Ava
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Tranco a porta do quarto do motel, guardo a chave no bolso e vou para o trabalho. Denise tem um encontro, então estou sozinha esta noite.
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Faz uma semana que comecei a trabalhar para a Margareth. Eu adoro! Os moradores aqui são simpáticos costumam deixar gorjetas generosas, e todos me trataram super bem. Até me dou bem com a Denise.
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Eu gostaria de não ter que manter a Carly em segredo, mas ninguém pode saber sobre ela. Não seria seguro. Por isso, preciso mantê-la em segredo até conseguir dinheiro suficiente para voltarmos para a estrada e ela entende isso.
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Liguei para o Sr. Malic há alguns dias para saber como ele estava. Ele me contou que meu pai pediu um teste de DNA para Darlan, mas ainda estão esperando o resultado. Enquanto isso, minha mãe agora mora na casa da matilha, e meu pai mandou a Luna de volta para a matilha do pai dela. Ele ainda não a rejeitou oficialmente, mas todos esperam que isso aconteça em breve.
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O Sr. Malic também disse que o Alfa pediu as matilhas locais para ficarem de olho em mim. Ele quer que eu volte para a matilha por causa da minha loba rara e do tamanho dela. Há rumores de que ele também tem outros planos, mas o Sr. Malic se recusou a dizer quais são.
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— Não são planos bons Ava, então prefiro não dizer nada até saber mais detalhes.— Aparentemente, minha mãe tem chorado muito e perguntado várias vezes se Malic tinha notícias minhas ou se eu havia dito para onde estava indo e claro que ele não quis dizer.
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Me sinto m*l por ele estar envolvido nisso, mas os professores falam e apontaram para ele quando o alfa perguntou quem passava mais tempo comigo.
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Antes de desligar, o Sr. Malic me aconselhou entrar em contato com o alto conselho. Se eu não fizer isso e meu pai me encontrar antes, talvez eu nunca tenha outra chance. É bem possível que meu pai me faça prisioneira e roube minha loba por poder.
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Desliguei o telefone e escrevi para o alto conselho uma carta detalhando os problemas da matilha lua cheia e as mentiras do alfa. Só espero que eles façam algo a respeito.
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— Eu gostaria de ter sua energia, menina! Estou exausta só de olhar para você! Quase morri quando você me disse que estava andando por aí de carona. Porque você não pegou um ônibus? A viagem não é tão r**m e as paradas são boas para você se esticar e respirar um pouco. A passagem também não é tão cara.— Margareth diz sorrindo quando eu entro.
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— Um ônibus? Há algum daqui que vá para Nova york? — Eu olho para ela com grande expectativa. Já que estou vivendo entre humanos, não há nenhum m*l em andar de ônibus e diminuir meu cansaço.
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— Bom, direto não, mas eu posso lhe dar uma carona até a rodoviária mais próxima. Você pode pagar sua passagem e seguir viagem.— Ela sorri.
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— Você sabe quanto custa? — Preciso chegar à faculdade de uma forma que meu pai não possa me rastrear e estar entre os hụmanos não passaria pela cabeça dele. Ele deve achar que eu estou por aí vagando de matilha em matilha como uma renegada.
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Não estou me escondendo. Mais cedo ou mais tarde, nós vamos nos encontrar de novo, eu sei disso. Mas ainda não estou pronta para colocar em prática o que tenho reservado para o Alfa Xavier Macfield.
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— Vamos fazer o seguinte. Me diga o endereço da faculdade para a qual você está indo e eu vejo os horários e o preço.
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— Nossa obrigada! Muito obrigada, mesmo. — Ao me despedir do quarto que foi meu refúgio nas últimas semanas, fecho a porta tranco-a e me dirijo ao saguão para entregar a chave.
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Estou triste por estar indo embora. Margareth tem sido maravilhosa, assim como o resto das pessoas do restaurante.
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Como prometeu, ela me ajudou a descobrir o horário do ônibus e o preço da passagem.
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Estou indo para Nova York e Margareth se certificou de encontrar uma rota que me desse tempo suficiente para esticar as pernas durante as paradas, além de me proporcionar uma rota turista.
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Ela me ouviu contando isso a Dakota no turno de ontem e riu.
— Eu só comprei a passagem mais barata.— disse ela.
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— Foi por acaso que você queria a rota panorâmica e se fosse eu, preferiria fazer uma viagem mais curta!— Eu não me importo. Eu nunca havia pisado fora da matilha da lua cheia.
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Vai ser legal conhecer outras partes do país antes de começara vida de universitária.
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— Pronta para ir? — Dakota pergunta quando entro no restaurante carregando minhas coisas. Aceno com a cabeça.
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— Acho que sim. Foi pouco tempo, mas vou sentir falta de vocês. — Ela me dá um abraço e chama por Margareth, que sai da sala dos fundos com as chaves do carro na mão.
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Algumas das pessoas no restaurante já me viram antes e me desejam boa sorte ou boa viagem. Depois, Margareth e eu saímos e entramos no carro.
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O trajeto até a rodoviária não é muito longo. Margareth desce e me ajuda com as malas antes de me dar um forte abraço.
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— Ah espere um pouco.— Ela se inclina para dentro do carro e pega uma pequena sacola plástica.
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— Aqui estão alguns lanches para a viagem. São alguns daqueles brownies que já vi você comendo antes e um sanduíche com ovos, alface e tomate. E também coloquei suco. — Diz ela me entregando os lanches.
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“— Muito obrigada por tudo, você não sabe o quanto me ajudou.— Ela parece estar prestes a chorar, mas morde o lábio e acena com a cabeça.
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— Cuide-se. Ava.— diz ela ao voltar para trás do volante de seu carro.
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Quando está entrando na estrada principal, ela coloca a mão para fora da janela para se despedir.
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Suspiro e pego minhas coisas. Já estou com a minha passagem. Margareth comprou online e eu lhe dei o dinheiro, então só preciso esperar o ônibus chegar.
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— Você está pronta, Carly? — Pergunto em minha cabeça.
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— Mais do que nunca e vai dar tudo certo.~ responde ela mais ansiosa do que eu.