Alicia
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Ainda estou tremendo nos braços de Heitor, descendo do ponto mais alto que já experimentei quando há uma batida na minha janela.
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— Senhora. É o serviço de reboque que você chamou. — Uma voz chama do lado de fora e eu enterro meu rosto no peito de Heitor.
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Porra. p***a. p***a.
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Como eu poderia esquecer do reboque! Respirando fundo, sinto o cheiro de Heitor e me lembro. Ah sim. Eu estava perdida no meu homem dos sonhos, deixando-o me levar pela primeira e única vez.
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— Sem problemas, senhora. Você toma seu tempo. — Seu sotaque sulista saindo forte enquanto ele ri.
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— Acha que ele nos ouviu? — Heitor beija minha testa e sorri.
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Batendo em seu peito, eu o empurro.
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— Estou mortificada! — Eu sussurro, não querendo que o cara do reboque ouça mais do que ele já ouviu.
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— Não fique. É perfeitamente natural o que acabamos de fazer. — Eu bufo, pensando que não havia nada natural sobre o que aconteceu.
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Foi de outro mundo. Surpreendente. Algo além dos meus sonhos mais loucos. Ele balança a cabeça, mas não responde ao meu óbvio desacordo,
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—Não se preocupe, ruivinha. Vou sair e cuidar do reboque. Vou pedir a dos meus caras que leve seu carro aonde quer que você more e nós podemos ir comer alguma coisa. Então, talvez mais tarde, você vai me satisfazer em segundos.— Meu coração pula, sabendo que é hora de deixá-lo ir.
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Não posso arriscar que ele descubra quem eu sou ainda. E é exatamente isso que vai acontecer se ele sair e falar com nosso público de um homem só.
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Colocando minhas mãos em sua mandíbula masculina, eu o puxo para mim, dando-lhe um último beijo demorado. Ele obedece, deixando-me dizer todas as coisas que não posso com este último presente de carinho.
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— Porque isso parece um adeus? — Me afasto vejo confusão em seu rosto.
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— Porque é. Não pode haver mais nada, mesmo que eu quisesse.— Eu rolo debaixo dele, encontrando meu short e o coloco antes de me virar para ele.
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— Besteira. — Ele tira sua camisa e a coloca em mim, cobrindo minha carne b***a enquanto ele abotoa cada botão.
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— Isso não acabou, ruivinha. Se você precisar de tempo, eu entendo, mas isso está longe de ser resolvido. — Ele agarra meu queixo com o polegar e o indicador, pressionando um beijo forte e rápido em meus lábios.
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— Você é minha e eu sou seu. Nada vai mudar isso.— Essas são suas palavras de despedida enquanto ele desliza para fora do meu carro, sem sequer olhar para trás.
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Eu rio sarcasticamente ao saber que as coisas vão mudar quando eu bater em sua porta e ele ver quem eu realmente sou. A verdade amarga que muda tudo.