Brenda: Isso não vai acontecer. — dei um beijo em seu queixo.
Sai de perto do mesmo calmamente, voltei a me encostar na grade e ver as pessoas subindo. Ele ainda ficou um tempo parado no meso lugar me olhando. Não é que eu não tenha vontade de ficar com ele, eu não sou cega, eu sei que existe isto isso dentro de mim. Só não quero admitir para ninguém, ainda mais de quem eu estou afim. Ao contrário, Emanuel não precisou sofrer para se tornar quem ele é hoje. Acho que já nasceu assim, querendo passar aquele p***o em todas as meninas que dessem mole para ele, e eu não quero ser mais uma delas, não quero ser SÓ mais uma. Quero ser aquela que vai fazer ele comer na minha mão, que vai fazer a diferença na vida dele, que vai chegar e vai marcar. Não quero ser só brisa passageira, quero ser um furacão, terremoto e todos os outros fenômenos da natureza reunidos. Se ele me der flores, vou plantar um jardim, ele só precisa fazer as coisas certas, mas eu não sei se ele faz isso para se fazer de bobão i****a para os amigos ou se faz isso porque gosta ou se simplesmente se esconde de algo. Seja o que for, não vou esperar ele descobrir para me ganhar, quando ele acordar para a vida, possa ser que eu esteja disposta. Sinto que ainda falta muito crescimento ali e sinto também que ainda não merecemos um ao outro. Quer dizer, sei lá, o que eu tô falando? Acorda Brenda.
Maicon: Princesa? — estalou os dedos na minha frente.
Brenda: OI? — saiu um pouco alto.
Maicon: Não falei que eu viria? — sorriu — Então, cadê a Jú? Tem um amigo meu, querendo conhecer ela.
Brenda: Sim... Ela já está subindo. — olhei pro menino — Não me é estranho.
XXXXX: Igor. — se apresentou.
Brenda: O sem sal. — falei sem pensar — Prazer.
Igor: O que? — riu.
Brenda: Papo de menina, enfim... — olhei novamente para baixo e aquela loira estava subindo — Olha ela aí.
Júlia: Olá meninos, chegaram a muito tempo?
Maicon: Chegamos agora. — deu um empurrão no Igor.
Júlia: Tá com algum probleminha no braço Maicon? — irônica.
Brenda: Tá rápida. — riu, dando o braço pro Maicon.
Júlia: Igor né?!
Igor: Sim, Júlia. — sorridente — Mesma escola.
Júlia: Também no face. — reparava ele — Você é lindo, ainda mais pessoalmente.
Brenda: Ui.
Maicon: Com sucesso.
Júlia
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Acabei me atrapalhando com a hora, quando entro pro banheiro esqueço eternamente da vida e da conta de luz.
Marina: Júlia, sai desse banheiro.
Júlia: Já sai. — na toalha.
Abri a porta do banheiro e ela já não estava mais lá, ainda estava indecisa sobre a minha roupa, até mandar fotos para a minha heroína e ela me salvar. Deixei o meu cabelo solto, meio bagunçado. Fiz uma maquiagem forte ressaltando os meus olhos, passei um batom forte.
Júlia: Estamos melhorando. — baguncei ainda mais o cabelo.
Passei o meu hidratante, perfume, desodorante, escolhi os acessórios antes de colocar a roupa. Coloquei um brinco comprido branco.
Emanuel: Nossa vai assim? — me olhou dos pés a cabeça.
Júlia: Exagerado?
Emanuel: De jeito nenhum. — sentado na cama — Está linda.
Júlia: De, o que foi? — fiz carinho no rosto dele.
Emanuel: Pai, veio com aquela história de novo. — passou a mão no rosto.
Júlia: E você já se decidiu?
Emanuel: Não! — brincou de folear as páginas do meu livro — Nem sei o que quero.
Júlia: Você vai descobrir. — segurei em seu rosto — Vai fazer a coisa certa meu amor.
Emanuel: Não sei. — respirou fundo.
