Capítulo 1

946 Words
Helena Narrando -Sabe quando você está tão perdida que parece não se conhecer? Essa sou eu, a vida te molda, transforma. -A Helena doce, carinhosa, boazinha morreu aos 16 anos, dando lugar a essa bagunça que me tornei. -Uma eterna desconfiada, amargurada, afiada nas respostas, sempre em alerta. Não deixei de ser totalmente quem eu era mas agora cada um tem de mim o que merece. -Se eu disser que sou vacinada contra Patrícia 100% estarei mentindo, além de ser minha mãe ela sabe me afetar, passou a vida toda mexendo com a minha cabeça. -Agora quando estou com a Tia Bete e a Sara minha Bombom maravilhosa é o único momento que me solto pra ser quem sou. -Me perguntei muitas vezes se deveria levar essa ideia doida de vingança adiante, vai que meu padrasto é um velho nojento, barrigudo e com verruga? -Mas só eu sei o que a minha "mãe" me tirou, o quanto mexeu comigo, eu achava que ia me apaixonar, namorar, viver os passos normais dos adolescentes, só que não rolou. -Me tornei meio apática em relação a sonhos e sentimentos, não faço planos nesse sentido, só aqueles que ferram com a mamãezinha. -É cansativo sabe, estar atenta o tempo todo, ter que se cuidar, se proteger e não se sentir segura nem em casa,depois do que aconteceu eu tinha medo de beber e comer nessa casa. -Respiro fundo medindo minhas próximas ações, Patrícia me conhece, se eu concordar com essa ideia de mudança fácil ela vai achar que tem algo errado. -Vou pra sala e deito no sofá ligando a Tv pra ver Netflix, olho disfarçadamente e a querida está empolgadíssima trazendo suas malas do quarto. -Fico olhando um filme qualquer, aí mesmo que a outra bufa, bate porta, tenta chamar a atenção e eu? Coloco minha melhor cara de planta e faço a sonsa. -Quer ver um narcisista irado é você ignorar a presença,não valorizar,gostam de paparicacão se ouvir não piorou, e as crises estéricas dela estão cada vez piores. Patrícia: -Helena posso saber porque suas malas não estão prontas?-pergunta parando na minha frente com as mãos na cintura. Helena: -Eu não vou mudar pra casa de um desconhecido!-falo calma e séria. Patrícia: -Ahhhh vai! Nem que seja arrastada mas vai!-diz ficando alterada. Helena: -Você resolve brincar de casinha e eu tenho que participar?-falo calma e cínica. Patrícia: -Eu tenho uma imagem pra manter garota, o Mestre me acha uma mãe de sucesso e é isso ele vai ver!-fala irritada. Helena: -Faz aquilo que você faz de melhor mamãezinha, mente!-digo. Patrícia: -Olha aqui garota finalmente vou ter a vida que eu mereço,você não vai atrapalhar de novo, ouviu?-grita. Helena: -A primeira vez que eu te atrapalhei foi quando nasci?-pergunto séria. Patrícia: -Você ainda tinha alguma dúvida?-diz, eu engulo a saliva é sempre assim que ela me abala e ganha, ma hoje não! Helena: -Essa dívida já paguei quando você me vendeu!-falo firme. Patrícia: -Aiiii vai voltar o drama do Hímen, se manca hein, te fiz um favor porque pra arranjar alguém que te quisesse parecendo que saiu do filme Crepúsculo ia ser difícil!-diz rindo. Helena: -Já nem me surpreende mais,que ser humano incrível você!-digo irônica, ela ri. Patrícia: -Agora sim filhinha, valorizando a mamãe,gosto assim!-diz já calma, sorridente e doida, só pode. Helena: -O papo tá sensacional mas vou sair, boa mudança!-digo e vou levantar mas ela me pega pelo braço apertando,a cara de possuída, digo que muda em segundos. Patrícia: -Helena não me desafia!-grita.-Quem vai sair prejudicada é você, sabe bem do que sou capaz!-grita, ouço baterem na porta,bingo. -Ela sai eufórica pra abrir, era isso que eu queria, por isso promovi esse bate boca, para o tal Mestre ouvir e ir desconfiando que ela não é essa pessoa maravilhosa. Mestre: -Que gritaria era essa Patrícia?-ele pergunta e que voz meus amigos! Patrícia: -Ai meu bem, birra de criança, Helena quer sair com a amiguinha e arrumar as coisas da mudança depois.-diz,admiro quando o cinismo é bem executado. Patrícia: -Vem, vou te apresentar sua nova filha!-diz, que p***a de filha foi essa? -O Homem que até então estava de lado se vira na minha direção e quando me olha fica parado, genteeee que homem bonito viu, corpo todo malhado, camiseta marcava os braços fortes, um cara de lobo m*l, uns olhos azuis e intensos, só aquela barba eu tiraria. -Nossa Senhora das Calcinhas molhadas me conceda o milagre de ficar sequinha pois ele me encara como se pudesse ver minha alma. -Não sei dizer o que chamou a atenção dele pois Patrícia sempre me chama de sem sal, mas pelo jeito ele achou algo de bom,ponto pra mim. -A cara da minha genitora não era boa, logo ela que odeia dividir atenção, então chama o cara acabando com o transe dele. Patrícia: -Meu bem essa é a Helena, a razão da minha vida, minha força!-fala, cadê a Globo em uma hora dessas? Mestre: -Oi Helena, pode me chamar de Daniel, mas sou conhecido como Mestre tua mãe deve ter explicado.-diz e estendo a mão. -O abençoado puxa minha mão me trazendo pra um abraço,te falar que cheiro inesquecível, corpo quente, abraço acolhedor, ihhhh qual foi Helena? Helena: -Prazer em te conhecer Dani!-falo ele sorri pra mim. Patrícia: -Tá surda garota? É Daniel!-diz p**a. Mestre: -Tranquilo Patrícia,ela pode me chamar como quiser...é da família!-diz. Patrícia: -Mesmo assim ela coloca apelido é nas amigas dela!-fala insatisfeita. Mestre: Inclusive Lena, posso chamar assim?-assinto.-Arruma suas coisas no seu tempo e depois meus homens buscam.-fala. Helena: -Obrigada Paidrasto! Tô saindo gente, até mais.-digo e agilizo correr dali. -E se eu disser que adorei ele me chamando de Lena? Foca garota, sossega a periquita!
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