Eu sinto algo por Oshiro?

1321 Words
— Ahh, me conta como foi o seu encontro com o cavalheiro de armadura? – falou Yoko, animada sobre a mesa do amigo. — Vai à merda, cara de bolacha ─ chamava agora a amiga assim devido a quantidade absurda de bolacha que ela comia. ─ Que porcaria de cavalheiro você ‘tá falando? – perguntou, já irritado com a amiga. — Pô, Satoru, o quê ‘cê falou pra ela? — Eu só falei que um alfa te ajudou ontem! – falou com os braços para cima, como se estivesse se rendendo. — Eu quero saber tuuuuudo!! –Kato falou, ficando ainda mais animada. Shinkai estava irritado. Se já não bastasse a tremenda bronca que havia levado de sua mãe no dia anterior, não só pelo sangue, mas também pelo corte no rosto, também tinha que lidar com uma amiga doida em seu pé. Por que ele havia contado para Satoru sobre o ocorrido mesmo? Ah, verdade, ele era i****a. — Não aconteceu porcaria nenhuma! – falou emburrado, cruzando os braços. — Saí da minha mesa, d***o! – empurrou a amiga para fora da mesa. — Você tem um curativo no seu rostinho lindo, e o Satoru me contou que você também tem um lenço dele! – falou com um sorriso triunfante. O outro amigo que ali se encontrava, acabou por se esconder dos olhares mortais que Sukuna lhe lançava. — Eu vou matar você! –ameaçou o amigo, que choramingava pedindo proteção divina. — Nós somos amigos! Se você não me conta dá nisso – falou puxando a cadeira para ficar mais próxima dos dois ômegas. — Eu devia jogar você dois pela janela! – falou irritado, encarando os dois amigos que lhe mostravam a língua. — Então quer dizer que um alfa teve coragem de se aproximar de você? – Hinata Yamada, chamou a atenção dos três. — Coitado, deve ser um senhor de 60 anos bem bonzinho. — Vai procurar o teu bando, v********a de quinta – falou encarando Hinata com ódio. — Eu juro que não entendo o motivo de vocês dois ainda botarem fé nisso – apontou para Sukuna e depois para os outros dois ômegas. — Arrume um alfa, ou morrerá sozinho sem que ninguém o ame! — Hinata, não fale assim com o Sukuna! – Kato se levantou, olhando séria para a garota que estava em sua frente. Gostava da amizade da mesma, não entendia o motivo dela implicar tanto com o amigo. — Yoko, amor, você precisa arrumar amigos melhores. Nakamura até é uma boa pessoa, mas Shinkai é uma péssima influência para você. Fico preocupada, vai que ele acabe com sua personalidade fofa, amiga – disse, segurando as mãos da ômega. O clima havia ficado tenso. Parecia que a qualquer momento se iniciaria uma briga entre os dois indivíduos. Nakamura estava um tanto nervoso com aquilo. Sabia que entre todas as pessoas daquele colégio, Hinata era a que mais irritava Shinkai. Não sabia ao certo o motivo dos dois se odiarem, contudo já havia perdido a conta de quantas vezes tiveram que separar os dois. E por sorte, o professor havia entrado na sala, fazendo com que a garota ignorasse a presença do ômega e fosse para o seu lugar. Hinata era uma beta. Era bastante popular na escola conhecida como amiga de todos, afinal, tinha amizade com todos os tipos de classes. Gostava de ajudar e era uma amiga bastante protetora, não tolerava nenhum tipo de maldade e também odiavam gente m*l-educada. Talvez fosse por isso que ela tinha certa raiva de Sukuna, que era o exemplo de pessoa que ela não gostava. Ela não conseguia entender como Yoko e Satoru podiam ser amigos daquele ser, podia até abrir uma exceção para Satoru já que havia pouquíssimos ômegas homens na escola, e os demais estavam nas turmas mais novas. Yoko, ao contrário de Nakamura, era uma ômega que não tinha necessidade de ter a amizade masculina com Sukuna. Se perguntava o que ela havia visto naquele  esquentadinho. Logo o professor passou um trabalho em grupo, Shinkai havia ficado junto de seus