Alice Narrando:
Depois que consegui me acalmar, peguei tudo que encontrei e levei pro meu quarto, organizei a pasta a qual iria levar para mostrar ao juíz, guardei a carta e o gravador e fui até meu closet pegando uma calça alfaiataria preta e uma blusinha branca, calcei meu salto, passei um perfume e passei apenas um corretivo, ** compacto e um lip tint na boca, peguei minha bolsa e a pasta e saí do quarto indo em direção a porta saindo do apartamento, desci pra garagem pegando o carro e dando partida ao fórum onde seria minha reunião com o juíz, fui pensando nos argumentos que usaria, se bem que as provas que meu pai tinha falam por si só, estou levando o alvará e estou convicta que vou conseguir com que ele assine.
Cheguei no fórum e estacionei o carro, desci travando o mesmo e fui entrando.
Alice: Boa tarde! Tenho uma reunião marcada com o Dr. Marcelo.- falei pra moça da recepção.
Recepcionista: Boa tarde! Seu nome por favor?- disse me olhando.
Alice: Alice Guimarães.- falei e ela digitou alguma coisa no computador.
Recepcionista: O Dr. Marcelo está lhe esperando na sala dele no 3° andar.-falou simpática e eu confirmei indo em direção ao elevador, entrei apertando o número do andar e a porta se fechou, saí do elevador e logo tinha uma outra recepção, fui até lá dando meu nome e a moça me mostrou onde ficava a sala do juíz, dei duas batidas na porta e entrei, dando de cara com um senhor de uns 50 anos, mas bem conservado.
Dr. Marcelo: Sente-se senhorita Alice.- ele disse apontando pra cadeira a frente da sua mesa.
Alice: Licença.- falei me sentando.
Dr. Marcelo: Bom, podemos começar.- ele disse e eu concordei.
Alice: Pois bem meritíssimo, vou direto ao ponto, quero que assine o alvará de soltura do meu cliente.- falei colocando o documento sobre a mesa.- Cauã Bottini.
Dr. Marcelo: Você está ciente do que está me pedindo?- disse me olhando com as mão cruzadas sobre a mesa.- Seu cliente é o dono do morro do Vidigal.
Alice: Sob quais provas o senhor alega isso? Uma denuncia anônima?- falei o encarando.- Sei muito bem que não possuem provas concretas de que meu cliente é o dono do morro, já eu possuo provas de que ele não é, e que mesmo que tenha que responder algum processo, merece responder em liberdade.
Dr. Marcelo: Pois bem Alice, me convença.- disse me dando atenção.
Alice: Aqui tenho um testemunho que diz que meu cliente é um viciado que se endividou com o verdadeiro dono e para pagar o mesmo prestava serviços para ele.- entreguei o arquivo o vendo analisar.- Neste outro é uma descrição de outro testemunho do verdadeiro dono do morro, que não bate com as características físicas do meu cliente.- falei entregando outro arquivo.- Quer mais? - fui um pouco ousada nessa pergunta, confesso.
Dr. Marcelo: Não é necessário.- ele disse.
Alice: E isso significa?- perguntei o olhando.
Dr. Marcelo: Significa que seu cliente precisa de muito mais provas de que não é o dono do morro, porém irei assinar o alvará, até que as acusações contra ele sejam oficialmente comprovadas, a audiência dele será marcada e até lá tá proibido de sair do país.- ele disse e pegou o papel assinando.
Alice: Sim meritíssimo.- falei pegando o papel.- Muito obrigada!- agradeci e saí, me sentindo vitoriosa, pequenas conquistas. Ah Alice, mas você sabe que ele é o dono do morro do Vidigal, você mentiu. Não, eu fiz meu trabalho, eles não podem acusar sem provas, não podem condenar sem provas, então eu ainda tô certa. Saí de lá indo direto pra penitenciária, quando cheguei fui até a recepção pedindo pra falar com o diretor, a moça fez alguns procedimentos e liberou minha entrada.
Diretor: O que deseja Drª?- Perguntou apontando pra cadeira.
Alice: Estou com um alvará de soltura assinado pelo juíz, solicitando a liberdade de um detento.- falei tirando o doida pasta.
Diretor: E quem seria o sortudo?- perguntou o olhando o papel.
Alice: Cauã Bottini.- falei e seu semblante fechou.
Diretor: O quê? Ele é um criminoso perigoso.- disse se levantando.
Alice: Peço que não insulte meu cliente e quanto as acusações não possuem provas suficientes para incrimina-lo, devido a isso, o juíz assinou o documento e solicito que ele seja solto o mais rápido possível.- falei e ele começou a andar de um lado pro outro.
Diretor: O que eu posso fazer né?! Amanhã pela manhã ele será solto.- disse enfurecido.
Alice: Estarei aqui para presenciar.- falei me levantando.- Obrigada pelo seu tempo, até amanhã.
Diretor: Até amanhã drª.- disse me olhando enquanto eu saía, que homem esquisito, eu hein, saí de lá indo pro meu carro, decidi que vai ser uma surpresa pro Chefe, quer dizer, Cauã, não vou avisá-lo hoje, amanhã eu venho buscar ele, entrei no carro e voltei pra casa.