Júlia: Não sei se vai servir de consolo, mas um dos dois você vai ter que decepcionar. Papai e o morro ou Mamãe e a faculdade.
Emanuel: Eu sei, só que isso não me deixa feliz.
Júlia: Emanuel, sua vida. — afirmei — Meu irmão, você é o único que tem que estar satisfeito. Imagina estar em um lugar que você não quer? Hm? — sentei ao lado dele — Acredite, você é esperto. Confio em você. — dei um cheiro nele.
Emanuel: Obrigado. — me apertou — Deixa eu ir, os bostas estão ligando. — me mostrou a tela.
Júlia: Ok. — olhei ele sair do quarto.
Lembrei que a Brenda deve estar p**a me esperando lá em cima. Sai como um jato de casa, mesmo de salto subi correndo, sorte minha que tudo não cai no chão.
Júlia: Igor, noooooooooooossa. — me abanei.
Brenda: "Aquieta essa b****a" — imitava.
Júlia: Cala a boca.
Olhei para o salão lotado, até no andar de cima no camarote, estava sem espaço.
Geralmente, a Brenda abria a pista de dança, claro que sempre um pouco alterada, mas ela abria. Hoje estava quietinha, só bebendo e dançando num canto com o Maicon.
Igor: E você? — puxou assunto.
Graças ao Pai, sou péssima nisso.
Júlia: Até que danço, mas sou horrível. — ri.
Igor: Só acredito vendo.
Júlia: Você sabe? — ri.
Igor: Acho que sim, sei lá. — mandou alguns passos.
Júlia: Melhor do que eu. — bati palmas.
Igor: A essa eu quero provar. — dei o meu copo pra ele.
Fui no ritmo da música, balançei o meu corpo suavemente, desci até o chão no mesmo ritmo. Agachada, rebolava, ria muito.
Júlia: Por aí.
Igor: Falando que sou melhor que ela. — deu um gole e me devolveu o copo.
Júlia: Ainda tenho vergonha. Mas me deixa, vou virar dançarina do Daniel Saboya, meu caro. — joguei o cabelo.
Igor: Apoio pra carai. — ajeito o topete.
Júlia: Sei que apoia, e ainda vou te duelar. — me mexia.
Igor: Vai perder feio. — deu um empurrão.
Júlia: Qual vai ser seu prêmio de consolação? — ri.
João: Se divertindo mané? — olhou pro Igor.
Igor: Tá conversando com ele Júlia? — climão.
Júlia: Vocês não se topam? — por fora.
João: O zé butão acha que é alguém, com essas orelhas furadas e esse cabelo ensopado.
Igor: Isso é porque você não pode?
João: Tá querendo dizer o que com isso?
Maicon: Tá precisando ficar suave meu irmão? — colocou a mão no ombro do João.
Emanuel: Acho que você que tá precisando de se ligar aqui, meu chegado. — tirou a mão do Maicon.
Júlia: AÍ GENTE Ó, NÃO VIAJA. — entrei no meio deles.
Alex: O que que tá pegando aqui?
Igor: O teu amigo com as asas grandes.
Emanuel: Algum problema com isso meu querido? — de braços cruzados, nariz empinado.
Maicon: Eu tô tendo, quer resolver?
Brenda: Ninguém vai resolver nada, cada um caça o seu rumo. — ela entrelaçou no Maicon — Vêm, você vai sair daqui agora. — puxando ele pra outro canto.
Igor: Vai ficar aí? — me tocou.
Júlia: Vou com você. — segurei em sua mão.
Várias músicas estavam tocando, era funk, sertanejo, axé, vish muita coisa misturada.
Brenda: FALA SÉRIO. — ela gritou — O QUE QUE A VIDA APRONTOU DESSA VEZ...
Júlia: Ih... — olhei.
Igor: Essa música é linda, não é?
Júlia: Claro.
Só dava aquele monte de bonezinho no olho da adidas, os meninos com as mãos pro alto e o Igor tentando me seduzir junto com as músicas.
