– Melissa
Desperto com a claridade. Os flashes de ontem vem na minha mente. As loucuras, os beijos, meu discurso. Meu Deus, eu fiz merda. Levanto de vez e assusto-me ao ver o meu pai sentado na poltrona com os olhos gélidos. Ele estava com o celular na mão e ao me ver bateu palmas.
— Está satisfeita, Melissa? Eu estou aqui. — Diz bravo.
— Pai, eu... — ele corta.
— Você envergonhou o meu nome. Saiu beijando um monte de pessoas, sua b***a está estampada nos jornais, seu discurso dizendo que eu não me importo com você. Me diga, você está feliz? — Questiona bravo.
— Eu... eu... — ele me corta.
— Você sabe como a sua mãe morreu? Ela foi assassinada pelo um filho da p**a que era traficante. Eles a pegaram enganada e fizeram de refém. Lembra do assalto? Ela usou o corpo para te defender e eu jurei no tumulo da Viviane que acabaria com todos os traficantes que atravessam meu caminho. Estou fazendo isso, estou cumprindo a promessa que fiz a ela. — Diz bravo.
— Você também prometeu que cuidaria de mim. Mas, não está fazendo isso. Você não está cuidando de mim, não se importa comigo e acha que o seu dinheiro pode mudar tudo. Eu não sou um robô doutor Fabio Velardes, sou um ser humano e quero atenção. — Digo nervosa.
— A forma de dizer que quer atenção é se comportando como uma vagabunda? Você é uma inconsequente. — Diz sério. — De hoje em diante, seus cartões estão cortados, você não tem mesada. Vamos ver se isso é capaz de mudar as suas atitudes. — Fala sério.
— Não acredito! Você acha que isso tem haver com dinheiro, senhor Velardes? Eu não acredito que não percebe que eu quero sua atenção, eu quero sua atenção, não a p***a do seu dinheiro maldito. Foi esse dinheiro, as coisas que faz que tirou a minha mãe de mim. — Falo e ele me dar um tapa na cara.
— Cala a boca, sua patricinha mimada. Você não sabe nada do que passei para chegar aqui. Você nunca deu valor, pois você não precisa fazer esforço para ter tudo o que quer. — Ele diz e as lágrimas molham meu rosto.
— Você tem razão, eu não sei da valor, pois dinheiro não me compra. Fique aqui com a droga do seu dinheiro. Eu não quero nada que vem de você. — Falo nervosa e sigo para o closet onde visto um short jeans, uma camisa de seda e um capote moletom com capuz. Calço um tênis e em seguida saiu dali descendo as escadas de vez.
— Minha menina, aonde você vai? — Questiona Nana.
— Vou embora desse lugar. — Falo chorando e saiu dali. Eu estava disposta a seguir minha vida. A reconstruir.
...
Estava olhando para o mar, a dor no meu peito era grande. Meu pai não se importa comigo, ele não se importa com minha dor. Tem tanto tempo que estou fora e ele nem ao menos pediu para que eu voltasse. Não veio atrás e nem mandou os seguranças.
Senti a presença de um homem próximo a mim, seu perfume forte e o cheio de maconha o denunciou. Ele se sentou do meu lado e disse.
— O que faz sozinha na rua? Não sabe dos perigos noturnos? — Questiona.
— Sei, mas não tenho para onde ir. — Falo séria e suspendo o rosto. O homem de cabelo escuro, corte militar e diversas tatuagens espalhada pelo corpo me olhou e seus olhos brilharam.
— Jurei ao meu irmão que não faria besteira. Mas, Deus colocou você na minha frente e isso é uma oportunidade. — Diz sorrindo.
— Do que está falando? — Questiono sem entender e tento me levantar, mas ele me mostra uma arma.
— Melissa Velardes? — Questiona.
— Como sabe o meu nome? — Pergunto.
— Não vou responder, eu quero que venha comigo e faça isso sem fazer nenhum movimento que seja suspeito para nós dois. — Ele diz e por um momento pensei que fosse algum dos armários do meu pai, porém, quando me levou para um lugar horrível e um homem bruto, sexy e bonito, dos olhos negros penetrantes, corpo escultural e tatuagens, apareceu no meu cativeiro e disse que era um sequestro. Eu entendi tudo. Assim como a minha mãe, eu pagaria pelas merdas do meu pai.
— Garota, não me ameace. Se eu quiser, você morre agora. — Fala friamente.
