Capítulo Vinte — Um Lugar Misterioso

2174 Words
Capítulo Nove — Um Lugar Misterioso Ponto de Vista do personagem principal — Henry Reymond Enfim, eu toco a última tecla em meu notebook, formando mais uma palavra. Após um longo tempo, eu finalmente terminei de escrever ao menos as diversas páginas sobre o meu relatório do que foi presenciado. Pelo que eu imagino, até que eu complete todos os fatos, a pesquisa realmente será enorme. Porém, eu estou satisfeito em chamar a atenção para os tópicos que realmente precisam ser solucionados no ambiente. Assim, na intenção de visar uma melhor convivência e até mesmo uma boa recuperação dos pacientes que eu aqui se abrigam. Mas, ao mesmo tempo, eu também não consigo evitar em pensar em como a coordenação responsável por esta premiação não gostará de ouvir as minhas diversas críticas diante da ausência de profissionalismo do lugar escolhido. É um fato de que a administração do local receberá um verdadeiro puxão de orelha, e eu chego até a questionar se estas críticas poderão acabar por me custar a minha vitória na premiação. Eu não minto que ao pensar desta forma poderia seriamente ser algo a se considerar. Porém, o meu senso de justiça grita mais alto diante das tantas atrocidades por aqui cometidas. De alguma forma ao menos, eu posso tentar ser a voz dos pacientes que estão sofrendo por aqui. Assim eu bem espero, que escutem e resolvam os problemas. Enfim, eu salvo as minhas informações digitadas em meu notebook, e por precaução, eu encaminho todas as minhas anotações para o meu e-mail. Desta forma, caso eu tenha que lidar com preocupações sobre o notebook pifar ou sobre alguém querer barrar as minhas críticas, algo que ao posso até mesmo cogitar ao relembrar sobre a careta em desgosto que Megan me direcionou perante as minhas atitudes tomadas. Prontamente, julgando ter terminado as minhas tarefas no momento, eu fecho o meu notebook e destino a minha atenção para o relógio digital que pende sob a parede à minha frente. Pelo o que eu me recordo, está quase no horário informado sobre a janta servida no refeitório para os pacientes. O meu horário de refeição será diferente destes, porém, eu me apresso para também participar. Rapidamente, eu visto o meu jaleco e levo comigo um pequeno bloco de anotações, para tentar anotar sobre o funcionamento da alimentação de todos os aqui presentes. Sem mais demoras, eu me retiro do quarto, direcionando-me para o corredor. Quase de prontidão, eu percebo que todos os quartos estão com as suas portas abertas. Após alguns passos, eu noto que os ambientes interiores dos quartos estão sem a presença de alguém. Isto me faz supor que os pacientes já devem ter sido devidamente levados ao salão do refeitório. Logo, eu continuo os meus passos rumo ao cômodo anteriormente me apresentado. Ao passar em frente a um dos quartos, eu noto que está sendo feito a limpeza do ambiente, porém, também noto uma cena bizarra em que a camareira derrama um líquido preto e gosmento sob o chão. Eu não conheço o produto de limpeza utilizado, mas ao meu julgar o chão parece estar ainda mais sujo do que anteriormente após o contato com a substância escura. Com o intuito de analisar a situação que me gera certa confusão, eu retardo os meus passos, focando com uma maior curiosidade sob as ações da moça. Esta que está com uma máscara preta cobrindo o seu rosto, espalha o líquido com um rodo sob a cerâmica clara, e logo após isto, se é possível observar a presença de uma fumaça n***a que se levanta lentamente até consumir consideravelmente o ambiente. Eu paro completamente os meus movimentos em confusão. Seria alguma reação química causada pela utilização do produto suspeito? De prontidão, eu escuto a tosse da moça como reação. Com isto, rapidamente, eu levo a minha mão sob o meu rosto para tampar a minha respiração e evitar que eu inale o odor do produto que passa a deixar o ambiente extremamente fedorento. Após sequências de suas tosses, eu resolvo me aproximar. — Está tudo bem? — Eu questiono em som audível para que a moça escute, ao mesmo tempo em que eu não sei ao certo se ela está realmente precisando de ajuda, ou isto apenas se trata de um procedimento comum. Porém, eu não consigo obter respostas por um breve momento. Eu tento forçar a minha vista para enxergar qualquer coisa no interior do cômodo, mas a fumaça n***a realmente o