DJ: QUERO O GRITINHO DAS SOLTEIRAAAAAAAAAAAAAS.
MENINAS: UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUL.
Brenda: SEMPREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
Júlia: EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEU.
Igor: Tá solteira? — riu.
Júlia: Livre, leve e solta.
DJ: QUERO VER AS SOLTEIRAS AQUI NA FRENTE, QUEM DANÇA MELHOR VAI GANHAR UM BEIJO DE MC K. — aumentou o som.
As loucas, alopradas foram tudo lá pra frente. Algumas até deixam os meninos sarrar atrás, e até que elas gostavam.
Brenda: Vamos amiga... — me puxando.
Júlia: Só vou acabar de beber. — virei o copo — Desce uma tequila. ADORO.
Não ficamos lá na frente, ficamos um pouco atrás do meninos que estavam fazendo graça. A Brenda mandava mil vezes melhor do que eu.
Júlia: Não pera vem me ensinar. — ela me dizia o que fazer.
Um passo pra lá, outro pra cá, rebolava até o chão. Subia com as mãos no joelho e jogava a b***a, dava aquela tremida e mandava o quadradinho. Jogava o cabelo, descia rebolando até o chão, jogava a b***a pro lado e pro outro.
JJ: Que isso loira. — puxou a mecha do meu cabelo.
Mordi os lábios, gostando da resposta. Seguia a Brenda em todos os passos, se inclinou, jogando a b***a pra trás, junto com o cabelo batendo lá na b***a, rebolava até a metade e subia dançando normalmente. Do camarote dava para ver toda a pista, até a entrada dos banheiros. Acho que o meu pai tinha dado uma chance para o Emanuel hoje, tinha três cadeiras e nas três estavam: João, Emanuel, Alex. Todos olhavam para mim e para a Brenda, que correspondia mordendo os lábios e passando as mãos pelo corpo, o Emanuel até se debruçou para olhar. O Alex ergueu as sobrancelhas, me parecendo surpreso mais gostando da real cena que estava vendo. Juntei o meu cabelo em um r**o de cavalo com as mãos, abri um espaço vantajoso dando um passo e rebolando até o chão. Dei as costas pro camarote, soltando o meu cabelo e dando aquela jogada de cintura.
JJ: Vem pra mim donzela. — segurou na minha cintura — Cheirosa.
Júlia: Bebeu Juliano? — segurei em seus ombros.
JJ: Você é muito gata, já te avisaram?
Dei um olhar de relance para o camarote o Alex estava fixo.
Júlia: Veio repetir? — brinquei.
JJ: Sempre bom ouvir mais. — olhou nos meus olhos — Gata.
Passou o nariz dele no meu, os olhos do Alex cemisserados, pisquei e ainda de um tchauzinho para ver se ele acordava.
Emanuel quase fazia uma poça de baba aqui embaixo, o Alex já estava de pé, só olhando a cena. O Juliano era bem gente boa e muito bonito por sinal, mas se eu desse esse passo com ele, não seria bom para ninguém. Até porque não acho justo enganar outra pessoa, aliás isso que eu estou fazendo é até errado.
Júlia: Ju, os meninos estão te chamando. — apontei para o grupinho de soldados.
JJ: Tá me despachando?
Júlia: Não. — rolei os olhos — Só não perca seu tempo comigo, está bem?!
JJ: O que quer dizer com isso?
Igor: Que ela não te quer.
JJ: E o playba tá se metendo na conversa dos outros por que? — falou ogro.
Igor: Porque o playba aqui não tem medo de um traficante. — encarou.
JJ: Deveria ter. — colocou a arma na cintura do Igor — Acho bom, ficar bem de boa, de bico calado e na sua.
Júlia: Juliano para com isso. — entrei na frente.
Não existiu nenhuma resposta, ele saiu me olhando torto. Sabia que dali eu poderia não mais contar com ele.
Igor: Valeu. — voltou a cor normal — Arma é pregagem, não tem nem luta.
