No Passado
Introdução
Acordei ouvindo uns sons estranhos vindo de perto da minha janela, assustada levantei da cama encontrando ela aberta. Como? Se a mamãe havia fechado antes que eu fosse dormir?
Mesmo assim me aproximei, sentindo o vento gelado da noite. Ando com medo até que dois meninos um tanto diferentes e um pouco mais altos que eu, entraram facilmente pela a******a.
Curiosa perguntei diretamente:
- Dá onde vocês vieram? E como subiram por ali? Afinal de contas, quem são vocês? - Ponho as mãos na cintura ficando brava. - Não Deveriam estar no quarto de uma dama!
Um deles me olhava como se eu fosse uma princesa, enquanto o outro parecia fazer pouco caso. Eram irmãos, um sério demais, e o da ponta bastante alegre.
- Ela é uma gracinha, não é irmão?
- Se você acha...
Olhei pra eles sem entender nada.
- Somos amigos de outro planeta. - Diz o menino gentil e risonho, com traços esquisitos nas bochechas.
Ele esticou o braço magrelo, mas não o toquei, estava desconfiada da gentileza deste também.
- Não falo com estranhos! - Cruzei os braços num gesto hostil.
Fazendo ele recolher a mão de imediato, entretanto não perdia aquele mesmo sorriso nos lábios.
- É essa irmão! Nossos pais estavam certos.
O garoto mala me ronda como se eu fosse um churrasco na brasa.
- Essa é a força magnética que você dizia sentir? - Ele me vasculha, deixando-me acuada. - Tão pequena, frágil e sem... graça.
Avançei nele, fazendo-o parar na hora.
- Eu não sou sem graça!! Seu... seu... menino chato!
Era o único chingando que eu conhecia, e escolhi usá-lo no momento certo.
- Além de ter uma boquinha nervosa... - Riu pela primeira vez procurando chegar perto do seu irmão. - É ela.
- Eu te disse. - Eles se entreolharam. - Vamos fazer logo a transferência de ligação, lembre-se tem que ser ao mesmo tempo senão um de nós ficará um pouco atrasado, até diferente, nos sentimentos e é necessário que estejamos sincronizados para dá tudo certo.
- Já sei, memorizei corretamente as instruções quando nossos pais nos informaram.
Os olhei perdida nessa conversa esquisita.
- Do que estão falando?
- Nada pequena terráquea.
O aparentemente bonzinho andou na minha direção juntamente do seu irmão.
- Fique quieta, não se mexa, iremos te marcar.
Com medo das suas palavras, andei para trás, me afastando até chegar na parede. Sem ter pra onde fugir eles alcançaram meus pulsos e quando aproximaram suas mãos no alto, no centro das minhas veias... Ouvimos minha mãe. O chato virou o rosto, preocupado de serem descobertos, o bom, simplesmente continuou, agora tocando seu dedo, como se fizesse uma imagem. A pele começou a queimar um pouco. Em seguida este puxou o seu irmão fazendo-o cometer o mesmo ato... Queimando-me.... Marcando-me... Chorei vendo eles sumirem misteriosamente da minha vista.
Ainda sofrendo pude ver mamãe e papai, surgindo super preocupados. Vendo o meu pranto me acolheram. Assustada mostrei as marcas que os meninos acabaram de fazer, deixando-os chocados.
- Quem foi? - Papai perguntou indo para a janela aberta.
- Dois... garotos... já disse...
- Quem?
- Eu não os conheço.
Abracei minha mãe chorando muito, sentindo as marcas, vendo que elas ficaram em formas de dois anéis.
Enquanto papai desesperado, procurava pela casa, pelo bairro até o amanhecer... Minha mãe ficou comigo.