PADRE HENRI NARRANDO
Fecho os olhos tentando me acalmar, gostas de suar escorriam pelo meu rosto, me virei e sai dali em direção ao altar e me ajoelho.
— Padre está tudo bem com o senhor? — Maria estava perto dos bancos.
— Sim maria, antes que saia, queria te pedir um favor, leve algumas roupas para uma garota lá no quarto dos fundos, ela não tem para onde ir e ficara conosco por um tempo. — Maria sorri gentilmente e sai para fazer o que eu pedi, quando ela sai eu olho para cruz e a imagem nela.
— Deus, meu senhor, por favor me perdoa eu não sei o que aconteceu comigo ali naquele momento, mas isso ao menos me serviu para lembrar que antes de ser padre eu sou homem, humano, talvez eu deva me afastar dessa moça. — Começo a rezar ali vários Pai nosso e Ave Marias, quando finalizo me sento no bancos ali da frente de cabeça baixa pois ainda me sinto envergonhado pelo que eu deixei que acontecesse comigo.
— Padre Henri? — Mari está de pé ao meu lado me olhando sorridente e ... Tão inocente, pura, olho suas roupas, Maria havia feito o que eu pedir e a jovem agora usava um short e uma camisa limpa, e tinha os pés descalços.
— Vim lhe dar Boa noite e pedir a sua benção. — As batidas do meu coração começaram a aumentar, não acredito que isso vai acontecer de novo.
— Boa noite filha, dorme com Deus. — Digo isso e faço o sinal da cruz nela, e ela sorri.
— Obrigada padre, eu não sei o que eu faria se o senhor não tivesse me ajudado. — Ela ainda sorrindo se aproxima e me dar um beijo na bochecha e complementa dizendo;
— Até amanhã.
Então ela se afasta eu me pego admirando ela a cada passo que dava até sumir da minha vista coloco a mão levemente na minha bochecha onde ela tinha acabado de beijar.
— Senhor, eu não posso me apaixonar por essa moça, seria como ser um criminoso. — Digo em voz baixa e fecho os olhos e só vem a imagem dela se aproximando de mim, ainda posso sentir seus doces lábios tocando a minha pele.
O dia amanheceu e teve a missa matinal e no decorrer da missa vi Mari sentada no último banco, ninguém ali prestava muita atenção na garota que chegara na cidade a poucos dias, mas eu... bem eu não conseguia tirar ela da mente.
— Pois disse Jesus “Amai vos uns aos outros com eu vos amei” — digo e uma das mulheres nos primeiros bancos dá uma risada.
— Algum problema minha filha? — Eu pergunto e ela acaba ficando sem graça.
— Não padre, nenhum... e que as vezes é muito difícil amar o próximo, principalmente se o próximo nos machucam como o meu ex-marido um dia fez, e agora eu só consigo sentir ódio por ele. — Ela desabafa.
— É compreensível filha que você esteja magoada, mas você também não pode negar que um dia houve amor, não é? Perdoar também é um ato de amor, sacrificar também é um ato de amor, o que posso lhe dizer é; perdoe seu ex-marido e sacrifique o seu orgulho, ninguém pode ser feliz com rancor no coração.
Ela baixa a cabeça e eu continuo a missa quando finalizo muitas das pessoas me pedem a benção e logo a igreja fica vazia.
— O que o senhor disse para aquela mulher foi muito bonito.
Era a Mariana, atras de mim, me viro para olhá-la mais me afasto em passos pequenos.
— É a verdade, o rancor não faz bem pra ninguém, e se você não tomar uma atitude breve ele acaba dominando a gente. — Eu digo e ela sorri timidamente.
— Eu tinha muita raiva dos meus pais sabe padre? Pelo que eles queriam me obrigar a fazer, me casar, mas agora pensando melhor, se não tivessem feito isso eu não teria vindo para aqui, e não teria conhecido o senhor.
O jeito doce que ela fala, faz o meu corpo entrar em combustão parecia pegar fogo, aquela boca pequena dizendo aquelas palavras.
— Fico feliz em poder ajudá-la, também gostei de lhe conhecer. — Afirmo tentando respirar normalmente.
— Não padre eu acho que o senhor não entendeu eu realmente gostei muito de ter vindo para aqui. — Ela se aproxima.
— O que você está fazendo? Perguntei tremulo.
— Eu vi o senhor naquele dia no banheiro me olhando enquanto eu ... me tocava. — Ela tem uma voz sedutora agora.
—Filha eu posso expl....
— Não se desculpe padre, eu não o julgo, mas desde aquele dia o jeito como o senhor me olhava eu não consigo parar de pensar no senhor, eu sei que é errado, mas eu não posso me controlar. — A respiração dela entorpece meu corpo.
— Deu me perdoa. — Eu peço!
Eu então puxo para perto e colo meus lábios no dela, ela corresponde na mesma hora e na mesma sintonia, sua língua invade minha boca e meu corpo automaticamente pega foto ganhando vida em baixo, eu devia ser forte, mas como ser forte com essa garota tão frágil aqui e...
— Vamos lá para dentro. — Ela diz contra meus lábios passando a mão pelo meu corpo enquanto eu alisava a sua barriga.
Deus me ajuda — esse era o meu único pensamento.