Emanuel
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Fala sério.
João: Vei, desmancha um pra nós. — largado na poltrona.
Emanuel: Desmancha você rapa. — com uma menina no meu colo.
Criolo: Aprendendo com o tio? — riu.
Emanuel: Sempre marcando. — abraçei ele.
João: Pai, a mãe não vai vir não? — perguntou.
Criolo: Vai vir, só que com a corja toda. — riu pegando um copo — O seu tio deve estar dando crise.
Emanuel: A coroa ainda está no troca e tira roupa? — ri.
Criolo: p**a que pariu. — passou a mão no rosto — Seu pai está sem o menor saco hoje, acordou com o pé esquerdo.
Alex: Agora sim, começei a gostar desse baile. — com a boca suja de batom.
Emanuel: A volta lá na pista foi bom em garotão. — bati no queixo dele.
Alex: Sai fora meu fi. — deu um tapa na minha mão — Não estraga a minha brisa.
Emanuel: Tá sonhando com a Cindi. — brinquei.
Criolo: Cai nessa não meu filho. Baile é só pegação. — sentou no nosso meio.
João: Meu velho é parça pode falar. — o Criolo olhou pra ele — Te amo velho.
Criolo: Te amo pirralho! — deu um beijo na cabeça dele.
Debrucei na sacada quando ouvi o DJ, passei os olhos na pista e adivinha quem estava lá? Sério, eu preciso pegar essa menina. Só que a Brenda não é menina só de uma noite, eu sei que ela não é e também não quer ser. Concordo que ela merece mais, só que ainda não estou pronto pra essa responsa, quero mais me divertir, quem sabe depois ficar quieto com alguém, que nem o meu pai. Sei que pelas histórias dele, antes de conhecer a minha mãe era mó cachorrão, não iludia só pegava e metia o pé, mas mesmo assim. As meninas que eu me envolvo todas querem algo sério, por mais que eu esteja sendo sincero. Um exemplo claro, é a Laura. Eu avisei só era um pega, não um namoro e que eu não gostava dela desse jeito.
Alex: Sua bagagem chegou. — olhei pra entrada do baile e era a Laura.
Emanuel: Que ótimo. Deixa eu tirar esse peso das minhas costas. — desci.
Júlia estava acompanhada de um playboy e a Brenda de outro, quando eu assumir o morro essa é uma das primeiras regras que eu eu vou impor, sem playboy no meu morro, só se eles forem me dar dinheiro com a devida presença. Acabei de descer as escadas e fui na Laura.
Laura: Oi Emanuel. — com as mãos nos bolsos.
Emanuel: E aí Laura, suave? — perto dela por causa da música.
Laura: Sim e você?
Emanuel: De boa. Será que podemos conversar? — indo pro canto.
Laura: Pode falar. — alisou o meu rosto.
Emanuel: Laura... — segurei na mão dela — O que eu te falei quando ficamos pela primeira vez?
Laura: Que era só uma ficada, que não era namoro.
Emanuel: E tô ligado que você entendeu errado. — afirmei — Laura, você é bacana. Não vou dizer que o problema sou eu ou que é você, porque não somos nós. Você tem tudo que um cara quer numa mulher sério, não é abobrinha, é sério. Eu quero divertir, quero ir em altas festas, quero beijar quantas meninas eu quiser, quero ser livre. Não quero dar satisfação pra ninguém. — respirei — Enfim, o que você quer eu não posso te oferecer. Nem agora, nem depois, se um dia eu quiser alguma coisa séria, acho que já tenho a pessoa certa. Foi m*l.
Laura: Eu que entendi errado mesmo. — soltou as suas mãos — Aonde eu estava com a cabeça?!
Emanuel: Não se culpe, não foi r**m. — sorri — Foi bom pra c*****o, mas quero ser solteiro.
Laura: Eu te entendo. — sorriu — Vou superar. — segurou no meu rosto — Apesar de tudo, gostei da sua atitude. — deu um beijo na minha bochecha — Você merece tudo de bom.
Emanuel: Ainda merece mais do que eu. — dei um beijo na testa dela.
Laura: Cadê as meninas? — me olhando.
Emanuel: Na pista. — mostrei..
Laura: Vou lá, beijo. — se afastou.
Fiquei olhando ela ir e sai do transe voltando para o camarote.
Emanuel: Desmancha um.
Já tinham vários cigarros enrolados na bandeja na mesa, tudo organizado na seda. Peguei no meu bolso o esqueiro e acendi um só pra mim.
