Julio voltou à faculdade hoje pela tarde, ele tem muito talento e é muito inteligente vejo isso pelas suas notas do primeiro período, não fazia ideia de que o mesmo tinha medo de tempestades, mas quando ele apareceu na porta do meu quarto e imediatamente me abraçou eu senti seu corpo tremer contra o meu, ele parecia somente naquele momento tão frágil e vulnerável.
— Com licença senhor Cadu — Escuto Sana dizer ao bater na porta e lodo adentrar minha sala.
— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto e a mesma confirma.
— Disse que era para avisá-lo quando algo envolvendo seu nome saísse na mídia sem seu consentimento — Falou e deu uma pausa — Enviei para seu e-mail um site, devia dar uma olhada — Diz por fim e eu concordo.
A mesma se retira e eu entro em meu e-mail indo direto para o link que me foi enviado, começo a ler a reportagem e fico por alguns minutos.
A reportagem era de um site de fofoca, literalmente o mais acessado aqui encontramos muitos exposeds de famosos e donos de grandes empresas como a minha, parece que tem alguém me seguindo e tirou fotos minhas com Julio enquanto estávamos saindo juntos, e agora todos pensam que somos um casal e os comentários desta página me dão nojo.
Não fico muito tempo na página já que não me interessa, mas se chegar no momento em que alguma coisa citar Julio aí tudo muda, não vou deixar que fiquem falando merda do meu babe.
Me levanto e saio da minha sala indo até a área de design, preciso aprovar alguns projetos e para isso tenho que falar com Jinho, já que é ele que comanda esta parte, entro no elevador apertando o botão do andar quando a porta estava quase se fechando um rapaz aparece a impedindo e entra, eu conheço ele é filho de um de meus sócios.
— Boa tarde Cadu — Diz me olhando e eu apenas afirmo com a cabeça sem dizer nenhuma palavra — Vim com meu pai para lhe ver — Fala.
— Uma pena, seu pai vêm aqui para tratar de negócios e é o que faço também — Falo e o encaro.
Este rapaz tem uns vinte anos no máximo, e insiste em continuar me atormentando eu só não o expulso daqui por respeito ao seu pai que é um homem direito que é muito meu amigo.
— Não gosta quando venho? — Perguntou e percebo ele tentar fazer que sua voz fique mais triste quase manhosa.
— Não, eu não gosto — Respondo e saio do elevador quando as portas se abrem — Seok cuide da sua vida, e venha na minha empresa caso seja extremamente necessário, caso insista terei que avisar os seguranças — Falo e saio andando indo até a sala de Jinho que estava desenhando algo no programa 3D que temos.
Dou duas batidas na porta e entro, quando o mesmo me vê aponta para cadeira ao seu lado, aponta para tela do computador e eu vejo o primeiro modelo de nosso novo carro. É totalmente moderno com a última tecnologia lançada, é um sistema criado inteiramente por minha empresa e isso faz deste carro único.
— Ficou bonito né? — Jinho pergunta e eu concordo.
— Todos os detalhes estão incríveis, ótimo trabalho Jinho — O parabenizo e ele sorri, a porta da sala é aberta e vejo uma pequena menina entrar correndo e pular no colo de Jinho.
Kim Harper tem três aninhos e é filha adotiva de Jinho e Nam, os dois ficaram uns dois anos na fila de espera para conseguirem adota-la, ainda é muito difícil para um casal de dois homens adotarem, essa sociedade ainda é muito preconceituosa.
— Titio Kook — Ela fala animada e eu a pego no colo a rodando no ar, escutar sua risada animada faz meu dia melhorar muito.
— Como está, minha princesa? — Pergunto deixando um beijo em seu rosto e a mesma abraça meu pescoço e fica mexendo em meus cabelos.
— Muito bem — Diz sorrindo com os dentinhos da frente faltando por ainda não ter terminado de nascer.
— Que bom, banguelinha — Digo a colocando no chão.
— Você é ótimo com crianças Carlos — Jinho fala e eu sorrio.
— Eu cuidava da minha irmã pela tarde para que minha mãe pudesse trabalhar — Digo me sentando.
Continuamos a conversar sobre o lançamento quando eu olho no relógio e vejo ser quase seis horas da tarde, dei um cartão temporário para que Julio voltasse para casa de táxi e não de ônibus, ele também disse que iria se encontrar com alguns amigos após a faculdade este foi mais um motivo para eu lhe entregar o cartão adiantado.
— Vou indo Jinho, até amanhã — Digo e deixo um beijo na pequena que sorriu e saio da sala.
Antes de sair da empresa eu passo na minha sala e pego a parta que uso para documentos e assim sigo para casa, nunca reclamei do trânsito de Nova York, mas hoje parece estar contra mim de tanto que está parado, só porque eu quero chegar logo em casa.
[...]
Entro em casa e começo a escutar uma discussão, parecia ser entre Emma e Ashy, não entendo direto o que está acontecendo nesta casa.
— Você não tem que falar nada Emma, senhor Cadu traz quem ele quiser afinal a casa é dele — Ashy fala encarando Emma.
— A questão é essa ele nunca trouxe ninguém, e agora ele aparece com aquele lá fica chamando de babe — Responde, respiro fundo e coloco a minha pasta na mesma fazendo as duas olharem para mim.
— Emma você não tem que cuidar da minha vida, como Ashy disse à casa é minha e eu trago quem eu quiser — Falo a olhando — Não me faça lhe mandar embora sei que precisa deste emprego — Digo — Ashy você agora comanda minha casa, lhe dou o poder de me encaminhar as demissões — Assim que falo eu saio indo para meu quarto.
