Capítulo 6

1099 Words
Arthur voltara para casa ainda se sentindo abismado com todas as novidades. Beatriz estava tão ... diferente. Aquilo não deveria surpreendê-lo tanto assim, afinal havia se passado oito anos desde a última vez que os dois se viram. Arthur mesmo mudara muito desde então, mas por algum motivo nunca havia pensado sobre quais mudanças ocorreriam em Beatriz. Ele não pensou em Beatriz, essa é a verdade. Estava ocupado demais vivendo a sua vida longe do ducado, das obrigações e da noiva. Mas agora ele estava de volta e algumas coisas precisavam se acertar. Para começar, não era elegante que uma dama comprometida tivesse tantos amigos do s**o oposto ou que andasse desacompanhada. Beatriz precisava de uma dama de companhia o mais rápido possível e ele cuidaria disso. O homem decidiu deixar tais pensamentos para depois e subiu as escadas a procura do pai, só para encontrá-lo olhando com devoção para uma pintura de sua falecida esposa. Arthur sentiu o peito se agitar. Ele não estava aqui quando a mãe morreu. Tudo aconteceu rápido demais, ela caíra do cavalo e bateu a cabeça em uma pedra, quando a carta contando sobre o ocorrido finalmente chegara as mãos de Arthur, já havia se passado semanas. Arthur lembrava com vivacidade dos sentimentos que teve ao ler aquela maldita carta. O seu mundo desabou. Ele pensou em voltar para a casa depois daquilo, mas qual seria o propósito? Sua mãe estava morta e voltar só o lembraria que ele não esteve ali para se despedir. Isso foi há quatro anos, mas era uma ferida muito aberta, como se tivesse acontecido na noite anterior. Era assim para Arthur. Era assim para Anthony. Com certeza era assim para o irmão mais novo também. Os homens Lewis eram inteiramente devotos à sua matriarca. - Papai? Chamou ao entrar na biblioteca. O duque levantou os olhos marejados e devolveu a pintura para o seu lugar na mesa. - O que foi, meu filho? - O senho está bem? - Claro, claro. - confirmou rápido demais, o que só mostrava que era uma mentira - Estava apenas com saudades Arthur sentia saudades também. Muita. Ele também sentia que aquele era um assunto delicado, não queria falar sobre isso com o pai. O duque o culpava por não ter voltado após a morte da mãe? Arthur achava que sim e nem poderia dizer que o homem estava errado. Ele merecia ser culpado, abandonou a família quando eles precisavam. - Beatriz ainda mora na rua Encanto, certo? Isso despertou o interesse do homem. Falar sobre Beatriz era algo que Anthony sempre apreciava, especialmente em tais circunstâncias quando pretendia ajudar esse relacionamento. - Sim, a menina continua por lá. Por que? - Não é muito perto para ir caminhando. Você disse que ela visita a nossa casa todos os dias, certo? Anthony abriu um sorriso, feliz pela curiosidade e a preocupação que o filho estava demonstrando - Ela costumava vir sempre - Quem a traz? - Creio que ninguém Arthur sentiu esfregou os olhos. De alguma forma ele já sabia que aquela seria a reposta. Aquela doida estava andando por aí sozinha como se fosse um cavalheiro destemido. Honestamente era um milagre que ela estivesse viva até hoje, francamente. O pai não fez nada a respeito? - Ninguém? O senhor está dizendo que diariamente a senhorita Beatriz sai de sua casa, na rua Encanto, e vem até a nossa e depois faz o caminho inverso, sem qualquer companhia? Ela não tem uma carruagem? - Entendo a sua preocupação, meu filho. É claro que eu me preocupo também. Mas entenda que Beatriz não gosta de se sentir mandada ou presa. Ela gosta de liberdade Arthur gostava de liberdade também. Mas olhe só para ele, de volta à sua casa, prestes a assumir o ducado e um casamento com alguém que ele não queria. Largou a vida que gostava, largou Eva, largou a sua liberdade. Eram as obrigações, não é ? Não haviam escolhas. Beatriz também não tinha, não há nada que eles pudessem fazer quanto a isso. Ela precisaria aceitar. Uma das obrigações de Arthur era proteger a sua futura esposa. - Ela terá que se acostumar. Beatriz não pode mais andar sozinha. Providenciarei uma carruagem para ficar a serviço dela. E é claro, uma dama de companhia Anthony reagiu com uma careta, que fez Arthur franzir a testa também. O seu pai estava discordando dele? Será possível que Arthur era o único ali que estava pensando direito? - Eu não me oponho a isso, meu filho. Porém lhe aconselho a contar isso para ele de um jeito bem menos autoritário. Não é dessa forma que vai conseguir fazer com que ela concorde com você. - Eu sou o seu futuro marido. Ela me deve obediência - Ah, meu garoto, você logo vai descobrir que isso é apenas uma invenção de homens tolos e frágeis. As mulheres não nos obedecem, nós obedecemos à elas. Esse é o segredo de um relacionamento feliz. Escute o que estou te dizendo, fui o mais feliz dos homens com a sua mãe, mas se em algum momento eu sugerisse que ela me devia obediência - Anthony riu - ela teria me cortado uma preciosa parte masculina do corpo Arthur fez uma careta de nojo e balançou a cabeça - Certo, papai, não é o tipo de coisa que eu preciso ouvir - Ora, estou te dando um conselho valioso. Beatriz é maravilhosa, seja bom para ela e ela será para você. - E com ser bom você está dizendo que eu devo obedecê-la? - Mulheres são criaturas maravilhosas, você não acha? - Elas são maravilhosas. Mas não pelas razões que você está dizendo - O futuro duque esfregou a testa, sentindo a sua cabeça latejar - acho que estou cansado da viagem, vou me retirar. - Durma bem, meu filho - Boa noite, papai Anthony esperou que a porta se fechasse para pegar de volta a imagem da esposa - É, meu amor, não vai ser fácil. Arthur é teimoso como você era. Mas estou esperançoso, você reparou aquela expressão no rosto dele? Apenas algumas horas e Beatriz já está o enlouquecendo! - ele riu - exatamente como você fez comigo. Ah, o nosso menino m*l perde por esperar, quando eu terminar o meu trabalho, ele vai estar tão apaixonado que será capaz de beijar o chão que Beatriz pisar. E depois poderei me concentrar em Jake - suspirou - O nosso mais novo vai ser o mais desafio, você sabe. Então, quando eu acabar com os dois, poderei te reencontrar. Me espere, querida. Boa noite.
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