– Ãham... Pode entrar – digo dando passagem para ele que entra hesitante.
Fecho a porta atrás de mim e fecho os olhos fortemente reparando que no centro da sala há cacos de uma garrafa de vodka espalhados pelo tapete e eu pego a mesinha do centro colocando em um canto e enrolo o tapete enquanto ele em pé me observa.
–Você estava de saída? – n**o para ele que se refere às minhas malas.
Sem ter a mínima idéia do que dizer a ele, ou melhor, resolvo começar perguntando como ele sabia onde eu moro.
– Como você sabia aonde eu mor... – antes que eu termine a pergunta, ele me interrompe.
– Kurt te trouxe, ele sabia o endereço. Eu não tenho super poderes se quer saber – e aí eu levanto as duas sobrancelhas com sua grosseria e suspiro.
– Tá bom, – escondo as mãos no bolso de trás da calça jeans e relaxo os ombros – O que você quer falar comigo? Eu também não tenho poderes mágicos para descobrir – pergunto no mesmo tom rude que o dele e ele arqueia uma das sobrancelhas.
– Eu preciso que volte – o moreno da barba rala dispara a falar e eu abro a boca, porém não emito sim algum.
Surpresa.
– Voltar? Mas não foi você mesmo quem...
– Eu vim te pedir desculpas pelo que você ouviu – ele diz e eu assinto – Creio que você deve ter ficado chateada – ele comenta e eu assinto.
– Ah claro, e veio aqui só para pedir desculpas, como se você se importasse, já que ia me demitir e não quer eu perto da sua filha, nem de vo...
– Não me arrependo, mas se isso te fizer voltar, desculpa – e aí ele da os ombros e eu abro ainda mais a boca, boquiaberta.
– E você acha que eu, vou voltar, só porque você pediu desculpas?
–A questão é que isso não estava nos meus planos – ele diz se referindo ao braço engessado.
– Nem você estava nos meus planos – reviro os olhos.
– Mas você passou por cima de mim.
Ótimo ele é todo prepotente e tem resposta para tudo o que eu falo.
– Que seja, – resmungo caminhando até a porta – Mas eu não tenho experiência como babá nem em como aturar um... – me interrompo assim que abro a porta para mandá-lo embora e dou de cara com Addam.
– Jane, precisamos conversar – é o que o loiro diz e eu dou um passo para trás tentando fechar a porta, mas ele segura – Para com isso, você não pode fugir para sempre Linda.
Sim, ele ainda tem a cara de p*u, de me chamar pelo apelido carinhoso. Ele é um i*****l de primeira.
– Addam, eu já disse para você que não temos mais nada para conversar – retruco forçando a porta, mas ele é mais forte e entra tentando se aproximar de mim – A gente não tem nada para conversar – digo e ele se interrompe notando a presença do Senhor Whitmore que estava sentado no sofá mas agora se coloca de pé.
– Quem é esse cara? – Addam questiona semicerrando os olhos.
– Meu chefe, digo, o... Meu ex-chefe, aliás, não é da sua conta, vai embora – retruco caminhando até a porta, mas ele se aproxima do Senhor Whitmore.
– m*l acabamos e você já trouxe outro para cá.
– Outro não, Aidan Whitmore – o moreno o interrompe e eu engulo o seco ao ver o moreno estender a mão para Addam.
Além de ser mestre em interromper as pessoas, ainda é um debochado de primeira.
– Você está tirando uma com a minha cara? – Addam retruca ignorando a mão do moreno que recolhe e guarda no bolso da calça social.
– Já chega Addam, vai embora – bufo abrindo a porta.
– Que malas são essas? Já vai embora para casa desse aí? Ou já deu as passagens da nossa lua de mel para ele para ir dar para ele dentro do avião?
– Ela não tem cara de quem dá para um cara dentro de um avião. Você em compensação, tem cara de que come a aeromoça dentro do banheir... – Addam interrompe o moreno partindo para cima dele é um grito agudo escapa de minha boca assim que vejo dois no chão se atacando.
– ADDAM! – tento puxá-lo dali, mas o moreno revida, e revida para valer, me fazendo dar um passa para trás, e Addam cai bem na minha frente, desacordado, me fazendo arregalar os olhos.
– Essas malas, você consegue levar sozinha? – O Senhor Whitmore se volta para mim e eu apenas assinto boquiaberta enquanto ele passa por mim mordendo o maxilar ofegante.
Pego as duas malas de rodinha e o acompanho, fechando a porta do apartamento, deixando Addam lá no chão e em silêncio entramos no elevador.
– O seu braço e a sua... Costela, está, tudo bem? – pergunto baixo quebrando o silêncio enquanto descemos.
– Não, mas vai ficar – ele responde – Namoradinho irritado esse seu – ele comenta e eu bufo.
– Ele não é nada meu, – comento enquanto o acompanho pelo estacionamento até seu carro aonde Kurt nos guarda – me desculpe, eu não sabia que ele ia aparecer aqui, eu...
– Você fala demais – arregalo os olhos e hesito antes de entrar no carro.
– Entra logo, eu preciso de um analgésico – ele me apressa enquanto Kurt sai para guardar minhas malas no porta malas.
– Eu estou desesperada – confesso quebrando o silêncio e ele ri, por um breve instante.
– Só porque dei um soco no seu namorado?
– Ele não é meu namorado – corrijo.
– Não sei para onde eu vou e... Você não está bem, devia estar de repouso – meus olhos lacrimejam e vejo ele revirar os olhos – Pode me deixar nesse ponto, eu pego um ônibus evou para casa de uma amiga – digo tirando o cinto.
–Ponto – ele ri como se estivesse querendo dizer inocente, ao invés de ponto – senhorita Johnson, eu disse que precisava de você, e já que não tem para onde ir, o ponto ideal, seria o da minha casa.