— Se me matar, seu tio morre. Você acha que meu pai vai aceitar a minha morte? Você comprou a sua sentença e vai me visitar lá no inferno. — Digo sorrindo.
— Você vai ficar aqui. — Fala friamente.
— Vou gritar até perder a voz, vou fazer greve de fome. Não tenho medo de você, pode saber disso. — Enfrento a situação e ele balança a cabeça negando.
— O que você quer? — Pergunta.
— Quero dormi em uma cama confortável. Não nesse chão duro. Não se preocupa, senhor Falcão, eu não vou fugir. Quer me usar para salvar seu tio. Tudo bem, vou te usar para dar uma lição no meu pai. Fico na sua casa e ele vai achar que estou perdida, nós gravamos uns vídeos e áudios no qual eu grito por socorro. Assustamos ele e quando o seu tio estiver aqui, você me liberta. Assim, meu pai aprende. Quem sabe o medo de me perder faça ele tomar uma atitude. — Falo sorrindo.
— Não estou fazendo nenhum acordo com você. Vai ficar presa aqui e caladinha. — Rosna.
— Você é bruto. i****a e troglodita. Não sabe ser um cavalheiro? Eu não vou ficar nesse lugar, não vou colaborar. — Cruzo os braços e bato os pés.
— Isso não é uma negociação. Você vai ser liberta daqui. É insuportável e se eu deixar aqui, vai matar meus vapores com seus gritos. Sua garota mimada. — Rosna.
— Seu traficante arrogante. Não tenho medo de você. Se me matar, eu vou ver a única pessoa que me amou nesse mundo. A minha mãezinha. — Falo séria.
— p**a que pariu. Eu não tenho paciência sua patricinha mimada. Vou deixar você ficar na minha casa, mas essa p***a não é um acordo. Você não manda nesse c*****o, eu vou ditar as regras e uma delas é que vai ficar quieta, entendeu? — Pergunta e eu percebo que é o momento de recuar.
— Entendi. Muito obrigada! — Falo e ele passa a mão sobre a cabeça.
— Venha comigo. — Fala friamente e eu sigo com ele em silêncio. Nós caminhamos pelo morro e eu observei o lugar sombrio e cheio de homens armados. Assim que entramos na sua casa, que por sinal era bem aconchegante e luxuosa. Eu me assustei ao ver o meu sequestrador. Achei que ele iria me matar e por instinto abracei o Falcão colocando minhas mãos sobre o seu abdômen. Ele ficou paralisado, não moveu nem um centímetro e eu respirei fundo me afastando.
— Me perdoe. Não foi por querer. — Falei sem jeito.
— Beleza, não faça isso nunca mais. Odeio contatos! — Rosna e eu reviro os olhos.
— Vocês vão me matar? — Pergunto e o homem questiona ao Falcão.
— O que está fazendo, irmão?
— Corrigindo a p***a da merda que você fez. — Diz nervoso.
— Qual é? Preciso salvar meu tio, por isso a deixei trancada na salinha.
— Você é um i****a. Se me falasse que seu desejo era esse, eu viria por livre e espontânea vontade. Tudo que quero é dar uma lição, no Velardes. — Ironizo. — Não vou fugir, seu babaca.
— Controle sua língua, para não ficar sem ela. — O homem tenta me amedrontar.
— Não encoste nela, Greco. A patricinha mimada agora é um problema meu e eu vou resolver e corrigir a sua merda. — Falcão controla a situação. — Nessa casa tem três quartos. Você fica no meu e eu durmo aqui no sofá. — Ele diz.
— Eu estou com fome! — Informo.
— A cozinha fica ali. — Ele me mostra.
— Eu não sei cozinhar. — Digo e os dois se olham e começam a gargalhar.
— Está achando que vamos cozinhar para você? Se vira patricinha. — Falcão diz sério.
— Seu grosso, ogro i****a. — Falo brava. — Me mostra onde fica o quarto, quero ficar longe de vocês, a falta de cérebro pode ser uma doença contagiosa. — Falo séria e o Falcão me leva até seu quarto.
— Pode dormi aí. Tranca a porta para se sentir segura. Aqui não é uma colônia de férias e você não tem permissão para sair que isso fique bem claro. Quero que se mantenha longe do Greco, entendeu?
— Sim, Traficante arrogante e mandão. Vou lhe obedecer, patrão. — Ironizo.
— Quando o Greco falou para ter cuidado com a língua, ele estava certo. Cuidado com o que diz, eu posso perder a paciência. — Ele ameaça e em seguida sai do quarto me deixando sozinha.