Brenda: Aí estou cansada. — trocando os sapatos — Alex, pega uma bebida pra mim? — fez bico.
Alex: Pega a minha. — jogou uma garrafa de orloff pequena.
DJ: CADÊ DEDEU? — falava no microfone — TEMOS UMA SURPRESA PRA VOCÊ.
Emanuel: Aqui! — levantei a mão.
Senti vários toques me empurrando para mais perto do baile.
Emanuel: Fala Kelton. — subi no palco.
DJ: Fala meu irmãozinho. — afastou o microfone — Temos novidades.
Olhava para todos, dava uma visão perfeita. Bem perfeita mesmo, daquela que eu queria ver. Ela era linda demais.
DJ: SEU PAI, MEU CHEFE, O CHEFE DE TODOS AQUI... — apontou — QUER LHE DAR UM PRESENTE, DOS MUITOS QUE VÃO VIR, SE VOCÊ ACEITAR O QUE ELE PROPÔS.
Entrou uma fileira de meninas no palco, daquelas que os caras iriam babar e que não iam deixar essa oportunidade passar. Olhei cada uma de cima embaixo, meus olhos se encheram.
Alex: AÍ CHEFÃO EM. — gritou do camarote — SE NÃO QUISER, PASSA PROS AMIGOS.
João: QUERO A LOIRA. — mandou beijo.
Emanuel: Meu irmãozinho... — falei baixo — Eu tenho que escolher alguma mesmo? Não é que eu não goste, pode crê eu gosto pra c*****o. Mas, hoje não estou interessado. — olhei pra baixo e a Brenda olhava atenta.
Eu não queria machucar ela! Não ela.
DJ: PARECE QUE ELE ESTÁ EM DÚVIDA, O QUE ACHA DE ESCOLHERMOS PARA ELE? — sugeriu.
Alex: RUIVA!!!!!!! — um montinho gritou junto.
João: LOIRA!!!! — outro gritou.
Criolo: TODASSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS.
Bia: COMO É QUE É? — brava, olhando pra ele.
Criolo: NENHUMA, HORROROSAS. — desceu, indo atrás da Tia Bia.
Júlia: Sério? — olhava para cada uma.
Loira: Meu amor, me escolhe. Você não vai se arrepender.
Ruiva: Posso reafirmar isso, se me escolher.
Morena: Gatinho, vem.
Emanuel: Volta a música, e meninas saem do palco por favor.
DJ: Não, tem que escolher uma. — riu.
Olhei para a Brenda novamente.
Emanuel: Já tenho uma em mente, mas não é uma dessas. — falei pra ele — E não é da conta de ninguém. — sai do palco e voltei pro camarote.
Sai bebendo tudo que eu via pela frente.
Alex: Eu vi aquela olhada. — falou baixo.
Emanuel: Alex não me enche.
Alex: Cara, eu só acho que se gosta dela, vai atrás. Orgulho é bom, concordo. Mas ele pode estar te ferrando.
Emanuel: Cara...
Alex: Emanuel, sabe que pode contar comigo pra tudo, vou estar te apoiando. — falando — Ela é linda, ela é maravilhosa demais cara pra ficar sozinha por muito tempo. Você vai perder se não agir, e depois vai se arrepender. — se afastou — Mas é só um toque.
Marina: Filho? — parou do meu lado — Está tudo bem?
Emanuel: Coroa, o pai sempre foi assim? — a olhei.
Marina: Já conseguiu ser pior. — fez carinho na minha nuca — Perdoa ele. Ele só está...
Emanuel: Sendo i****a.
Marina: Olha, eu sei que meninos não gostam de falar sobre isso. — começou — Mas só não percebe quem é bobo, acho que até os cegos estão vendo. — me encarou — Emanuel, você gosta da Brenda e não é nenhum crime gostar de alguém. Por que não vai e fala? Por que não tenta?
Emanuel: Mãe isso é coisa minha.
Marina: Eu sei, mas estou tentando te ajudar. — falou calma.
Emanuel: Você está linda. — me deu um cheiro.
Marina: Ok. — sorriu — Você que está. — riu — E ai Criolito, conseguiu?
Bia: Esse i****a é ridículo.
Criolo: Apesar dos anos, o amor só aumenta. — abraçou ela — Amor, você é a mais linda de todas.
Bia: Sei. — deu um beliscão nele.
Lana: Olá meninas. — toda feliz.
