Lucas Mendes:
A volta para o Rio de Janeiro foi um pouco cansativa, já que teve um atraso no vôo e uma turbulência por conta da chuva, mas no fim deu tudo certo.
Como cheguei exausto no meu apartamento, só deixei minha mala jogada na sala, fui para o meu quarto, tomei um banho rápido e logo em seguida cai na cama, dormindo quase que imediatamente.
Duas horas depois eu acordei bem mais descansado, pedi uma pizza e uma coca-cola, e enquanto eu esperava meu pedido ser entregue, deu uma organizada no meu apartamento, tirei minhas roupas de dentro da mala, deixei as sujas separadas para eu levar pra lavanderia amanhã.
A pizza chegou um tempo, comi tudo, já que estava morrendo de fome, depois fui ver algumas coisas no meu notebook.
Na manhã seguinte, eu acordei cedo, fui até a academia, mas antes deixei minhas roupas na lavanderia.
Quando voltei pra casa, tomei um banho rápido, e depois de tomar café, fui pra delegacia, pois precisava conversar com o meu chefe, porque preciso pegar meus novos documentos, os que vou usar enquanto estiver em missão na favela.
Depois de receber mais algumas instruções do meu chefe, que me entregou meus novos documentos, eu voltei para casa, afinal preciso arrumar minha mochila, já que daqui uns 4 dias, eu parto para a favela da Rocinha.
Meu novo nome enquanto estiver em serviço, será Allan Lemos, tenho que gravar isso, afinal não posso vacilar em nada.
Os dias foram se arrastando bem rapidamente, e era hora de ir, despedir temporariamente de Lucas Mendes, já que a partir de hoje, sou Allan Lemos, um bandido que acabou de ser solto, e que vou morar na favela da rocinha com o meu primo Xandão, ele é um informante da polícia, e vai me integrar a quadrilha do Pitbull.
Carregando apenas uma mochila, eu peguei um ônibus, quando cheguei na entrada da favela, chamei um mototáxi, transporte que é muito usado, devido os becos e vielas que são muitos estreitos, assim nenhum carro subiria ali.
A Rocinha é uma favela localizada na Zona Sul do município do Rio de Janeiro, no Brasil. Destaca-se por ser a maior favela do país,contando com cerca de 69 mil habitantes, segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 e cerca de 100 mil habitantes, segundo Censo das Favelas, realizado pelo governo fluminense.
A região passou a ser considerada um bairro e foi delimitada pela Lei Nº 1.995 de 18 de junho de 1993, com alterações nos limites dos bairros da Gávea, Vidigal e São Conrado.
O nome advém de uma fazenda, uma "roça" que, na década de 1920, foi tomada pela expansão da mancha urbana. Em 1927, a região foi loteada por Castro Guidas & Cia.
A Rocinha foi crescendo sem nenhuma regularização dos terrenos. Em 1970, a favela possuía 130 mil habitantes segundo o IBGE, sendo apelidada como a maior comunidade sul-americana.
Se localiza entre os bairros da Gávea, São Conrado (dois dos bairros com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) mais alto da cidade) e Vidigal.
A proximidade entre as residências de classe alta dos dois primeiros bairros e as de classe baixa da Rocinha marca um profundo contraste urbano na paisagem da região, o que é frequentemente citado como um símbolo da desigualdade social do Brasil.
Seu índice de desenvolvimento humano (IDH) no ano 2000 era de 0,732, o 120º colocado entre 126 regiões analisadas no município do Rio de Janeiro.
A trajetória da Rocinha é um retrato do que aconteceu no resto do Rio de Janeiro. A ocupação acelerada do morro aconteceu na década de 1950, com a chegada em massa de nordestinos. Eram pessoas pobres ...
A Rocinha cresceu no mesmo ritmo em que toda a cidade se favelizou, na esteira da ausência de política habitacional e de transporte. Tornou-se, assim como as demais favelas, uma terra abandonada pelo estado, porém cobiçada por políticos acostumados a trocar votos por benfeitorias que deveriam ser responsabilidade dos governos. Assim como no Nordeste, em que a indústria da seca garantiu por décadas a permanência da miséria no sertão, criou-se no Rio uma indústria da favela capitaneada por políticos populistas – que têm no ex-governador Leonel Brizola seu mais bem acabado exemplo.
