inferno, esse Pitbull é o pior dos monstros. O problema é que não consegui tirar a mulher do cara dos meus pensamentos, tá difícil segurar a atração, principalmente quando estou na casa do Pitbull e ela aparece, usando um dos seus micro shorts, não sei se ela gosta de usar estes tipos de roupas, porque tenho a impressão que ela fica meio constrangida, mas pode ser só coisa da minha cabeça, afinal todas as mulheres que andam com essa bandidagem, usam só esse tipo de roupas, que não deixa nada para a imaginação. Mas é como se a Beatriz não pertencesse a esse mundo obscuro, ela e o Pitbull são como a água e o azeite, eles não se misturam. Continua……
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