*************Capítulo 2************
***************Sean***************
Lentamente meus olhos passearam preguiçosamente sobre ela, contornando miseravelmente toda a extensão feminina que enfim se apresentava. Chegando a fatídica conclusão de que essa figura tão frágil não seria capaz de fecundar um filho meu. A olhei de cima a baixo, sem me dar ao trabalho de ser indelicado porque a terráquea fazia o mesmo que eu. Mas ao alojar seu par de olhos gentis no meio das minhas pernas, relembrei da sua cômica pergunta.
Ajeitei meu corpo pesado devido aos trabalhos ardos nas artes da guerra. Fiquei ereto para continuar notando que sua apreciação se localizava diretamente em nossos membros... Àquilo deveria me excitar, como o meu irmão dizia estar desde o instante que surgimos no planeta Terra. Porém por alguma razão, nada até agora me impulsiona a querê-la. E isso era questão de sobrevivência, eu precisava ao menos tentar.
- Vamos! - Se posicionou legitimamente como uma guerreira à frente de uma tremenda batalha e isso trouxe regozijo a minha alma.
- Está muito interessada em saber, vejo seu olhar caridoso direto para o nosso pacote, fêmea.
Seus olhinhos piscam num completo nervosismo antes de focar apenas em mim.
- Por causa do medo... - Engoliu em seco. - Somente por isso.
- Então...
- Irmão...
- Vou dizer! - Minha voz soou rude. - Cada um de nós possui dois pênis! Tá bom pra você loirinha!
- Cruzes! - Nos mirou enojada cobrindo o pequeno corpo novamente.
- Pare de assustá-la! - Secam toca no meu ombro querendo transmitir calmaria ao meu coração por saber que ela seria a nossa salvação. Contudo não conseguia chegar nessa afirmação.
- É mentira então?
- Bem que gostaria que isso fosse verdade, não é Naira?
- Cala a boca seu... seu...
Esperei ansioso pelo xingamento terráqueo.
- e******o!
Estalei a língua decepcionado. A virgem nem ao menos era capaz de se defender verbalmente.
- Continua marrentinha.... - Era assim as gírias daqui. - Quero ver na hora da lua de mel.
Naira nos olhou perplexa.
- Quê?! Do que estão falando?
- Precisamos levá-la conosco, resumidamente é isso. Para nossa terra natal. Saturno te espera, toda a população saturniana aguarda pela noiva dos irmãos Sataros. - Disse com enorme tristeza.
- Po- Por quê? - Questionou trêmula.
- Necessitamos do seu ventre sadio mulher. - Exponho bruscamente.
- Querem a mim como cobaia?!
- Não tolinha...
Secan apertou na região dolorida, fazendo-me ficar de boca calada.
- Naira, rainha minha. Princesa nossa... Precisamos dessa união para salvar uma nação inteira.
- Mas... - Ela virou o rosto. - ... Isso tudo é surreal demais.
- Nem tanto. - Acabo por dizer. Pensa no modo ao contrário, se fosse você chegando em nosso mundo, pedindo o mesmo... Nós nem hesitariamos . Sabe o por quê?
No momento que essas palavras sairam dos meus lábios, meu irmão me soltou, desfazendo a ponte que me aproximava... dela. E a minha pergunta foi jogada no esquecimento. Ufa!
- Querem que eu abandone meu lar. - Sua face retornou a nós de forma sofrida. - Minha vida, meus amigos. Não posso.
Olhei de relance, reparando na cara de desolação de Secan. Nós precisávamos levar a garota por livre e espontânea vontade da parte dela, mesmo estando marcada para ser nossa. A primeira fase para quebrar o feitiço segundo nossos estudiosos, precisava ser quebrada desta forma. Portanto tomei uma decisão arriscada mas que podia ser benéfica para as futuras descendências de saluti.
- Naira... - Ganhei seu terno olhar. - Nada te segura nesse planeta, seus pais faleceram recentemente e desde então se sente isolada de todos. Diversas vezes sentia desejo de desaparecer, tudo por não ter a disposição que as pessoas ao seu derredor exigiam de você.
- Mas... como... você....
- Estamos ligados. - Dei uma resposta curta.
E de repente ela começou a chorar.
- Você tem razão... - Fitou em sua volta com pesar, apertando seus braços contra os s***s que brevemente estarão cheios de alimento para a sustentação dos nossos filhos.
Se tudo ocorrer como nossos antigos reis previram, retornaremos ao ciclo reprodutor naturalmente depois de rompermos a maldição jogada pela feiticeira escarletiana.
- Tudo bem... - Murmurou limpando as lágrimas. - Podem me levar daqui, ninguém sentirá minha falta.
Secan sorriu para aquela aceitação da nossa futura rainha. Contudo pra mim não foi suficiente.
Nos aproximamos ao mesmo tempo, pegando nos seus pulsos, abaixando seus braços. Ele colocou pausadamente sua delicada mão em seu peito, fitando-a apaixonadamente. Enquanto eu apenas a segurava firme, olhando em seus olhos, observando suas feições de menina querendo sorrir mesmo com todas a probalidades contra ela. A fêmea tentava se conectar com algo, conosco.... Tocar em Sean.
Alisamos as chaves que a levaria para o nosso planeta, os desenhos cravados em sua pele pálida eram multifuncionais. E num fração de segundos desaparecemos, ressurgindo em Saturno... Todavia, Naira escapuliu do nosso cerco, jogando-se em cheio no chão da sala mestra onde os anciões aguardavam a nossa chegada. Secan foi direto socorrê-la.
- Eu... Não... Consigo...
A mulher era tão imperfeita para a nossa atmosfera quanto sentia que não aguentaria segurar nossa raça no útero.
- Irmão, dei-me a injeção de adaptação. Ande! - Ordenou ele.
Apenas acarretei sua ordenança. E rapidamente ele sabiamente administrou a dosagem... Fazendo-a respirar normalmente.
Ele a abraçou fortemente contra seu peito, exibindo sentimentos aflorados diante do povo antigo, falando palavras de incontáveis desculpas. Assistia inconformado com o meu destino. Viver ao lado de uma terráquea indefesa, triste e tão solitária que na primeira oportunidade não pensou duas vezes antes de aceitar a nossa proposta.
- Irmão estou exausto. Vou me recolher.
Nem esperei, fui logo dando meia volta. Mas sua voz austera me fez permanecer no local. Ele sabia o quanto detestava ser exposto, porém fazia questão de fazê-lo.
- Precisa ficar e ter contato com a mãe dos nossos bebês! NÃO PODE DAR AS COSTAS! Escolhemos Naira desde quando éramos crianças, não é possível que o seu coração e o seu corpo não possa sentir o mesmo que eu ao reecontrá-la!
Respirei fundo, e me virei olhando para o lindo casal. A moça havia desmaiado. Pode ter sido o cansaço devido a viagem por teletransporte, ou... Ah! NÃO IMPORTA!
- Quer minha ajuda irmão?
Sua raiva era bastante evidente ao ser erguer levando a fêmea abatida consigo.
- Temos que ter uma conversa muito séria!
Disse-me passando por mim feito um furacão. Quando se distanciou o suficiente para que eu pudesse andar sem ouvir mais sermões, andei atrás deles, completamente recluso aos meus pensamentos.