Ritual de Yubitsume.
Saiko vestia somente uma calça preta, os homens não se lembravam de terem visto seu líder com outra cor de roupa, sempre era preto, preto combinava com a alma dele.
Escura e sombria.
Não era atoa que Saiko era o primeiro no comando da máfia japonesa dentro do Havaí.
Fazia jus ao cargo e ao apelido de sanguinário.
Nesse momento, Saiko e alguns dos seus homens caminhavam pela ilha.
E a lua pairava sobre o local, lançando um brilho prateado sobre as palmeiras da praia.
Era um ambiente bonito, mas a beleza da ilha sempre era quebrada pelo sangue que corria nas mãos de Saiko e de seus homens.
A máfia japonesa era considerada uma das mais sanguinárias que regiam o submundo.
Pararam.
Saiko e os homens agora se encontravam em um lugar isolado, uma clareira à beira da praia.
O líder da Yakusa se posicionou diante de um pequeno altar improvisado.
O que aconteceria agora era um ritual de autopunição, uma penitência pelo erro que o líder da organização cometeu.
Na noite escura, a lua brilhou na lâmina da faca, Saiko desceu o instrumento de corte em seu dedo mindinho.
À medida que a lâmina encontrava a carne, o sangue caía na areia dourada da ilha, tingindo o chão.
A falange do dedo se soltou.
Os homens não esperavam que ele deixasse transparecer a dor, e ele não deixou, recebeu de um dos seus homens uma toalha pequena para estancar o sangue.
Saiko finalizou o ritual de Yubitsume.
Era uma prática antiga, mas que foi preservada de geração em geração. A prática consistia em um m£mbro da Yakuza cortar a falange de seu dedo mindinho como forma de penitência ou desculpa por falhas cometidas.
Saiko estava se punindo por ter deixado a noiva Juno ser tocada por outro, uma rosa da Yakuza só deve ser tocada por seu marido.
Mas Juno também tinha culpa, tinha entregado a outro homem o que era dele, a conta dela chegaria também.
Só precisava subir ao altar com a sua rosa.
Juno seria a sua rosa da Yakuza.
Devia lealdade e obediência a ele.