Meu professor, minha obsessão

Camila: mãe me disse uma vez que com paciência alcançamos tudo o que queremos, e eu sempre me esforcei para isso. Com calma e paciência, mas também estudando muito e me esforçando sempre, ficando os fins de semana em casa e me jogando de cabeça nos estudos, eu consegui uma bolsa numa das melhores universidades do país. Minha mãe perdeu sua batalha contra o câncer quando eu tinha 10 anos, e desde então minha tia foi quem passou a cuidar de mim, e me incentivou a ser sempre uma boa garota, não optar pelos caminhos tortos e que corrompem, errar o menos possível, a me desculpar quando estiver errada, mas sempre lutar por aquilo que eu acredito, e defender minhas ideias quando eu estivesse certa. Meu nome é Camila Davis, e me orgulho de quem sou. Assim aos 22 anos eu cursava meu último ano da faculdade de paisagismo. E foi nesse ano que tudo aconteceu. Era início do semestre, quando tivemos uma mudança em nossa grade de professores. Todos diziam que era um professor homem e os rumores que rodeavam a universidade era que ele era empresário, bem sucedido e muito bonito, que havia aceitado dar aulas para nós apenas para compartilhar de seu conhecimento conosco. Então, estava mais para caridade, já que ele não necessitava do salário. Eu não estava interessada em quem era ele, apenas queria me formar logo e conseguir um bom emprego. E foi assim que iniciei meu último ano da faculdade, sem interesses fora dela. Sem saber que aquele ano mudaria minha vida para sempre. —Sim, eu tomei café antes de sair de casa general!—falei com minha tia pelo celular. —Eu me preocupo muito com você Camila!—ela disse—Só te vejo algumas vezes por ano, me preocupa você não estar se alimentando bem! —Mas eu estou tia!—falei sorrindo Ela era como uma mãe para mim, desde que minha mãe se foi, tia Ciara era meu único apoio. —Tenho que ir para minha aula!—falei—Até mais tia. —Até mais querida, te amo!—ela disse doce. —Também te amo!—falei. Em seguida desliguei o celular e entrei na sala. E foi naquele momento. Ao abaixar meus olhos para por o celular na bolsa. Eu o conheci. Bom, não exatamente conheci. Tá mais pata "trombei com ele". Foram segundos e eu bati de cara em seu ombro, que mais parecia uma parede. —Desculpe!—falei envergonhada. Ouvi um pequeno coro de risos na sala. —Esquesitona!—ouvi alguém entre os alunos dizer. —Me desculpa mesmo!—pedi novamente e levantei meus olhos para ele—Não sei onde estava.... Engoli minhas próprias palavras. Ele era lindo. Não só lindo, era perfeito. —Com a cabeça!—terminei a frase. —Tudo bem!—ele sorriu—Pode ir se sentar. Apenas concordei com a cabeça e fui para meu lugarzinho de sempre. —Bom dia a todos!—ele disse. —Bom dia!—todos responderam. —Sou o Bruce, Bruce Miller !—ele disse—Seu novo professor! —Bruce tipo o Batman?—um engraçadinho da sala perguntou. —Não!—ele respondeu sério.—Todos os Bruces do mundo são referência ao Batman? Todos fizeram silêncio. —Bruce como o Hulk!—ele disse sorrindo, e que sorriso—Sou fã da Marvel! Todos sorriram. —A partir de hoje seremos bons amigo, certo!—ele disse—Podem me pedir ajuda sempre e conselhos também, conviveremos uns com os outros durante esse ano e então vamos manter uma boa relação. Ele falava e meu coração se acelerava. Bruce Miller. Foi assim que eu conheci aquele que se tornaria uma tentação diária em minha vida e minha obsessão. Tudo nele era bonito, desde as mãos aos olhos, e a barba bem feita rodeando os lábios. E assim eu passei a admirá-lo em segredo de longe, não me atreveria a me aproximar, era errado demais para mim. Ele falava de uma forma tão fácil de entender, que eu nem precisava me esforçar muito para aprender. Olhava para seus lábios se movendo enquanto ele falava, admirava seus ombros fortes e largos quando ele se virava para escrever no quadro. Aquilo era tão errado, mesmo em segredo, ele era meu professor, cobiça-lo, deseja-lo e até admirá-lo, era muito errado. E foi admirando ele que descobri sobre sua relação com uma aluna da faculdade, seu nome era Diana, último ano de Administração. Eles sempre eram gentis um com o outro e trocavam carinhos, eles sempre chegavam juntos e iam embora juntos. As vezes isso me doía, mas ele não sabia sobre minha paixão secreta, também não me notava, e assim se passaram dois meses. —Espero que todos estejam bem agasalhados!—ele disse ao conferir os nomes na lista para a viajem da nossa turma—Pois eu avisei a todos que lá faz muito frio. Todos começaram a entrar no ônibus. —Camila Davis!—ele disse e meu coração disparou—Onde está a Camila? O grupo de alunos se abriu para que ele me visse. —Você está aí!—ele disse sorrindo—Venha até aqui. Ele me chamou, mas eu estava imóvel, minhas pernas não obedeciam, meu coração estava acelerado. —Venha, eu não mordo!—ele disse e todos sorriram. Com esforço conseguir destravar minha pernas e caminhar a passos lentos até ele. —Está corada?—ele perguntou olhando para meu tosto—Que fofa, ela é tímida. Todos sorriram novamente. Eu não era tímida, só ficava muda na presença dele. —Você vai focar com a lista de alunos!—ele disse me entregando uma folha. —E...eu?—questionei—Por...por quê? —Eu sortiei os nomes e o seu foi o premiado!—ele disse—Anote tudo o que vir durante esses dois dias, certo? Apenas balancei a cabeça em afirmativa. —Todos a bordo!—ele gritou—A aventura vai começar!