Capítulo Cartoze

2530 Words
Capítulo Catorze — A Paciente Ponto de Vista do Personagem Principal — Henry Reymond Há inúmeras anotações e pontos a ressaltar que eu preciso necessariamente relatar em minha pesquisa. Originalmente, as páginas desta deveriam estar com o seu foco completo apenas sobre as soluções possivelmente encontradas para o problema relacionado exclusivamente com a saúde mental que me é apresentado sobre o paciente em que eu ficaria responsável, este mesmo que também ainda não me foi apresentado. Porém, de uma forma totalmente imprevisível, muitas situações saíram de ordem, adotando um caráter ainda mais complicado do que eu sequer teria imaginado. Eu sabia bem que este seria um grande desafio, porém, eu não poderia imaginar que estes seriam de um grau tão dificultoso ao ponto de que mesmo somente nos primeiros dias, estes já seriam o suficientes para que eu queira pedir pela a minha desistência. O primeiro dia, no qual eu destinaria para a minha acomodação, organização e adaptação, já se transformou em um extremo desafio para a minha sanidade mental. Em um único dia, já se existem muitas situações para relatar e questionar. Seguindo este rumo, eu prevejo que a minha pesquisa sobre o assunto poderá abranger um caráter ainda maior, diante de que não somente estarem relatados os problemas psicológicos enfrentados, mas como também os erros grotescos que se fazem visivelmente presentes nesta instalação. Este manicômio é sediado em uma ampla estrutura, porém, apesar disto, ainda assim qualquer um pode observar o despreparo e a falta do conforto necessário para poderem estar aptos para receberem um paciente. O ambiente apesar de enorme e largo, não transmite a calma necessária para a mente dos pacientes, fato este a mencionar que a sua decoração bizarra poderá até mesmo ser alguma responsável por estar causando um efeito contrário do que se espera. Evidentemente, o paciente poderá sair do local adquirindo problemas maiores do que os que originalmente adentraram. Este ponto deveria ser observado. Há pontos sobre a estruturação do local que devem ter uma observação maior para uma possível mudança. Como por exemplo, nós podemos mencionar o corredor que leva para os aposentos, este adota um caráter extremamente claustrofóbico, levando para sensações apavorantes. Além disto, ao mencionar sobre os aposentos, eu pude notar que o quarto de alguns pacientes contém uma semelhança peculiar com as celas de prisioneiros. Ao mencionar prisioneiros, eu trago a atenção também para a rotina que os pacientes por aqui precisam se habituar. Pelo que eu pude entender, estes estão trancados em seus quartos, e somente podem realizar saídas destes cômodos caso queiram ir para o refeitório, ou adoeçam e precisem ir para a casa de medicações. Eu ressaltaria um questionamento para estes pontos principais. Oferecer um ambiente mais propício e confortável, bem como uma rotina mais adequada, poderia trazer inúmeros benefícios para as saúdes mentais destes pacientes. Respirar algum ar fresco poderia trazer um ar completamente diferente para estes. Mas ao contrário disto tudo, a organização do local optou por isolar os pacientes como se estes fossem detentos perigosos. Eu bem sei que muitos dos comportamentos adotados pelos pacientes podem se tornar agressivos, mas diante de um local fechado como este e uma rotina extremamente vazia, eu passo até mesmo a ter a compreensão sobre o motivo de estes estarem tão estressados. Trabalhar a socialização de uma forma consciente dos pacientes poderá ser um bom ponto. Desta forma, eu cogito a elaboração de uma atividade social para poder colocar estes mesmos pacientes que estão em isolamento total em uma volta de ressocialização. Mas ao mesmo tempo, tendo em mente ainda sobre os perigos que este contato pode também ocasionar, e assim optar também por manter a segurança dos outros pacientes, bem como a dos funcionários e profissionais de saúde também envolvidos sobre isto. Deveriam investir também em instalações amplas sobre os quartos dos pacientes. Pensando nisto, eu optaria na instalação de janelas com comprimentos grandes para ao menos a claridade invadir o quarto, ou simplesmente, eles poderem observar o movimento no dia a fora. Um passeio ao menos com o destino para o jardim do local também deveria ser algo proposto, uma vez que observar a vida animal poderá acrescentar em algo. Como por exemplo: os pássaros diante de sua persistência em construírem os seus ninhos, ou focar na paciência destinada a uma planta para o seu crescimento saudável. Observar estas pequenas coisas podem parecer desnecessárias, mas quanto analisadas a fundo poderá surtir longos e necessários ensinamentos sobre a ansiedade em questão, que com certeza muitos devem estar enfrentando. O próximo ponto que eu deverei analisar e questionar será em questão ao horário de suas refeições, para compreender o seu funcionamento. O meu questionamento se foca sobre como eles organizam e juntam os pacientes neste