Capítulo Dezenove  — A Paciente

1409 Words
Capítulo Dezenove — A Paciente Ponto de Vista de Henry Reymond Há inúmeras coisas que eu preciso relatar em minha pesquisa. Esta deveria se voltar apenas a uma solução para o problema de saúde mental que o paciente no qual ainda irão me apresentar estará passando. Esse primeiro dia, não passou de conhecimento do local, porém, já há muitas coisas para relatar. Minha pesquisa poderá abranger um caráter ainda maior ao não somente colocar os problemas psicológicos, mas também os erros grotescos que vejo nesta instalação. O local é enorme, mas não possui o conforto necessário para receber um paciente. Há fatos como o corredor de aposentos ser extremamente claustrofóbico, além dos quartos de alguns parecerem mais como celas. Vivem trancados e somente saiam para o refeitório ou casa de medicações. Pegar algumas vitaminas trazidas pelo ar fresco ou raios solares poderia ajudar. Mas ao contrário, eles isolam os pacientes como detentos perigosos. De fato, muitos comportamentos podem se tornarem agressivos, mas diante de um estabelecimento fechado como este e uma rotina extremamente vazia, compreendo o motivo de estarem estressados. Socialização. Poderá ser um bom ponto. Eu preciso pensar em uma forma que possamos colocar os pacientes em contato social, porém, mantendo a segurança dos outros pacientes, dos funcionários e profissionais de saúde, e bem como deles mesmo. Instalações mais abertas, algo como janelas grandes nos quartos para observarem a claridade ou movimento do dia a fora, no jardim. Observar os pássaros na persistência de construírem seus ninhos, ou a paciência de uma planta ao crescer, talvez possam ensina-los quanto a ansiedade. Eu ficarei atento para o horário de suas refeições. Quero analisar e entender como funciona o refeitório. Se eles colocam todos no mesmo horário, ou para que servem as diversas luzes em fluorescentes que estão sobre o local. Julgo que o ambiente fica escuro durante a noite, o que me traz sensações ruins sobre um jantar fluorescente. Poderia ser considerado algum procedimento ou experimento? Mas não vejo intuito diverso de um incômodo. Ao adentrar o corredor apertado e longo que leva aos quartos, novamente suspiro em incômodo. Como criaram essas instalações para abrigar esses pacientes? Ao mínimo uma crise claustrofóbica poderia vir à tona. Caminho em direção à porta do meu quarto, rumo a anotar todas as informações para a pesquisa, e preparar o momento certo para conhecer minha paciente, e descobrir com qual transtorno eu preciso focar na pesquisa. Noto que ao fundo do corredor uma moça se aproxima, seguindo em direção oposta que a que eu sigo. Franzo o cenho ao perceber que suas vestes não parecem de algum funcionário, mas contém um ar suspeito. Ela possui um longo vestido branco, e os fios de seu cabelo em tons claros de loiro estão pouco desgrenhados. Ao nos aproximarmos, ela abaixa sua cabeça, evitando que eu analise seu rosto, e apressa os passos. Mas noto que em seu pulso possui uma algema pendurada, a qual ela esconde-a rapidamente na barra da manga longa de seu vestido. Minhas suspeitas sobre esta ser uma paciente se concretizam, mas pergunto a mim mesmo se esta poderia estar caminhando sem supervisão pelos corredores. Não quero assusta-la com uma abordagem, mas sua expressão evidentemente em nervosismo quase me faz ter a certeza que ela não deveria estar por aqui. — Segura ela! — Repentinamente, assusto-me com uma das portas no corredor se abrirem e revelar um segurança meio atordoado apontando para a moça que acabou de passar por mim, confirmando minhas teorias. Como imediato, a moça apressa seus passos e corre. Sem saber ao como aborda-la, apenas tento ajudar ao segurança que ainda possui uma expressão atordoada como se estivesse preste a desmaiar, mas ele diz para que eu siga atrás da menina. Temo que ela seja perigosa, mas sigo em sua direção, preparando-me mentalmente para qual movimento de imobilização realizarei nela, sem que a machuque. Assim que eu passo pela mesma porta que ela ao final do corredor, quase sou acertado por um vaso de flores. Por sorte, realizei um movimento rápido em reflexo ao desviar de seu golpe sobre mim. Seguro seu braço com o objeto e noto que seu pulso contém uns números diversos como uma