CAPÍTULO 6

1500 Words
Maria Eduarda Assim que abri a porta todos olham em minha direção e eu paraliso sem acreditar no que está diante dos meus olhos. Minha mãe está no meio da sala de estar, em frente ao meu pai que está ajoelhado no chão, com as suas mãos para trás e sua cara toda machucada, ao lado dele tem dois homens fortemente armados, eu não entendo o porquê de tudo isso, o que está acontecendo aqui?! - penso angustiada. Procuro, mas não encontro os meus filhos em lugar nenhum, meu Deus cadê meus bebês? — pergunto-me. — Calma, ela é minha filha! — minha mãe exclama saindo de frente do meu pai e vindo em minha direção. — O que está acontecendo aqui? — pergunto em estado de choque olhando para todos. — Os meus filhos? Cadê? — pergunto desesperada. — Então você é a filha do Fabrício? — escuto a voz de um homem, viro meu rosto para o lado e vejo um homem alto de pele claro, sorriso fácil nos lábios, com um olhar marcante e, ao mesmo tempo frio, sinto o meu corpo inteiro se arrepiar quando ele descruza as pernas, se levanta do sofá e vem em minha direção com seu mais de um metro e noventa de altura e me diz: — Não se preocupe, os seus filhos estão bem no quarto assistindo desenho, eles nem se quer viram o avô nesse estado lamentável — ele fala calmamente. — Não queremos traumatizar as crianças, certo?! — ele pergunta com um sorriso frio. — Não chega perto da minha filha, moço. — minha mãe pede entrando em minha frente novamente. Ele franze seu cenho e o seu sorriso se fecha dando a expressão de um homem extremamente frio e sem sentimentos. — A senhora não está em posição de me pedir mais nada, já basta levar os seus netos para o quarto, agora sugiro que saía da minha frente para que eu possa conversar com a sua filha. — a voz do homem sai baixa e fria, fazendo qualquer um da sala sentir medo somente pelo timbre da sua voz. — Por favor, não faça m*l a minha filha. — minha mãe pede com a voz embargada, mas sem sair da minha frente. Quando acho que o homem vai questioná-la novamente, ele simplesmente levanta uma das suas mãos e quase de maneira imediata os dois homens que estão com ele engatilham os seus revólveres apontando para a cabeça da minha mãe, sinto meu sangue congelar no corpo ao perceber que eles estão prontos para atirar, rapidamente seguro o braço dela fazendo-a olhar para mim. — Mãe, tudo bem, eu vou conversar com ele. — falo tentando demonstrar calma. — Filha, mas se ele fizer m*l a você? — ela pergunta com a voz chorosa. — Eles machucaram o seu pai, podem machucar você também. — ela fala baixinho. Inspiro profundamente tentando manter a calma nesse momento, não posso me desesperar em meio a todo esse caos que eu nem sei como surgiu. — Está tudo bem mamãe, eu sou vou conversar. — digo tentando acalmá-la. Ela acena com a cabeça negativamente. — Estou ficando sem paciência. — o homem que acredito ser o chefe do bando diz. — Mãe, por favor. — praticamente imploro a minha mãe que acaba assentindo com a cabeça. — Tudo bem. — ela diz saindo da minha frente. Olho para o homem no centro da sala e pergunto: — O que meu pai fez para merecer apanhar desse jeito e vocês virem aterrorizar toda a minha família? O homem me analisa de cima a baixo antes de responder. — Não vim aterrorizar, só estou aqui para cobrar algumas pendências que seu pai tem comigo, já que ele me deve muito dinheiro e alguém tem que pagar a dívida. — ele olha para o meu pai que está quieto, nem parece o mesmo homem grosseiro que mora conosco. — Meu pai não está trabalhando e... — ele solta uma risada alta que preenche toda a sala. — Ha ha ha, o azar é todo dele e não meu. — ele fala totalmente sem empatia. — Seu pai está me devendo há muito tempo, porém ele achou que eu não ia conseguir encontrá-lo, só que vermes como ele sempre se metem em mais problemas e ele veio parar logo em uma das minhas áreas novamente, quando pegou mais dinheiro para sustentar os seus vícios em apostas, drogas e prostitutas que ele anda comendo. — ele diz