amigos. O professor sabia que nenhuma outra pessoa daquela sala fora aqueles dois fariam trabalho com o ômega, então sempre os deixava juntos. Não tinha o que reclamar, os trabalhos sempre recebiam notas altas. Como sempre faziam trabalho juntos – ou até mesmo estudavam juntos –, eles tinham uma rotação de casas. Dessa vez era na casa do rapaz revoltado. O mesmo tinha um quarto lotado de pelúcias e somente os outros dois ômegas sabiam disso. Mas claro, antes de tudo, havia ameaçado os dois, caso contassem para alguém sobre. Yoko amava as pelúcias, enquanto Satoru sempre focava mais nos jogos de vídeo game. O restante da aula passou rapidamente; já estava na hora da saída e os amigos já estavam prontos para irem na casa do amigo. Suas mães já se conheciam, então era fácil avisar sobre as idas de última hora. Entretanto, Shinkai estava um pouco incomodado; não se sentia muito confiante em andar naquele lugar novamente. Tinha medo dos mesmos alfas o vissem sem segurança e procurassem por vingança, e por fim, acabassem por descontar em seus amigos que não tinha nada a ver com o caso. Preferiu tirar aquilo da cabeça para que não atraísse coisas negativas. Por sorte, tudo acabara bem; o caminho até a casa tinha sido tranquilo sem nenhum tipo de presença de alfa perigoso. Contudo, havia algo que estava incomodando Sukuna. Quando passaram pela lanchonete, ele podia jurar que tinha visto Kurama, porém o mesmo não estava sozinho, tinha uma garota com ele. Por algum motivo muito estranho, aquilo lhe incomodou. Não entendia o motivo daquele sentimento, mas ficava completamente frustrado quando imaginava que o alfa já possuía uma namorada. Seus amigos ficaram lhe fazendo inúmeras perguntas sobre o motivo dele estar se sentindo tão incomodado, mas o mesmo não queria dizer, e nem iria. Jamais iria admitir que estava pensando no rapaz ou algo do gênero. Seus amigos acabaram por achar que tinha haver com Hinata, já que os dois ficaram se alfinetando o dia inteiro. O trabalho não demorou muito já que os três ômegas eram muito dedicados. A mãe de Shinkai havia oferecido um jantar, mas preferiram não aceitar, porque ficariam até tarde e não podiam, afinal, continuavam sendo ômegas e não era bom ficarem andando na rua à noite. Depois da janta, Sukuna tomou um banho para esfriar a cabeça. Não entendia por que havia ficado incomodado por ver Oshiro com uma garota, afinal, aquilo era normal. O rapaz não tinha nenhum tipo de compromisso, logo seria natural ele procurar uma parceira – ou parceiro – para que pudesse ter uma relação, contudo, uma voz baixinha em sua mente lhe dizia para não aceitar. Sukuna saiu do banho irritado, já que algo que era para lhe ajudar, havia o piorado. Revoltado, pegou inúmeros ursos e jogou na cama para que ele dormisse abraçado com as pelúcias. Aquele pensamento ainda o perturbava e precisava resolver logo. Tentou focar nas conversas que tivera com a amiga sobre sentimentos; sim, era ridículo ele ter tido essa conversa com a garota, mas a mesma estava se relacionando com um alfa. Estavam no começo, não havia nem sido marcada, e apenas os dois ômegas sabiam do relacionamento, e por curiosidade, acabou por perguntar o que a garota sentia quando estava perto do alfa. Será que de alguma forma, ele estava sentido algo pelo alfa mais velho? Balançou a cabeça inúmeras vezes e ficou irritado a ponto de jogar todos os seus bichinhos de pelúcia no chão, e então, agarrou os cabelos e deu um berro, irritado. — NÃO, NÃO, NÃO! – falou colocando um urso sobre a boca para abafar os gritos; tudo o que menos queria era sua mãe lhe perguntando o que estava acontecendo. — MORRA, MALDITO! SOME DA MINHA CABEÇA! Jamais aceitaria aqueles sentimentos, ainda mais por Oshiro.
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