Alicia
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— Vamos lá. Não me falhe agora Rabbit.— eu sussurro para o meu Cadillac Ats-v 20015, que eu carinhosamente chamo de Rabbit, por causa da Jessica Rabbit, já que meu carro é vermelho igual a seu cabelo (e o meu tambem). Ela definitivamente já viu dias melhores, mas de jeito nenhum eu a deixaria para trás. É a unica recordação que tenho de meu pai, comprei esse carro com o dinheiro que ele me deixou.
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Conhecendo meu padrasto, ele provavelmente a venderia para algum ferro velho sem pensar. Não, obrigado.
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Levando para o lado da estrada, ouço o motor fazer um som de batida. Bem, merda. Isso não pode ser bom.
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Não tem nem uma semana depois da minha vitória com a independência e já estou tendo problemas.
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Eu saio para o acostamento da estrada e dou a volta para o capô, com certeza evitar qualquer tráfego. Abrindo o capô, vejo fumaça saindo em grandes quantidade.
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Merda. p***a. E agora?
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Não posso ligar para minha mãe. Ela apenas me diria que estava certa e que não estou pronta para morar sozinha.
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“Alicia Maria Andrade, você pega o próximo voo para casa. Você é muito jovem e inexperiente para morar sozinha.”
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Reviro os olhos e gemo. Se sou inexperiente, é porque ela me sufoca com babás e regras, nunca me deixa fazer nada sozinha.
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Não. Vou sair disso sozinha, mesmo que isso signifique ficar suja. Certamente isso não pode ser muito difícil de descobrir.
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Eu tiro minha camiseta branca larga, deixando-me apenas com meu top esportivo vermelho e shorts jeans.
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Usando a camisa, começo a desatarraxar lentamente a tampa do radiador. A coisa assobiando como uma cobra possuída por um demônio. Bem, parece que vou precisar de algo liquido.
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Deixando o capô aberto, dou a volta no carro e sento no banco do motorista, girando a ignição para ver se consigo descobrir o que diabos estava fazendo o som de batida.
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Com certeza, aquele barulho horrível começa de novo. Sim, definitivamente vou precisar de ajuda.
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Pegando meu celular, debato em ligar para meu meio-irmão. Estou a apenas vinte minutos fora da cidade dele e sei que é provavelmente a coisa mais responsável a se fazer, mas não consigo me obrigar a fazer isso.
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Já estou me sentindo um grande fardo, sabendo que ficar na casa dele definitivamente não foi ideia dele.
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Ouvi as coisas que meu padrasto diz sobre ele. Ele é um libertino, nunca se estabelece com uma mulher e sempre passa para a próxima.
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Imagens de Heitor se dirigindo para uma mulher tem meu estômago revirando e minhas coxas apertando de uma vez, a mistura de ciúme e luxúria correndo solta pelo meu corpo.
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Tantas noites, eu me toquei pensando nele, suas mãos em mim, enquanto nossos corpos se moviam como um só, sempre querendo e precisando de mais.
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Deus, o que eu daria por apenas uma noite. Claro, eu nunca fiz sexo antes, então eu não seria tão experiente quanto as garotas que ele está acostumado, mas uma garota poderia sonhar.
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Minhas amigas tiveram experiências horríveis na primeira vez, e aposto que um homem como Heitor tornaria isso prazeroso, não doloroso.
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Memórias dele saindo da nossa piscina, seu calção de banho molhado agarrado a ele como uma segunda pele e delineando seu p*u grosso pra c*****o piscam diante de mim.
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Talvez fosse um pouco doloroso, mas nenhuma conquista significativa vem sem um pouco de dor.
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Eu rio para mim mesma antes de balançar a cabeça. Ah. Pare com isso, Alicia. Não é certo pensar em seu irmão assim. Ele com certeza não te vê assim. Quer dizer, ele nem é meu irmão de sangue.
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Me castigando mentalmente, em vez disso, abro o tio google. Deve haver um serviço de reboque por perto. Verifico minha carteira e agradeço o cartão de crédito que meu padrasto me deu quando saí de casa ontem.
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Não sou de esmolas, mas eu sabia que seria inteligente ter em caso de emergência, e isso é definitivamente uma emergência.
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Saindo do carro, ligo para a primeira empresa de reboque que vejo antes de me curvar sob o capô mais uma vez.
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Felizmente, alguém responde rapidamente e posso dizer minha localização antes de confirmar que alguém sairá em breve.
