Operação Contas Atrasadas

Episódio 6

Estou a meia hora batucando a caneta na mesa esperando esses malditos acionistas chegarem, estão dez minutos atrasados e eu odeio atrasos.

— Carlos parece ansioso — Jinho fala me olhando e eu respiro fundo — Cadê o Cadu super calmo? — Diz soltando uma risada.

— Jinho eu necessito ir embora, não aguento mais ficar esperando — Digo e me encosto na cadeira respirando fundo.

Jinho fica me olhando e logo a porta é aberta e os acionistas entram, resolvo não falar nada está ficando tarde e tenho que voltar para casa o mais rápido possível.

Início a reunião e começamos a decidir os novos lançamentos, as produções estão muito adiantadas e tudo vai correr bem, depois de umas duas horas encerro e saio indo para meu carro, quando paro em um semáforo vejo a loja da Chanel e resolvo estacionar para ver a vitrine pode ter alguma coisa que Julio goste.

Olho bem e vejo uma gargantilha de tecido preto com o nome da marca escrito em brilhantes, entro e peço para atendente embrulhar para presente quando feito, p**o e saio da loja agora sim indo para casa.

ConheçoJulio a uma semana e posso dizer que foram os melhores dias da minha vida, aquele sentimento de solidão que eu tinha já não sinto mais, é surreal o quantoJulio consegue fazer as coisas, e tenho que falar que ele é lindo os olhos castanhos sua boca volumosa que toda vez que eu vejo sinto vontade de beijar por horas.

— Seu beijo deve ser tão bom — Falo para mim mesmo.

Posso parecer emocionado, mas não ligo, estou sim começando a me atrair por ParkJulio, aquele baixinho de cabelos acinzentados me deixa totalmente rendido, se ele me pedir uma ilha eu lhe dou.

Estaciono em casa e saio indo para dentro, assim que entro começo escutar a risada deJulio, sorrio seguindo o som que vinha da cozinha e quando eu chego vejo o mesmo ajudando Ashy a cozinhar, Happy estava ali também observando os dois e ajudando com o que sabia,Julio se vira e quando me vê sorri todo lindo fazendo meu coração errar uma batida.

— Cadu!!! Experimenta aqui — Fala animado e eu sorrio quando escuto em como ele me chamou, ele se aproxima com uma colher que tinha um molho vermelho — Vê se está bom — Diz e eu provo.

— Hmm muito bom — Falo o olhando e o mesmo sorri todo fofo — Trouxe um presente para você babe — Falo e entrego a caixa com a gargantilha para ele.

O mesmo pega e coloca na mesa e começa a abrir todo afoito, uma coisa que percebi é queJulio adora receber presentes, seus olhos ficam brilhando e tudo se ilumina quando observo seu sorriso.

— Cadu! — Ele fala espantando e ele ainda não percebeu como me chama, e eu não estou reclamando afinal adoro isso, nunca gostei que me chamassem por apelidos, mas quando eu escuto sair desta boca bonita eu fico todo bobo.

— Você gostou meu bem? — Pergunto me aproximando e o ajudo a colocar a gargantilha — Ficou ainda mais lindo — Falo e faço um carinho em seu rosto.

— Hmm meu bem — Escuto Happy e Ashy falarem Cadutos, olho para os dois que começam a rir.

SintoJulio me abraçar e esconder seu rosto em meu peitoral, ele está todo corado e eu acho isso adorável, seguro em sua cintura e neste momento a porta da dispensa abre e Emma aparece, mas para imediatamente e fica olhando paraJulio.

— Algum problema Emma? Perdeu algo no senhor Cadu e no senhor Park? — Ashy pergunta encarando a garota que não responde nada — Foi o que pensei, pode me dar isso aqui eu termino o jantar, vai organizar o último andar — Fala e a outra logo se retira.

Julio levanta o olhar e me encara, passo minha mão por seu rosto e sorrio o olhando.

— Obrigado pelo presente — Agradece me olhando e eu deixo um selar em sua testa.

Depois de algum tempo o jantar foi servido e começamos a comer, tudo estava em silêncio, mas não era desconfortável.

— Ficaram sabendo que pode acontecer uma tempestade? — Happy pergunta do nada.

— Que assunto mais aleatório —Julio fala fazendo meu primo rir.

— Só estava silêncio demais — Disse.

— Vai ocorrer muitas chuvas agora — Digo — Com trovoadas fortes também — Quando falo isso vejoJulio parar de comer, fico o observando por alguns segundos depois volto a comer.

—Julio qual cor que você não gosta? — Pergunto para o menor.

— Depois sou eu que tenho assuntos aleatórios — Happy resmunga voltando a comer.

— Não gostou de verde, mas amo muito a cor vermelha — Responde sorrindo e eu olho para o sofá da minha sala que era na cor verde bem escuro, vou mandar trocar.

[...]

Já era tarde da noite, euJulio e Happy ficamos vendo alguns filmes e quando percebemos já era mais de duas da manhã então resolvemos subir para dormir.

ParkJulio

Estou deitado na cama olhando para o teto esperando o sono vir quando escuto um estrondo de trovão, agarro a coberta com força e sinto minha mão tremer, uma coisa eu tenho muito medo de tempestades e quando Happy falou que esta noite podia ocorrer uma eu que deixei o garfo cair da mão.

