Bruce:
corpo dela era poesia, cada traço do seu rosto parecia ter sido projetado.
O jeito tímido dela de se comportar.
O olhar brilhante que parecia ter mil coisas para contar.
Eu me perdia admirando ela.
Ela me notava, e eu a notava, mas nunca percebia isso.
Queria ensinar milhões de coisas a ela, tomá-la em meus braços e não deixá-la escapar.
Mas ela não era mulher para mim.
Toda história tem seu lado r**m, e em nossa história o vilão era eu mesmo.
Meu nome é Bruce Miller, tenho 29 anos e sou presidente de uma empresa de arquitetura chamada "Habitare company".
Sou um empresário famoso no mundo da arquitetura.
Nasci rico, mas ajudei meu pai a construir um império, e hoje sou eu quem comanda tudo isso.
Somos três irmãos, todos envolvidos no mesmo ramo da empresa.
Eu sou o mais velho.
Minha irmãzinha mais nova, tem 22 anos e está no seu último ano de Administração e as tardes trabalha meio período na Habitare Company , e meu irmão Steve, de 27 anos é o gerente de marketing da empresa.
Todos trabalhamos juntos para manter nosso patrimônio de pé.
Somos únicos, e raramente brigamos.
Há alguns meses recebi a proposta de lecionar em uma das melhores universidades do país, estava decidido a não topar.
Até ir a universidade fazer a recusa formalmente ao reitor.
Foi quando eu a vi.
Ela era linda, suave como uma brisa, e passava um encanto e um feitiço que eu jamais havia visto.
Por ela eu mudei de idéia e aceitei a proposta do reitor.
Queria saber mais sobre ela.
Aquela brisa fresca no verão.
Eu contava os dias para rever aqueles longos cabelos negros, e aquele olhar doce e ingênuo, aqueles lábios levemente avermelhados.
E quando finalmente as aulas começaram eu soube seu nome.
O nome da minha garota dourada.
Que mesmo inocente disso, me atraía como um ima para ela.
Camila Davis.
Camila! 22 anos, último ano da faculdade de paisagismo.
Ela era a garota por quem eu abri uma brecha no meu tempo tão corrido, apenas para saber mais sobre ela.
Mas, quanto mais eu a conhecia mais atraído eu me sentia por ela.
A forma tão tímida com que ela se vestia só aumentava ainda mais o meu desejo de me aproximar mais dela.
Trabalhos extras, viagens, passeios, tudo era mera desculpa para passar mais tempo perto dela.
O sorriso dela era lindo, e a forma como ela corava era muito fofa.
Eu estava perdido naquele brilho tímido dela.
Queria ensinar a ela tudo o que eu sabia sobre a vida e sobre a paixão e o desejo.
Me depara com ela me observando só me fazia ter certeza de que ela compartilhava dos mesmos sentimentos que eu.
Seu corpo era poesia, e eu queria passar anos lendo-a por completo.
Aos poucos fui abrindo um caminho até ela, mesmo que estreito, era um caminho.
"Pode ir, eu faço as anotações, você não é minha empregada"
Mera desculpa para admirá-la de biquíni.
Seu corpo era a poesia que eu queria me perder.
E para minha surpresa a poesia carregava consigo uma história, que mesmo triste não perdia sua beleza.
Aquele ramo de flores tatuado nela deixava explícito que o amor entre mãe e filha não poderia acabar, nem mesmo com a morte.
Eu a vi começar superar seu trauma de ser tocada.
Era linda a forma como ela vencia seus medos.
Eu a vi se abrir mais e fazer novas amizades e finalmente eu a vi apresentar o trabalho de sua vida.
O sonho de mãe e filha.
"O jardim do amor", como ela auto-denominou, o jardim que representaria todo o amor que ela sentia por sua mãe.
—Quando eu tinha 8 anos minha mãe descobriu que tinha leucemia!—ela dizia—Ela lutou brava mente por sua vida, durante dois curtos anos, e então ela se foi, deixando para trás seus sonhos comigo!
Todos a ouviam atentamente.
—Ela sonhava em fazer um jardim para nós duas, um jardim cheio de amor e alegria!—ela sorriu com os olhos lacrimejando—Quando ela me deixou eu prometi que construiria nosso jardim, e esse é o jardim com qual nós duas sonhamos.
Todos a aplaudiram.
O resultado não poderia ser outro.
Ela era escolhida para a viagem para a França.
Ao anunciar ela ficou completamente congelada.
Ela estava feliz, e eu ainda mais, por ter a companhia dela durante uma semana em
Páris.
Eu mostraria a ela tudo o que eu conhecia lá, apresentaria a arquitetura, o paisagismo, os bons restaurantes, pessoas influentes, e toda a beleza da França, que jamais ofuscaria o brilho da minha garota dourada.
Voltei para casa todo feliz,em uma semana estaríamos só nós dois, juntos em Páris.
A semana passou tão devagar que eu achei que ela não acabaria mais.
Após as aulas, passei o sábado com meus pais e meus irmãos, para que talvez o tempo corresse mais rápido.
E aí finalmente chegou o domingo, dia da nossa viagem para a França.