horário, ou mesmo eu ainda me recordo sobre a existência das luzes em fluorescentes que estão sob o refeitório. Entre os questionamentos em minha mente, eu imagino que as luzes em tons anormais poderiam causar o efeito com que o local tornem o cômodo ainda mais escuro durante a noite. Este fato poderá causar com que haja a existência de sensações ruins em um jantar fluorescente. Por um certo momento, eu chego até mesmo a me questionar se isto poderia ter alguma r*****o a ser considerada algum procedimento ou experimento social? Algo que eu não vejo intuito diverso de um incômodo, porém, eu ainda preciso analisar tal informação na prática em si. Ao adentrar o corredor apertado e longo que leva aos quartos, novamente, eu suspiro em um incômodo causado. Como criaram estas instalações para abrigar pacientes com problemas psicológicos? Ao mínimo, uma crise claustrofóbica poderia vir à tona. Eu caminho em direção à porta do meu quarto, rumo a anotar todas as informações obtidas e analisadas para a formulação da minha pesquisa. Ao mesmo tempo, eu tomo de meu tempo para preparar o momento certo para poder conhecer a minha paciente, e me adaptar com o tratamento adequado para qual transtorno eu preciso focar na pesquisa. Em meu caminho, eu noto que ao fundo do corredor uma moça se aproxima, seguindo em direção oposta que da que eu sigo. De imediato, eu me sinto mais sociável ao enfim ver outra pessoa por estes corredores tão vazios. Porém, no mesmo instante, eu também passo a notar sobre o aspecto de suas vestes, estas as quais não parecem ter características de funcionários do local, mas contém um ar suspeito. É de nítido notar que a moça veste um longo vestido branco, enquanto os fios de seu cabelo em tons claros de loiro estão muito desgrenhados. De imediato, eu franzo o meu cenho diante de uma desconfiança para a sua identidade. Porém, eu permaneço a apenas analisar. Assim que ambos nos aproximamos sob o espaço apertado do corredor, ela passa a abaixar a sua cabeça, escondendo e evitando que eu analise o seu rosto, enquanto ao mesmo tempo, ela apressa os seus passos. Porém, ficando com mais nitidez, eu acabo por notar que em seu pulso possui uma algema pendurada, esta mesma que ela passa a rapidamente a esconder na barra da manga longa de seu vestido. De imediato, as minhas suspeitas sobre esta ser possivelmente alguma paciente em fuga se concretizam. Mas ao mesmo tempo, eu pergunto a mim mesmo se esta teria algum tipo de autorização para estar caminhando sem supervisão pelos corredores. De qualquer forma, eu não quero assusta-la com uma abordagem, mas a sua expressão evidentemente em nervosismo quase me faz ter a certeza de que ela não deveria estar por aqui. — Segura ela! — De repente, não pouco tempo depois, assusto-me com uma das portas no corredor se abrir bruscamente e revelar um segurança meio atordoado apontando para a moça que acabou de passar por mim, o que de fato confirma todas as minhas teorias. Como imediato, a moça apressa os seus passos e corre. Sem saber ao certo como aborda-la, eu apenas tento ajudar o segurança que ainda possui uma expressão atordoada como se estivesse preste a desmaiar, mas ele diz para que eu siga atrás da menina. Eu não vou mentir, por um momento, eu temo que ela possa ser perigosa e se torne alguma ameaça para mim, a quem eu sou desprovido de qualquer técnica de luta. Mas da mesma forma, eu sigo em sua direção, preparando-me mentalmente para qual movimento de imobilização eu terei que realizar nela, sem que a machuque. Assim que eu passo pela mesma porta que ela ao final do corredor, quase que eu sou acertado por um vaso de flores. Por sorte, eu realizei um movimento rápido em um reflexo ao desviar de seu golpe direcionado sob mim. Sem perder tempo, eu seguro o seu braço com o objeto e assim rapidamente eu noto que o seu pulso contém uns números diversos como uma tatuagem. Mas de uma forma estranha, eu sinto uma sensação de eletricidade percorrer por toda a minha pele ao ser encostada sob a sua, causando-me uma extrema confusão para o ocorrido. Diante do meu momento de distração e confusão, ela se aproveita para arremessar a sua outra mão em um golpe certeiro sob o meu rosto, o que me faz solta-la. Porém, ela não consegue seguir por muito tempo a frente, ao logo tropeçar e cair exatamente sob os pés de Megan. Esta, está em pé a encarando em uma postura completamente superior e ríspida. Em seu olhar, a repreensão destinada para a menina é nítida e dura. Com prontidão, moça se afasta com extrema rapidez, engatilhando pelo chão em direção oposta a de Megan. De imediato, eu consigo notar o temor que se apossa sob a expressão da moça ao encarar a psicóloga. Sem muita demora, essa se apronta para se levantar em pressa e temeridade. Porém, antes que ela voltasse a continuar sua fuga, os seguranças a alcançam. Estes a erguem do chão, imobilizando-a. Mantendo uma postura séria e firme, Megan se aproxima da moça em passos lentos e ameaçadores. De uma forma firme, ela