De banho tomado entro no escritório e me sento e fecho os olhos para pensar um pouco, começo a escutar estalos na janela viro a cadeira e vejo que começou a chover, mas não estava muito forte. Meu celular começa a tocar, o pego e vejo ser um número que não conheço pego o aparelho e atendo.
— Pensei que não iria atender — Escuto a voz de um homem e me levanto no mesmo momento, pensei que não escutaria essa voz novamente.
— Como conseguiu meu número? O que quer? — Pergunto indo até a janela e fico vendo a chuva cair.
— Sou seu pai, claro que iriam me dar — Diz — E o que eu quero? Quero que construa uma família meu filho — Fala.
— E eu vou ter minha família, mas como quem eu quiser — Digo — Passa anos sem nem se comunicar e agora me liga como se nada tivesse acontecido? — Falo e respiro fundo tentando não me irritar.
— Sabe que estou falando é para seu bem — Diz e eu solto uma risada.
— Já sou um adulto, não preciso de sua aprovação — Falo.
— Aquela mulher é filha de um grande empresário, irá te encontrar em breve — Ao escutar isso eu fecho minha mão com força — Irá se casar — Fala.
— Não obedeço a suas ordens como aquele rapaz ingénuo — Falo — Não vou me casar, e você não tem um direito de me empurrar para uma mulher e dizer que devo me casar com ela, não me ligue mais estava bem sem você me perturbando — Digo e desligo o celular e quando me viro vejo Julio na porta.
— Se casar? E por que continua me ajudando? Você falou que não tinha relacionamentos — Diz e eu vejo uma lágrima descer por seu rosto — Eu gostava de você Carlos — Diz e sai do escritório.
— Julio! Volta aqui — O chamo alto, mas o mesmo não responde.
Ando até a porta e desço rápido as escadas o procurando, mas vejo a porta da frente aberta.
— Ele saiu nessa chuva — Ashy falou me entregando um guarda-chuva e eu saio correndo de casa indo atrás dele.
O vejo andando mais a frente e começo a chama-lo.
— Que foi Cadu? — Perguntou parando e o mesmo se vira para me encarar.
— Não me deixou explicar babe — Digo me aproximando, estava totalmente enxarcado, mas não ligo — Julio eu não vou me casar, eu gosto de outra pessoa — Falo, mesmo diante de tanta chuva consigo ver seus olhos brilharem minimamente.
— Gosta? — Pergunta.
— Gosto, eu gosto muito como nunca gostei antes — Digo e me aproximo levando minha mão até seu rosto acariciando o local — Eu gosto de você babe, sei que sou um cara bem mais velho, mas não ligo, meu coração acelera cada vez que eu o vejo sorrir, cada vez que escuto sua risada — Falo por fim.
— Carlos... — Começa a falar, mas aproximo meu rosto do seu, sinto sua respiração perto o suficiente.
Seu cheiro entrando pelo meu nariz, o vejo morder seu lábio inferior enquanto encara minha boca.
— Se não quiser me pare agora — Digo e quando eu pensei que ele iria se afastar e ir embora, sinto o mesmo abraçar meu pescoço e juntar nossos lábios em um beijo lento.
Seguro em sua cintura o puxando para mais perto e aprofundo o beijo, a sensação de ter seus lábios junto aos meus é simplesmente eletrizante, sua boca se encaixa perfeitamente com a minha, seu corpo é o encaixe do meu.
Nos separamos quando o ar faltou, o encaro o vendo sorrindo tímido lhe dou um selinho rápido e mordo seu lábio puxando para mim sem muita força.
— Não vai embora, por favor — Peço o abraçando deixando meu rosto em seu pescoço — Eu gosto tanto de você Julio, gosto como nunca gostei de alguém antes — Levanto a dele cabeça para o olhar — Meu mundo que antes era cinzento e sem vida ficou tão lindo quando conheci você, babe você é meu mundo colorido — Digo.
— Eu fico — Responde e eu sorrio o puxando para outro beijo que é correspondido no mesmo instante — Por que seu beijo é bom assim? — Pergunta abraçando minha cintura.
— Faço a mesma pergunta — Digo tirando os cabelos molhados de seu rosto os jogando para trás.
— Podemos entrar agora? Estou com frio — Pergunta e eu concordo, abro o guarda-chuva para que não ficarmos ainda mais molhados e andamos novamente para dentro.
Quando entramos fomos direto tomar um banho cada um em seu quarto, sorrio bobo lembrando da sensação dos lábios dele junto aos meus, a água quente entrando em contato com meu corpo me aquecendo.
Termino o banho e me troco, quando saio do banheiro vejo Julio sentado na cama, o mesmo me olha e vejo seu nariz um pouco vermelho.
— Está com frio? — Pergunto e o mesmo concorda, então vou até meus casacos e pego um e ando até Julio e coloco no mesmo para que fique aquecido.
Me sento na cama e o chamo para ficar entre minhas pernas, quando ele se senta eu o enrolo na coberta deixando somente seu rosto para fora, sorrio vendo o pacotinho que ele ficou.
— Agora sim aquecido — Digo e o mesmo sorri e faz um bico, fofo — O que quer? — Pergunto o olhando.
— Mais beijos, podemos? — Pergunta e eu concordo e começo a lhe dar vários selinhos que foram evoluindo a cada segundo.
O sinto agarrar com força minha blusa, seguro sua mão entrelaçando nossos dedos enquanto continuo o beijando.
— Então não tem casamento? — Pergunta.
Sou dono de uma construtora e não posso mais deixar que outros decidam o que devo ou não fazer da minha vida, agora eu digo com todas as letras que ficar com Julio e o proteger lhe dar o melhor é o que eu quero, e vou fazer isso, fazer de Julio meu rei que merece tudo do bom e do melhor.
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