Júlia: Segura a sua onda aqui em cima. Só está vivo, porque eu estava aqui e impedi. — sincera — Se ele te encontrasse sozinho, tinha acabado.
Igor: Vou tentar relaxar.
Júlia: Obrigada. Quer bebida? — ofereci.
Igor: Vou lá no bar. — puxou o Maicon — Bora.
A Brenda veio para o meio lado.
Brenda: Você está bem?
Júlia: Sim. — sorri.
Alex: Se divertindo Júlia?
Júlia: Oxi e muito, você não está não? — me virei na maior cara de p*u.
Alex: Como pode ser tão cínica? — ergueu um sobrancelha.
Júlia: Uai, estou falando a verdade. — convicta.
Alex: Dançando desse jeito? Se esfregando com esse o****o? — apontou.
Júlia: Ah, isso te incomoda? — fiz gestos.
Alex: Por que me incomodaria?
Júlia: Porque você desceu lá do camarote, pra vir aqui embaixo, pra só me pergunta se estou me divertindo?! — revidei.
Alex: Na verdade vim pegar uma bebida.
Júlia: Alex, no camarote a bebida é de graça e só tem do bom e do melhor. — ele bufou.
Alex: E se for, porque eu estou me importando? — sério.
Júlia: Ai podemos conversar feito adultos.
Alex: Trouxe ele por que?
Júlia: Não que eu te deva alguma explicação, mas ele veio de companhia pro Maicon. — apontei para o menino — E ele não ia ficar de vela, além do mais, eu bem que acho ele um gato. Não vi problema.
Alex: Mas eu vi e não gostei. — apontou pro camarote — De lá a cena não estava nada boa.
Júlia: Apertado é você que não gostou. — joguei o meu cabelo — Por que veio me cobrar satisfação mesmo?
Alex: Tudo que é conversado é bem resolvido.
Júlia: Ou não. — dei um passo pra sair e senti ele segurar no meu braço.
Alex: Deixa com essa marra, que comigo não cola. — me voltou pra ele, colando os nossos corpos.
Foi calmo, não teve muito alarde. Suas duas mãos foram parar no meu rosto, depositando um beijo em cada lado do meu rosto, depois na testa, depois na ponta do nariz, queixo, por fim a boca. Raspou devagar de um lado para o outro seus lábios nos meus, eu tentava pegar, minha sede daquela boca era de anos. Segurei em sua cintura por baixo da blusa, arranhei até o pé da sua barriga e o vi arrepiar dos pés a cabeça. Sua boca encaixou na minha, línguas se encontraram, eu explorei tudo que eu pude e como eu pude, mordisquei cada canto e senti suas mãos no meu quadril, me tirando do chão um pouco. Levei uma mão para sua nuca, de novo cravando as unhas e o beijei com toda vontade que tinha em mim. Não sei como chegamos, mas no pouco de brecha em que tive, estava encostada na parede com o seu corpo todo em cima de mim. Sua mão passou pro meu cabelo, enrolando o mesmo em sua mão e puxando para trás, deixando o meu pescoço a mostra. Beijou, mordeu, chupou, eu já estava molhada com um beijo. Senti o seu amigo por cima da calça.
Júlia: Opa. — parei, recuperando o ar.
Alex: Carai, se eu soubesse que você beijava bem assim, não tinha perdido tanto tempo.
Júlia: Pois é, viu o que você estava perdendo? — pisquei — Seu cheiro é bom.
Alex: Você é linda. — tirou as mechas dos meus olhos — Reparando bem de perto, é ainda melhor.
Júlia: Papo chiclete não cola comigo. — sorri debochada.
Alex: Contigo não é.
Júlia: Com ciclana, beltrana, também não. — estalei os beiços — Até parece que eu não te conheço.
Alex: Júlia, você não me conhece. — olhou firme dentro dos meus olhos.
Júlia: Tá bem, vamos voltar? — apontei pra pista.
Alex: Depois a gente se esbarra. — me deu um selinho.
Sai toda contente para a pista.