Respiro fundo quando escuto outro, as cortinas estavam abertas e eu podia ver a claridade dos raios, quando escuto novamente me levanto rápido e saio do quarto indo para o que era ao lado do meu, e bato na porta.

— Cadu... — Chamo e só agora percebo que essa já é a terceira vez que o chamo assim, quando a porta se abre eu o abraço com força.

—Julio? O que foi? — Pergunta com tom de voz preocupado, escuto o trovão novamente e sinto meu corpo tremer — Ah tem medo de tempestades? — Pergunta e eu apenas concordo devagar.

Desde pequeno eu sinto medo, e quando acontecia uma chuva muito forte eu corria para o quarto da minha irmã e ela ficava fazendo carinho em mim até que eu pegasse no sono.

— Quer ficar aqui? — Pergunta.

— Eu realmente posso? — Pergunto o olhando.

— Pode sim, entra — Responde e eu o solto e entro em seu quarto.

A luz estava acesa e o notebook estava ligado em sua cama, o vejo fechar a porta e logo em seguida andar até sua cama e tirar o computador.

— Aqui pode deitar — Fala e eu ando devagar e me deito na cama e o mesmo coloca a coberta por cima.

Sua cama tem seu cheiro e é muito bom, mas é melhor quando eu o abraço assim consigo sentir o cheiro mais forte, ultimamente venho pensando muito em Carlos e nem é de propósito simplesmente acontece é natural.

O mesmo fala que vai ao banheiro e o sigo com o olhar até que o mesmo entre, pego meu celular que estava no bolso e entro na conversa com Tae.

Julio

Tae acho que estou gostando do Carlos

[Visto 3:45]

Tata

Okay, agora fala a novidade

[Visto 3:45]

Julio

É sério o que eu faço???

[Visto 3:46]

Tata

Já pensou em talvez falar para ele? Pode ser uma boa kkk eJulio como você está? A chuva está muito forte

[Visto 3:46]

A porta do banheiro se abre e eu bloqueio a tela do celular depois de rapidamente falar para Tae que eu estava bem, deixo o aparelho na mesinha ao lado e me aconchego mais nas cobertas.

Sinto a cama afundar ao meu lado, me viro e percebo que o mesmo estava sem camisa apenas de bermuda, observo seu peitoral e abdômen definido, a tatuagem que pegava do seu peito indo para todo o braço, ai senhor porquê tão lindo, abaixo o olhar até o cós da bermuda e vejo o começo de outra tatuagem.

Fecho os olhos rapidamente quando ele se vira para minha frente, sinto sua mão em meu rosto, ele deve achar que estou dormindo.

— Boa noite babe, gosto tanto de você — O escuto falar e me seguro para não surtar aqui, Cadu Carlos um p**a de um gostoso – como diz Tassio – gosta de mim.

Logo a luz apaga então sei que o mesmo resolveu dormir então decido fazer o mesmo.

[...]

Acordo no dia seguinte sozinho no quarto, me sento na cama e olho em volta tentando assimilar direito onde estou fazia, a meses que não dormia bem assim, me levanto e saio do quarto e entro no que estava minhas roupas e escovo meus dentes para descer e tomar café da manhã.

Assim que desço as escadas vejo alguns homens levando o sofá da sala para fora, me aproximo de Carlos que observava o trabalho.

— Por que estão levando o sofá? — Pergunto confuso.

— É verde, você não gosta de verde babe — Responde e me olha.

— Mas estava bonito — Digo e o vejo fazer um bico em seus lábios.

— Vocês podem trazer de volta o sofá — Cadu fala e os homens começam a trazer novamente.

— Mas só uma pergunta, qual cor iria colocar? — Pergunto.

— Vermelho bordô — Responde e eu sorrio o olhando e acho que ele percebeu minha animação — Podem levar o sofá — Fala e eu arregalo os olhos vendo os caras começarem a sair.

— Cadu por que está mudando a decoração de sua casa por minha causa? — Pergunto cruzando os braços.

— Não quero que se sinta desconfortável em um ambiente que não goste de algo — Responde abaixando o olhar — Desculpa se não gostou — Fala baixo.

— Ai eu odeio quando faz essa cara de cachorro sem dono — Falo e o abraço — Tudo bem eu adorei o novo sofá — Digo vendo entrarem com o mesmo — Para onde vai o outro? — Pergunto o olhando e o mesmo fica pensativo por alguns segundos.

— Doação — Responde e eu concordo.

Então agora com o novo sofá nos sentamos para tomar café da manhã, Carlos é um doido por mudar a decoração apenas porque eu não gosto de uma coisa, ninguém nunca havia feito isso antes.

Minha memória vai na noite passada e as palavras que ele falou ficam voando em minha mente.

"Eu gosto tanto de você"

Não sabia que algumas simples palavras podiam fazer eu me sentir tão bem, acho que Tassio pode estar certo, no começo eu não queria admitir que estou sim tendo sentimentos por Carlos, mas agora vou assumir isso e quem sabe um dia ele saiba também.

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