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Enfiando meu telefone no bolso de trás, continuo a olhar para as diferentes caixas e tubos como se fosse de alguma forma milagrosamente me tornar um mecânico especialista e descobrir o que está errado.
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Eu reviro os olhos para mim mesma. Eu preciso apenas fechar o maldito capô e esperar o caminhão de reboque. Com a minha sorte que eu tenho, eu pioraria tudo se mexesse em algo.
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— Precisa de ajuda? — Uma voz profunda fala atrás de mim e eu pulo tão rápido que minha cabeça bate contra o capô de metal do carro.
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— Ai! — Eu agarro minha cabeça e me viro para encarar quem acabou de se aproximar de mim.
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— Sua mãe não ensinou... — Meu queixo fica aberto e as palavras morrem na minha boca.
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Heitor está aqui, diante de mim, seus olhos cinzentos dançando com humor enquanto ele me encara de cima a baixo.
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— Desculpe. Não queria assustá-la, senhorita. Acabei de ver esta linda fiat strada na beira da estrada e queria ver se você precisava de alguma ajuda. Senhorita? — Ele não sabe quem eu sou? Claro, faz três anos desde a última vez que nos vimos pessoalmente, mas ele não viu nenhuma foto minha recentemente?
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Eu sei que o segui nas redes sociais como qualquer garota de sangue quente faria com sua paixão.
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— Hum. Sim, na verdade. Está fazendo um som de batida e não tenho certeza do que fazer.— Eu entro na dele para testar se ele realmente não me conhece.
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— Posso? — Sua mão larga gesticula em direção ao motor enquanto ele me dá um pequeno sorriso.
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— Claro, por favor. — Eu me afasto, o cheiro de seu perfume me atinge como um sonho delicioso do qual nunca quero acordar. Heitor mexe por baixo do capô, sua posição atual me dando a oportunidade perfeita de olhar para ele abertamente.
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E quem não gostaria de olhar? Seus ombros largos afunilam em um V, onde sua deliciosa b***a é abraçada por uma calça cinza carvão.
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Deus. Há algo sobre ele enrolando sua camisa branca, ficando todo sujo para mim, que deixa minhas partes femininas latejando.
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Relaxa, Alicia. Se ele soubesse quem você realmente é, não iria querer nada com você... Mas espere... Ele não sabe quem eu sou. Pelo menos ele não deixou transparecer que ele saiba.
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Talvez, apenas talvez, eu possa tirar aproveito desta situação um pouco mais.
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Heitor se vira para mim, graxa manchando seus antebraços musculosos e me fazendo ansiar por ele muito mais.
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— Sinto muito, senhorita. Parece que é a junta do cabeçote, que pode ser cara para consertar. Não tenho certeza do quanto você é apegada a esse bebê, mas posso lhe dar cinco mil por ela e deixá-la onde quer que você precise ir.— O bastardo presunçoso tira um lenço do bolso de trás e enxuga as mãos como se tivesse feito o negócio da sua vida.
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Oh infernos não. Posso não saber muito sobre o que se passa debaixo do capô de muitos carros, mas com certeza sei sobre o valor deste.
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Ela pode ser velha e ter uma tonelada de quilômetros, mas seu valor vai muito além do dinheiro. Nem por todo o dinheiro do mundo eu me separaria de Rabbit.
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Heitor claramente não sabe que é comigo que ele está lidando. Se ele soubesse, ele não teria me insultado com esta oferta baixa e um sorriso de cair a calcinha.
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Bem, sinto muito por ele. Qualquer reserva que eu tinha sobre brincar com estranhos foi embora e voou pela janela. Se ele vai ser um i****a, eu posso muito bem montar o dele.
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Não tem como ele colocar as mãos em Jessica, mas vai ser divertido fazê-lo pensar que pode... tudo em troca de dez mil e um beijo. Se esse beijo leva a mais, então que assim seja. Eu não poderia imaginar um primeiro mais delicioso.
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E ei, você poderia realmente me culpar? Nem todo mundo consegue ter sua paixão dos sonhos como aquele com quem perde a virgindade.
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Além disso, em menos de cinco horas estarei na porta dele e qualquer chance de realizar minhas fantasias de infância estará tão morta quanto uma junta de cabeçote. De jeito nenhum eu vou deixar isso passar. Eu seria uma maldita i****a, e papai não criou nenhuma i****a.