segura o rosto da moça entre o seu dedo indicador e o seu polegar, enquanto sussurra de uma forma desprezada. A situação me causa um extremo desconforto, ao saber que de longe esta nunca deveria ser considerada a reação adequada para lidar com um paciente. — A sua alma pertence a mim. — Seu sussurro não faz qualquer sentido lógico, causando-me ainda mais confusão. De repente, deixando-me ainda mais contrario para a sua reação, ela arremessa um t**a no rosto da menina. Ao notar a agressividade, eu passo a dar um passo à sua frente em um evidente descontentamento com a sua agressividade repentina. Eu compreendo que a paciente tentou fugir, mas usar de meio a violência? De longe, esta não estaria intitulada como solução dos problemas. Além do mais, não parte de um comportamento profissional como se deveria esperar dela. Megan coça a garganta, demonstrando um certo nervosismo ao notar a minha revolta perante ao seu comportamento. — Eu vejo que você conheceu a louca da sua paciente. — Ela, enfim, toma a palavra para mim. É extremamente nítido o desprezo em sua voz pela moça em questão. — Você terá um longo trabalho com a petulância desta garota. É lamentável que nós tentamos ajuda-los e eles nos retribuem com pedras. No mesmo instante, eu estreio os meus olhos sob ela. Ajudar? Os seus comportamentos estão totalmente diferentes do que ela costuma pregar e defender em seus livros. Eu poderia até mesmo julgar que se trata de uma pessoa completamente diferente. — " Um dos maiores aliados para a cura, oriunda da gentileza, sem pensar em retribuições." — Como um leitor fiel de suas obras, eu cito uma das frases muito conhecida em seus livros. Esta, costumava ser como um de seus lemas. Como que, na prática, nada do que era defendido é real? De imediato, ela arregala os seus olhos em uma surpresa evidente perante ao meu conhecimento de seus livros. Logo, ela solta um riso nasalado, coçando a sua nuca sem graça pelo o ocorrido. Mas por um momento, na intenção de mudar o foco do assunto, ela modifica a sua atenção para as minhas vestes ao franzir o seu cenho e analisa-las. — Eu vejo que você não está vestido adequadamente. — Ela conclui, fazendo com que eu passe a encarar a camisa social listrada e a calça jeans, as quais eu visto. Eu suspiro pesadamente ao dar esta mancada. Eu não reparei em minha veste antes de sair do quarto, o fato é que eu deveria estar apresentável. Tão brevemente, Megan volta a focar a sua atenção na paciente, mas faz um gesto com a cabeça para os seguranças como uma ordem implícita. Logo, eles entendem e ameaçam levar a paciente. Mas rapidamente, eu chamo as suas atenções ao dizer: — Já que ela é a minha paciente, eu tomo a liberdade para mudar alguns aspectos, que possam vir a atrapalhar no processo. — Eu firmo a minhas palavras, descontente por tantos erros na equipe profissional. — Eu exijo que arrumem um aposento diverso daquelas celas... — Isto não é possível! — Megan me interrompe em um tom de deboche, mas tão rapidamente quanto, eu a interrompo na mesma intensidade ao perceber o seu olhar de desprezo para a paciente, o que me deixa ainda mais revoltado com o seu tratamento antiprofissional. — Nas regras, foi garantido que a equipe disponibilizaria todos os meios possíveis para com que eu conseguisse realizar a minha pesquisa. — Eu a contraponho. — E diante disto, eu não vejo como posso ajudar a minha paciente em um ambiente em que ela é tratada como criminosa. Então, como a primeira mudança, começamos por isto. Megan me encara por um momento, com uma postura tão superior que ela quase me faz ter a certeza que ela negará o meu pedido. Mas, de fato, surpreendo-me quando ela assente em um afirmativo. Apesar disto, é notável que ela decide totalmente a contra gosto. — Preparem os aposentos anteriores. — Megan direciona a sua fala para os seguranças, apesar de conter um tom nada amigável em sua voz. Estes mesmos assentem em um afirmativo para a sua ordem, e assim levam a paciente. Antes que ela suma de minha vista, eu noto que o seu olhar pousa sob o meu, como alguma forma de agradecimento. Eu posso estar extremamente errado, mas eu não vejo em com ela poderia ser uma ameaça. Eu não n**o que esta situação me faz ter alguns questionamentos em como a paciente parecia apenas estar lutando por a sua sobrevivência neste lugar. Afinal, de fato, é notável o comportamento inadequado que os profissionais tratam os pacientes nesta repartição. — Depois, não diga que eu não tentei avisar. — Megan direciona o seu tom ríspido a mim, passando em seguida em passos ainda mais rígidos, fazendo ecoar o som duro de seu salto alto sob a madeira moldando o chão. Por um momento, eu solto uma breve respiração pesada, nervoso para esta situação confusa. De fato, gradativamente, isto está se tornando bem mais do que uma simples pesquisa. Eu não posso evitar a frustração ao mesmo tempo em que eu sei o quanto duro eu terei que trabalhar nisto. Continua...
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