tatuagem. Mas estranhamente, sinto uma sensação de eletricidade percorrer minha pele encostada sobre a sua, causando-me extrema confusão. Diante do meu momento de distração e confusão, ela arremessa sua outra mão sobre meu rosto em um t**a e arranhão, fazendo-me solta-la. Porém, ela não consegue seguir por muito tempo a frente, tropeçando e caindo exatamente sob os pés de Megan, que está em pé a encarando de forma superior. A moça se afasta imediatamente, engatilhando pelo chão, como se temesse a Megan. Assim que ela se levantaria, os seguranças chegam e alcançam. Eles a erguem do chão, imobilizandoo-a. Megan se aproxima e segura o rosto da moça entre o dedo indicador e o polegar, e sussurra algo audível a mim. — Sua alma pertence a mim. — Seu sussurro não faz qualquer sentido lógico, causando-me ainda mais confusão. Ela arremessa um t**a no rosto da menina, fazendo-me dar um passo à frente em descontentamento com sua agressividade repentina. Compreendo que a paciente tentou fugir, mas violência de longe está intitulada como solução dos problemas. Não parte de um comportamento profissional como se deveria esperar dela. Megan coça a garganta, demonstrando certo nervosismo ao notar minha presença. — Vejo que você conheceu a louca da sua paciente. — Ela diz. É extremamente nítido o desprezo em sua voz pela paciente. — Você terá um longo trabalho com a petulância dessa garota. É lamentável que nós tentamos ajuda-los e eles nos retribuem com pedras. Cerro meus olhos sobre ela. Seus comportamentos estão totalmente diferentes do que ela costuma pregar e defender em seus livros. Eu poderia até mesmo julgar que se trata de uma pessoa completamente diferente. — " Um dos maiores aliados para a cura, oriunda da gentileza, sem pensar em retribuições." — Cito uma das frases muito conhecida em seus livros. Era mais como um de seus lemas. No mesmo instante, ela arregala seus olhos perante ao meu conhecimento de seus livros, e solta um riso nasalado, coçando sua nuca sem graça. Por um momento, ela foca sua atenção sobre minhas vestes e franze o cenho ao analisa-las. — Vejo que você não está vestido adequadamente. — Franzo o cenho em confusão ao encarar minha camisa social listrada e minha calça jeans. Suspiro pesadamente ao dar esta mancada, eu não reparei em minha veste antes de sair do quarto. Ela faz um gesto com a cabeça para os seguranças e eles ameaçam levar a paciente embora. Mas chamo sua atenção ao dizer: — Já que ela é minha paciente, começo a mudar alguns aspectos que interrompe meu processo. — Digo firme, ainda agoniado por tantos erros na equipe profissional. — Quero que arranjem um aposento diverso daquelas celas... — Isso não é possível... — Megan me interrompe, mas a interrompo na mesma intensidade ao perceber seu olhar de desprezo para a paciente, deixando-me ainda mais agoniado com este tratamento antiprofissional. — Nas regras, garantiram que a equipe disponibilizaria todos os meios possíveis para que eu conseguisse realizar minha pesquisa. — Contraponho. — Não vejo como posso ajudar minha paciente em um ambiente que é tratada como criminosa. Megan me encara por um momento, com uma postura tão superior que quase me faz ter a certeza que ela negará meu pedido, mas surpreendo-me quando ela assente em afirmativo. — Vão preparar os aposentos anteriores. — Ela diz aos seguranças, com uma voz nada amigável por minha escolha. Estes assentem em afirmativo para sua ordem e levam a paciente. Antes que ela suma de minha vista, seu olhar se pousa ao meu como agradecimento. Eu posso estar extremamente errado, mas não vejo em com ela poderia ser uma ameaça. Me faz questionar que talvez ela somente estava lutando por sua sobrevivência neste lugar. Afinal, de fato, é notável o comportamento inadequado que tratam os pacientes nesta repartição. — Depois não diga que eu não tentei avisar. — Megan diz em tom ríspido a mim, passando em seguida em passos ainda mais rígidos, fazendo ecoar o som duro de seu salto alto sobre o chão. Franzo o cenho para esta situação confusa. Gradativamente, isto está se tornando bem mais que uma pesquisa, gera-me revolta pela apatia que eles têm quanto a vida dos pacientes. Suspiro em frustração, sabendo que eu terei muito trabalho a fazer.
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