e olha para a minha mãe. — Desculpe senhora, mas deveria arrumar um marido melhor. — percebo o seu sarcasmo estampado nas suas palavras frias. — Ele não se importou de estar desempregado quando usou o meu dinheiro para os seus desejos, então não me importo com nada referente a ele. Engulo em seco as suas palavras e digo: — Senhor eu sei que meu pai errou ao pegar o seu dinheiro, mas nós não temos dinheiro e... — o homem me interrompe de maneira brusca dando uma das suas ordens. — Mate o velho. — Não! — minha mãe grita assustada vendo os homens apontarem suas armas em direção para ao meu pai. — Senhor eu sei que meu marido não é o melhor homem, mas eu não quero ver ele morto. — Por favor, não mate o meu pai. — peço entrando em desespero. O homem abre um sorriso frio e olha para o meu pai, o vejo segurá-lo pelo cabelo com força e puxar a sua cabeça para trás o fazendo olhar para nós. — Está vendo Fabrício, a sua família pedindo misericórdia por você? — ele pergunta, mas meu pai não responde nada. — Está vendo? — ele pergunta segurando com mais força. — Si..sim. — meu pai responde com dificuldade. — Deveria dar valor a essas mulheres, se fossem outras, iam agradecer por ter você longe da vida delas. — ele diz ao meu pai e solta a cabeça dele com força para baixo novamente. — Vocês não têm dinheiro e eu não me comovo com simples lágrimas. Inspiro profundamente antes de soltar o ar aos poucos. — Quanto ele está devendo? Eu posso tentar arrumar o dinheiro. — falo olhando para o homem, mas sabendo que dependendo da quantia será impossível quitar. Ele me analisa e depois solta uma risada alta. — Você consegue arrumar cinquenta cem dólares agora para me pagar garota? — ele pergunta. Arregalo os meus olhos surpresa enquanto levo as minhas mãos a boca fazendo o panfleto que segurei cair das minhas mãos no chão. — É muito dinheiro. — digo assustada. O homem acena com a cabeça positivamente. — Quase nada, porém, seu pai quis me fazer de o****o fugindo de mim e ainda se dando ao luxo de fazer mais dívidas, ele é ousado tenho que admitir. — o sarcasmo é vívido em cada palavras que sai da boca desse homem. — Olha, eu estou atrás de um emprego melhor e se conseguir, o senhor parcelar para mim talvez eu consiga pagar e quitar a dívida daqui há alguns anos. — digo sendo sincera. Ele solta uma gargalhada alta. — Daqui há alguns anos? — pergunta voltando a ficar sério de repente. — Não é assim que eu trabalho e muito menos negocio, garota! — ele responde. Percebo os seus olhos descerem até o chão e focar seu olham no panfleto que caiu das minhas mãos. Logo ele volta a me olhar. — Bom, você está procurando emprego, certo? — pergunta levando uma das mãos ao queixo. E eu aceno com a cabeça positivamente. — Imagino que seja no local que estar naquele panfleto ali no canto. — Balanço a cabeça fazendo que sim. — Hum.. você é bonita, certamente vai chamar a atenção facilmente, talvez você posso me pagar até mais rápido garota. — ele diz. Fico sem entender nada. — Como? — pergunto. Ele sorri friamente. — Seu pai não vai morrer, não hoje. — ele fala olhando para o meu pai. — Mas — ele se aproxima de mim parando seu corpo bem próximo do meu. — Você vai ter um prazo para me pagar, só que será do modo que eu quero que seja pago. — Ele acena para os homens que abaixam as suas armas e começam a caminhar para fora. Esse homem só fala pelos gestos? — penso. — Como assim? — arrisco a perguntar quando vejo ele começar a passar por mim. Ele me olha de lado e diz: — Em breve você vai entender. Vá a sua entrevista, e em breve vamos nos ver novamente e não fuja, porque não sou homem de misericórdia e não vou poupar ninguém dentro dessa casa quando eu te achar, lembre-se que agora você assumiu a responsabilidade de conseguir o meu dinheiro e eu vou cobrar. — ele avisa friamente e sai do nosso apartamento. E eu fico sem entender nada, mas ao mesmo tempo aliviada por ele ter ido embora. Continua...
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