CV: Sem piadas. — falou pro Tio Criolo.
Minha cabeça estava nos conselhos, eu queria muito ir nela. Mas a verdade, é que eu nunca me apaixonei por ninguém e até aonde eu saiba, não é bom em nenhum dos sentidos. Só de pensar que eu poderia estar assim pela Brenda, me assustava.
Emanuel: Cadê a cerveja? — entrei no meio de todos.
O baile foi até o dia raiar, e mesmo de madrugada ainda tinha gente chegando. O meu pai deu as caras lá, uma vez ou outra, estava muito ocupado com os negócios e com o novo carregamento não só das drogas como das armas.
Emanuel: Carai, são 6h, e ainda tá lotado. — coçando os olhos — Estou morto viado, tô vazando.
Alex: Alguém animou de ir embora. — comemorou — Vamos.
Emanuel: Sabe o caminho de casa não carai? — ignorante — Sabe ir sozinho.
Alex: Bebida sobe e grosseria desce. Bem - vindo Emanuel. — me catou pelo braço.
Descemos que nem uma criança as escadas, ele me segurava para não cair. Se a minha mãe me visse nesse estado ela iria encher o saco, tentei me aprumar logo.
Alex: Tia Marina, ainda está em casa?
Emanuel: Tá me vendo com ela? — falei.
Alex: Não seria uma má ideia. — descendo devagar — Já são 6:30, já deve estar no asfalto.
Emanuel: Que se dane meu caro. — passei o braço no ombro dele.
Alex: Falo o machão que está já concertando os passos. — debochou — Conseguiu ir sozinho?
Emanuel: Valeu mano. — toque de mão.
Entrei em casa normalmente, só quem estava em casa era a empregada e a Júlia comendo que nem uma draga.
Júlia: Bom dia. — sorriu.
Emanuel: Ehhhhh. — comemorei — Boa noite.
Júlia: Vamos para a praia?
Emanuel: Mais tarde Ju.
Com a reforma do morro, meu pai aproveitou e reformou todas as casas, ele deu aquele tapinha especial na nossa. Ficou que nem essa de condomínio fechado, estava violenta. O meu quarto era o último, e ficava de frente para o asfalto, em vez de janela, preferi uma porta com varanda. Tirei a camisa e os sapatos, tinha aquele cheiro de manhã que eu me amarrava, o vento batia no meu rosto, e eu me joguei na cama.
Maquinista
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Menor: Acho que isso é errado.
Maquinista: O que eu quero pro meu filho, é problema meu.
Menor: Rael, é a vida dele, não sua! Quem deveria decidir é ele.
Maquinista: Por que você está aqui dando palpite mesmo? — me levantei — Ninguém pediu. Eu principalmente, até porque você não é da família. — tampei os cinzeiros no chão.
Menor: Não estou querendo passar por cima de você. — afirmou — Só que, ele sendo seu filho, você deveria querer o melhor pra ele. — falando.
Maquinista: Esse é o meu melhor pra ele! O morro é a minha vida e tem que ser a vida dele. — firme.
Menor: Para com isso! E se ele não quiser?
Maquinista: Ele não tem escolha, ele VAI assumir o meu morro.
Menor: p**a que pariu. O que a Marina acha disso?
Maquinista: Menor, não mete ela nisso. Você não tem esse direito.
Menor: Então quer dizer, que ela não sabe das suas reais intenções?
Criolo: Acho isso tudo loucura. Até entendo que você queria continuar o legado. — olhou — Mas o Emanuel, Rael ele é um jovem ainda cheio de aventura nas veias, ser pai não te ensinou algo não?
Maquinista: Ensinou que eu tenho que fazer melhor para meu filho.
CV: Ainda mais você, que teve o pai ausente. — entrou sem bater.
Maquinista: Desde quando vocês tomam conta da minha vida e da do meu filho? — olhei para cada um — O filho é de vocês?
Criolo: Só estamos querendo te ajudar, tentar fazer você ver, que as coisas não são do jeito que você quer.
Maquinista: Não vou mais falar sobre isso! — sério — O carregamento das armas estão guardados, mas quero que vocês repassem os valores.
Menor: Maqu.... — o interrompi.
Maquinista: Faz o que eu estou te pedindo. Quero todas vendidas ainda hoje. Quem aproveitou ontem aproveitou, quem não aproveitou aproveitasse. — preparando a droga nas sacolinhas — Ressaca? f**a - se, quero todo mundo trabalhando.