domina, impedindo o meu intuito. De repente, eu noto que um balde escorrega sob a cerâmica lisa em minha direção, como se fosse impulsionado, até parar sob os meus pés. No mesmo instante, é de prontidão notar que o líquido em seu interior agora é avermelhado e muito semelhante a sangue. Ao primeiro momento, eu não consigo evitar um susto diante de minha extremamente confusão para a ocorrência, porém, logo em seguida, eu procuro buscar por teorias concisas. Tão repentinamente, a moça surge entre a fumaça n***a ao se aproximar de mim, causando-me um susto ainda maior com o seu surgimento repentino. Porém, antes que eu consiga me recuperar, uma das primeiras coisas que eu noto é que em seus olhos as escleras não estão presentes, formando uma completa densidão n***a. Não há qualquer sinal de sua esclera, fazendo-me me afastar bruscamente, assustado. Porém, por um breve momento, apenas no exato instante em que eu pisco os meus olhos, de imediato o seu olhar volta a normalidade, como se nunca antes estivesse diferente. Imediatamente, eu sócio os meus olhos com muita força de uma forma frenética, enquanto a minha mente levanta inúmeros questionamentos sobre a realidade do que eu acabo de presenciar. Nada além de uma breve ilusão de ótica, talvez? — Está tudo bem. — A moça, enfim, responde a minha pergunta anterior. Tão prontamente, ela puxa um ventilador de tamanho razoavelmente grande, e rapidamente o liga. O vento que é produzido se direciona para o interior do quarto, movimentando a fumaça n***a lentamente, a qual gradativamente desaparece sob o ar. — Quarto preparado para receber mais outro paciente. — Ela informa ao dizer com um breve sorriso. De uma forma estranha, apesar dos produtos super estranhos o quais foram utilizados, o quarto agora causa a impressão de estar impecável limpo. Por um momento, eu nunca julgaria que a momentos atrás este estivesse em presença com uma gosma n***a em seu chão e uma fumaça escura em seu espaço. A camareira começa a recolher suas coisas e se preparar para ir a outro quarto, enquanto eu ainda a encaro em confusão por tudo ocorrido. Sua limpeza com métodos extremamente estranhos, e o ocorrido com seus olhos, realmente geraram meus questionamentos. Ao notar que ela percebe que eu a encaro, desvio meu olhar, e volto a seguir meus passos para o fim do corredor, rumo a porta ao final. Minha mente está com os pensamentos altos. Ou, tudo aqui neste lugar é muito misterioso, ou, eu que estou começando a ficar louco. Loucamente perturbado. Engulo ruidosamente em seco, sabendo que eu preciso manter meu foco e firmeza se eu quiser controlar a lógica do que ocorre ao meu redor. Guio meus passos rumo ao refeitório, e assim que o adentro, franzo o cenho em confusão com a cena completamente estranha e sem lógica. Diante da noite, as mesas possuem uma vela acessa, enquanto em suas cadeiras, pessoas devidamente vestidos como pacientes estão as ocupando. Suas expressões são cabisbaixas, denunciando seus desconfortos. Repentinamente, sem qualquer motivo aparente, a luminosidade oriunda das velas se apaga completamente, deixando-nos no breu da escuridão noturna. Porém, em poucos segundos, a luminosidade das velas se restabelece novamente, sem qualquer lógica de como estas foram acessas tão rápidas e repentinamente. Com a pouca luminosidade, conseguimos surgem sob nossas visões, garçonetes com bandejas. Nestas badejas apenas possuem potes do que se assemelharia iogurte. Elas caminham pelo corredor entre as mesas, depositando o pequeno pote na frente de cada paciente sob suas mesas. Franzo o cenho em confusão, isto faz pare de alguma dieta nutricionista? Pois, eu não acho que teriam as calorias suficientes para o dia, levando em consideração que não foi servido qualquer lanche da tarde a eles. Novamente, tenho outro ponto para dissertar em minha pesquisa, mas me frustro por novamente ser mais uma crítica. De repente, um som agudo e extremamente desconfortável atinge nossos tímpanos, fazendo com que eu leve minhas mãos aos meus ouvidos, na intenção de ao menos amenizar o som, mas não obtendo resultados satisfatórios. Enquanto isto, o mesmo som parece ter servido como apito de partida, fazendo com que os pacientes avancem sobre o pote a suas frentes como animais selvagens a rasgarem o material de plástico do suposto iogurte com os próprios dentes. No mesmo instante, a