CAPÍTULO 04

1303 Words
VIOLETTA PETROV Tento disfarçar minha cara de espanto ao ver Marley, mas Andrey percebeu. Droga! Tantas pessoas para ele ser parente e tinha que ser justamente do meu segurança particular? Acho que joguei pedra na cruz, só pode. Engulo minha raiva, meu ódio, nojo e abro um sorriso simpático para todos. — Marley. Quanto tempo... Conseguiu sair de Paris? — O pai de Andrey pergunta. — Sim... eu estou trabalhando em uma empresa lá, mas consegui um tempo para vir. — Ah se soubessem. — Não sei que trabalho é esse que o funcionário pode sair assim, para ficar um tempo indeterminado fora do país — murmura Benny, prima de Andrey. Isso, continue por essa linha. — Tão enxerida como sempre, Benny. — Ela dá língua para ele. — Oh, que bela moça temos aqui... tenho a impressão de já ter te visto em algum lugar — diz o pai de Marley. — Sou Violetta Petrov. — Estendo minha mão para cumprimentá-lo. — Eu sou segurança particular dela, como os seus pais estão em Portugal e vão ficar um tempo fora, decidi trazê-la, já que não esperava essa reunião familiar de última hora — murmura Andrey e olha para o pai, que lhe lança um sorriso simpático. — Isso é incrível, temos a filha de um dos homens mais influentes da Rússia entre nós! Creio que prepararam o melhor quarto para ela, não é? — A mãe de Marley questiona. — Não...não precisa disso tudo, o que tiverem para mim está perfeito e a fazenda é linda. A última coisa que quero é ser tratada diferente por causa do meu sobrenome. ANDREY NIKOLAI Todos estão conversando animadamente, Benny, Anne, Lisa e Margot conversam com Violetta em um canto, enquanto Marley, Marvin e Eduard em outro. A todo momento ele encara Violetta, que parece que esqueceu a presença dele aqui. Agora não, mas logo eu vou ter uma conversa séria com ele e saber o que de fato aconteceu. — Está tudo bem, querido? — Minha mãe me tira dos meus devaneios. — Está sim. — Ela é linda e muito agradável. Parece que não nasceu em berço de ouro — comenta. — Acho que ela não queria ter nascido em um. — Parece que você sabe mais dela do que a mídia. — O olhar de dona Lorena é de curiosidade. — Sou segurança particular, é meio óbvio. — Tento me justificar. — Sei. Mas querido, só faça algo que realmente tem certeza que vá dar certo, pois você estará jogando tudo para o alto. — A olho confuso. — Como assim? — Vou levá-la para mostrar o quarto. — Antes que eu diga algo, ela sai de perto de mim e vai até Violetta e, entre sorrisos, ela acompanha minha mãe para o andar de cima. Caminho até meu pai, que conversa com meus tios. Estão falando de baseball. Mas logo minha atenção muda para Marley, que não para de olhar para as escadas; alguns minutos depois minha mãe desce, indo até as minhas tias, e Marley disfarça e sobe. Filho da... Espero que ele suma no alto da escada e o sigo, não dando a mínima para ninguém e nem fazendo questão de esconder algo. Escuto vozes altas vindo do final do corredor e, ao me aproximar da porta, vejo Marley sorrir para Violetta, que o olha com desprezo. — Acho bom você realmente ficar quieta. O que aconteceu em Paris, deve ficar lá. — Não vou querer dar esse desgosto a sua família, eles não merecem. — Sabe que se eu cair... você cai também. Imagina o que vão dizer se souberem que a filha de um dos homens mais influentes do mundo... — Cala a boca! Eu não vou fazer nada, então me deixa em paz. — Você está ainda mais linda, tão perfeita... Às vezes sinto falta do que tínhamos. — Ele tenta se aproximar e ela o empurra. — Eu me arrependo amargamente de um dia ter deixado você me tocar. Eu te odeio, sinto nojo só em te olhar. — Marley se aproxima de novo, só que dessa vez a pega pelo braço. — Acho bom moderar o tom de voz. Se me conhece, sabe do que sou capaz, baby. Não conseguindo me conter mais, abro a porta com força, a batendo na parede, e Marley se afasta; Violetta arregala os olhos ao me ver, já ele abre um sorriso cínico. — Preciso falar com você — murmuro já dando o recado para Marley. — Eu só estava dando... — Saia, e espero que não se aproxime dela de novo... Não me importa o que você fez ou deixou de fazer! Só sai de perto dela e nem dirija o olhar a Violetta. — Que é isso, primo... Eu só estava conversando com ela. — Você é surdo? Sai daqui ou da próxima vez vai ser outra coisa que vai bater com força na parede. — Ele levanta as mãos em sinal de rendição e sai do quarto, fechando a porta. Quando me viro para ver se Violetta estava bem, ela se joga em meus braços e me abraça com força. Sua cabeça fica em meu peito e eu sem reação alguma, não esperava isso, mas para ela ter agido assim, a presença de Marley a abalou muito. Enrosco meus braços em seus ombros, que tremem; seu choro é silencioso, mas preciso. — Eu não vou deixar que nenhum m*l te aconteça — murmuro. Ela levanta seu rosto para mim, e ver seus olhos verdes cobertos por lágrimas me fez ficar com mais ódio ainda de Marley. O que esse filho da p**a fez? Eu deveria perguntar, mas parece ser algo grave demais, então vou deixar que ela decida se deve ou não me contar. VIOLETTA PETROV Os braços dele, nossa, como parecem ser tão seguros. É como se fossem minha fortaleza e isso é estranho demais, mas ao mesmo tempo, muito bom. — Você está melhor? — pergunta com sua voz rouca e me encara com seus olhos cor de mel com alguns riscos esverdeados. — Estou sim, obrigada. — Me afasto dele para secar minhas lágrimas. — Eu deveria te perguntar, mas não vou, é algo pessoal e deve ter sido r**m, mas prometo que não vou deixar que ele se aproxime novamente de você. Afinal, sou seu segurança particular. — Balanço a cabeça concordando. — Vou até o carro pegar suas malas, se quiser descer para ficar com as meninas, elas podem te mostrar a fazenda. — Está bem. ANDREY NIKOLAI Caminhamos para fora do quarto em direção à escada. Em um ato involuntário, Violetta pega em minha mão e segura, ela me encara e parece se assustar com sua própria atitude e logo se afasta de mim; desce na frente e eu a sigo. — Violetta, vem, vou te mostrar toda a fazenda e te mostrar o lago lindo que tem na propriedade. As meninas vão também. — Ela nem tem tempo de falar, Benny a puxa em direção à porta. Ela me olha com um pedido de socorro e eu me pego rindo da situação. — Ela é bem gostosa, não é? — Meu sorriso some, olho para trás querendo socar meu primo. — Já mandei ficar longe dela. — Ei, calma, você não manda em mim e eu fico perto de quem eu quiser. — Caminho na direção dele e ele recua um pouco. Ele joga seu cabelo comprido para trás e abre um sorriso debochado. — Sou segurança particular dela, qualquer pessoa que mostre algum tipo de ameaça tenho que manter longe. — Ele ri. — Eu só não estive perto dela como também já estive dentro daquela b****a rosadinha. — O jogo contra a parede e minhas mãos vão ao seu pescoço. — Se tocar nela, eu sou capaz de... — Capaz de quê? De me matar? A nossa família te odiaria, e sabe algo bem interessante? É que você está com ciúmes. — Jogo-o no chão e, antes de me virar para ir até o carro, murmuro. — Eu não vou medir esforços para protegê-la, doa a quem doer, e não vai ser você ou nossa família que vai impedir isso.
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