Nas duas gestões de Brizola, criou-se a lenda de que favela não é problema, e sim solução.
Com base nessa maneira de mais uma vez tirar do poder público a responsabilidade por implementar políticas habitacionais e de transportes, distribuíram-se títulos de propriedade a rodo e adotou-se todo tipo de ação assistencialista.
Para piorar a situação, sucessivos governos restringem a ação da polícia nas favelas, transformando-as em verdadeiros bunkers do crime.
Hoje, a Rocinha é uma região administrativa do Rio – ou seja, deveria estar incluída nos marcos da cidade legal, com direito a todos os serviços básicos. Mas continua padecendo de graves problemas de infraestrutura, como coleta de lixo, abastecimento de água e falta de rede de esgoto.
Segundo o censo residencial da Rocinha, feito pelo Escritório de Gerenciamento de Projetos do governo do Rio, apenas 31,1% das pessoas têm a sua rua toda pavimentada. Somente 1,8% das casas da favela podem ser acessadas por carro. Para chegar a todas as outras, é necessário passar por um beco, escadaria ou uma rua onde só é possível o trânsito de pedestres. A iluminação pública só chegou à metade da favela.
De 2007 a 2009, foi criado um plano diretor sócio-espacial da Rocinha. O arquiteto que coordenou a equipe responsável pela execução do projeto foi Luiz Carlos Toledo, que chegou a montar um escritório na favela, onde ficou durante um ano e meio. Com os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi dado o pontapé em alguma das obras propostas por Toledo. “Mas persistem os principais problemas, que são saneamento, esgoto, lixo, abastecimento de água e retirada de habitação em área de risco”, afirmou Toledo.
A entrada efetiva da polícia na Rocinha é uma oportunidade para que os serviços cheguem, na escala necessária, aos milhares de moradores. É também a chance de acabar com o poder dos criminosos que dominaram a área por quase quatro décadas. O retrato da Rocinha pode ser, a partir de agora, o retrato do que o Rio de Janeiro quer ser.
E isso me causa uma certa revolta, afinal não vejo o governo trabalhando em prol da população da favela, que merece viver com dignidade, segurança, moradias melhores, mas infelizmente as autoridades não pensam neste povo sofrido que muitas vezes vive à margem da sociedade, como se fossem invisíveis.
A medida que vou me aproximando do morro do mosquito, sinto olhares sobre mim, ao longe pude avistar alguns caras armados me observando, um deles cochichos com um outro que subiu uma escadaria correndo, provavelmente foi avisar o Pitbull da minha chegada.
Desci da moto e paguei o rapaz do mototáxi que foi embora rapidamente, não sem antes olhar pra mim com um certo receio.
No barraco de número 5, a porta se abriu e de lá saiu um rapaz magro, com o corpo coberto de tatuagem, vindo em minha direção.
-Deco, eu estava te esperando, vamos entrar, cara. Fico sem entender porque ele me chamou de Deco, mas o segui assim mesmo, afinal não posso vacilar e se isso for uma armadilha, tenho que agir naturalmente.
Assim que entramos na sua casa, que por sinal é bem simples e muito bagunçado, ele se apresenta como Xandão.
-Temos que ser rápidos, pois daqui a pouco o Pitbull estará aqui no meu barraco. Ele diz dando uma olhada lá fora pelo basculhante quebrado de uma janela.
-Xandão, agradeço por estar nos ajudando, mas você sabe que se eu for descoberto, nós dois podemos ser mortos. Digo, afinal ele vai se passar por meu primo.
-Tô ligado, meu bom, mas relaxa, já tem um tempo que estou ajudando vocês, desde que você faça tudo o que eu te disser, logo logo, você conseguirá prender o Pitbull e sua gangue, e finalmente terei minha vida de volta.
Conversamos um pouco, mais uma batida forte na porta da sua casa, assustou nós dois, assim que Xandão abriu a porta, um homem com cara de m*l, adentrou a casa, sem pedir permissão, acompanhado de dois homens fortemente armados, ele me encarava, e eu fiz o mesmo.
Eu sabia que ele era o tal do Pitbull, era de se esperar que ele iria vim saber quem era o primo do tal Xandão.
Continua….