luminosidade das lâmpadas fluorescentes se liga, iluminando o ambiente numa tonalidade arroxeada. Cerro meus olhos para a cena bizarra que se faz presente, sem compreender uma virgula do que aqui ocorre. Mas para uma maior confusão, noto que sob essa luminosidade começa a se evidenciar uma fumaça n***a que continha no interior dos potes que eu achava que era iogurte. Franzo o cenho, arregalando meus olhos em surpresa ao notar que os pacientes inalam a fumaça com extrema presa e necessidade. Logo após isso, seus corpos adotam certo brilho n***o por poucos segundos. Noto que alguns profissionais devidamente vestidos com seus jalecos e identificações, passam por entre o corredor de mesas, anotando os acontecidos em uma prancheta em suas mãos. Todos bem sérios e concentrados. Cerro os olhos ao notar que um dos profissionais param de frente para uma das pacientes. Uma mulher com características joviais, a quem ao contrário dos demais, não parece ter comportamentos selvagens, mas tranquilos e leves, apesar de uma expressão evidente em medo assim que o profissional pousou seu olhar a ela. — Levem-na. — Ele diz, em um tom sério e calculista. No mesmo instante, a mulher se levanta enquanto seguranças a cercam. — Me soltem! — Ela grita ao se debater, porém, me faz estranhar o fato de que ela não parece estar gritando por alguma loucura, mas apenas para se defender. Em uma breve analise de seu comportamento, eu poderia arriscar que esta é a paciente mais lúcida que eu já vi neste lugar. Porém, mesmo com aspectos obvieis para se obter o mesmo diagnostico saudável que eu a distribui, os demais profissionais a olham como se ela fosse a mais louca do local, enquanto os outros estivessem na normalidade de seus raciocínios. Franzo o cenho em uma repleta confusão, sem compreender por quais critérios eles estão realizando suas conclusões. Novamente, me vejo diante de outra crítica. Minha pesquisa, sem dúvidas ficará ainda maior do que eu sequer imaginei. Meu olhar se foca sob uma silhueta conhecida, entre os demais profissionais, notando que Megan se aproxima. Caminho também em sua direção, pronto para bombardeá-la com inúmeros questionamentos sobre o ocorrido. — Espero que esteja com fome. — Ela toma a palavra antes de mim, erguendo a mim um pote igual aos demais pacientes, fazendo-me estranhar. — O que é isto? — Questiono. — Nada além de suplemento. — Ela responde, causando-me ainda mais confusão. — É um alimento para o espírito, rapidamente acaba com sua fome. No momento, eu já não sei mais se o louco sou eu por estar vendo coisas que não fazem sentido, ou, se realmente tudo no local é perturbado. Suas informações parecem sair de um livro de fantasia. Nada coerente. Repentinamente, escuto um grito apavorado vindo da sala por onde os seguranças levaram a moça anteriormente, a mesma a qual aparentemente estava bem de sua lucidez. Porém, logo após o silêncio se fez presente, deixando-me um pouco aflito sobre o que poderiam ter feito com a moça para a calarem. — Por que levaram ela? — Pergunto. — Quais são seus critérios de sanidade mental? Isto está errado. Tudo neste lugar está erroneamente m*l elaborado. — Vamos, pare de ser chato. — Megan me interrompe. Ela revira os olhos sob meu olhar de desconfiança, e abre o pote o guiando a mim tão rapidamente que eu nem notei quando inspirei pouco da fumaça n***a presente em seu interior. Tusso rapidamente, intencionando expirar fortemente o ar para fora, temendo que tenha alguma substância suspeita. Eu não estou nenhum pouco convencido de sua informação anterior sobre este ser um tipo de suplemento. Porém, não obtenho muito sucesso ao tentar me livrar da fumaça que parece impregnada em minhas narinas de forma a me causar um pequeno sufocamento. Repentinamente, perco a estabilidade de minhas pernas e despenco ao chão sob uma tremedeira constante. Meu peito começa a adquirir diversas palpitações fortes, e estranhamente tenho uma sensação pavorosa de morte. Estranhamente, vejo-me revirando meus olhos, enquanto me contorço sobre o chão e solto uma risada grave e peculiar, que eu nunca antes havia presenciado em mim mesmo. Minhas expressões faciais parecem tomar controle por se só, causando-me um sorriso doentio. Fecho minhas pálpebras com força, temendo o que possa estar ocorrendo comigo. Continua…
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