— Já sabe qual modelo você quer? — Me perguntou assim que entrei em seu carro.
— Sim, o mais simples que eu encontrar. — Dou de ombros e fico olhando pela janela, enquanto ele dá a partida.
— Como foi seu dia? Está gostando de trabalhar aqui?
— Foi bem cansativo e estressante, não sabia que por ser secretaria do “babacoide”, eu teria que aturar as namoradinhas dele.
— Nossa minha amiga, hoje é o seu segundo dia e já está lidando com isso.
— Infelizmente.
— Se você quiser, pode vir trabalhar comigo.
— Não precisa, eu aguento.
— Se você diz, então boa sorte. — Estaciona o carro, desce e eu faço o mesmo logo em seguida.
Quando entramos na agência, um rapaz veio nos atender.
— Boa noite, sejam bem-vindos a concessionária car-tavares, em que posso ajudar?
— Boa noite, queremos alugar um carro.
— Claro, por quantos dias? E… já sabe o modelo?
— Quantos dias você vai querer gatinha? — Bernardo me olha.
— Cinco meses, acho que é o suficiente até eu fazer a compra.
— Ótimo.
— Modelo?
— Gol.
— Preferência da cor?
— Pode ser preto ou vermelho.
— Me passe seus documentos, por favor?
— Tudo bem. — O rapaz se afasta.
— Natália, quando sairmos daqui, vamos jantar?
— Melhor não, já está tarde.
— Por isso mesmo a estou convidando, assim não vai precisar fazer o jantar quando chegar em casa.
— Tentador.
— Então vamos?
— Ok, vamos.
— Yes — Faz uma comemoração com um soco no ar e eu acabo sorrindo, e balanço a cabeça para os lados, o rapaz que nos atendia, cujo nome era Mateus, volta e me entrega alguns papéis para assinar. Após ler o contrato de locação e assinar, passo o cartão para efetuar o p*******o.
— Aqui está a chave.
— Obrigada. — Pego.
Assim que me mostra o veículo e explica o básico sobre seu funcionamento, me despeço e Bernardo para ao meu lado.
— Então você me acompanha até o restaurante, certo?
— Sim, se eu não desviar no meio do caminho. — Falo entrando no carro da cor vermelha.
— Natália, você não se atreva a fazer isso. — Me aponta um dedo.
— Vou tentar. — Entra no carro dele e da partida para o restaurante, e vou seguindo logo atrás, depois de alguns minutos dirigindo, Bernardo estaciona em frente a um lindo restaurante e desce.
Após pegar minha bolsa, desembarco e o encontro enquanto comenta.
— Dizem que a comida daqui é uma delícia!
— Não tenho dúvidas, está bem movimentado — Vejo várias pessoas vestidas em roupas bem elegantes entrado e saindo.
— Por que não vamos em outro lugar? Minha roupa não está adequada para esse lugar.
— Você que pensa, está linda Nati, vamos que estou morto de fome. — Pega em minha mão e me leva para dentro do restaurante, onde somos bem recebidos e conduzidos para uma das mesas no meio do restaurante.
— Já sabe o que vão pedir? — Pergunta o garçom com um bloco de notas na mão.
— Eu vou querer, lasanha ao molho branco e vinho para acompanhar? — Bernardo fala fechando o cardápio.
— Eu vou querer o mesmo, mas trás suco natural no lugar do vinho, por favor, estamos dirigindo.
— Com licença, já trago os pedidos de vocês.
— Fala sério, Natália? Eu não acredito que você fez isso. Era só um golinho, ia beber com moderação — Fala com um bico nos lábios.
— Vai por mim, será bem melhor assim — Não demorou para nossos pedidos chegarem e começamos a comer, até que entrou um casal que eu já conhecia muito bem, principalmente a fragrância do moreno alto, Michael entrou com a tal namorada irritante de mãos dadas e depois ainda diz que não são namorados, eles se sentaram à uma mesa atrás da minha e fizeram seus pedidos, até que nossos olhares se cruzam e eu rapidamente tentei disfarçar.
— Viu Natália, essa lasanha está divina, muito boa, temos que voltar aqui sempre — Bernardo fala degustando sua comida.
— Realmente é muito boa, uma das melhores que já comi. — Comento distraída.
— O que aconteceu? — Me encara atentamente.
— Nada, por que está perguntando?
— Não sei, você não está como antes, parece triste.
— É impressão sua, só estou cansada.
— Então tá. — Assinto com a cabeça e continuamos a refeição.
Ao terminar, Bernardo pega a carteira no bolso da calça ao se levantar.
— Me espera aqui, vou pagar e já volto. — Sai sem deixar que eu fale nada.
— Se divertindo? — Olho para o dono da voz e reviro os olhos.
— Sim, algum problema?
— Digamos que sim. — Levanto uma sobrancelha para ele. — Desde quando você conhece o Bernardo?
— Hum…, deixe-me pensar…, ah lembrei, desde quando eu te devo satisfação? A sua namorada está voltando. — Aponto para a peituda que vinha em nossa direção e, graças a Deus, Bernardo chegou primeiro ao meu lado.
— Vamos? Boa noite, Michael
— Boa noite Collins. — Responde Michael m*l-humorado e saímos do restaurante.
— Obrigada, Bernardo, pela companhia.
— Eu que agradeço, até amanhã, dirija com cuidado.
— Você também. — Nos despedimos com um beijo na bochecha e cada um foi para sua casa.
Michael
- O que você está fazendo aqui, Michael? - Kamilly me olha raivosa por eu está sentado em outra mesa que não era a nossa e, com certeza, foi porque viu a Natália comigo.
- Não é da sua conta o que estou fazendo. - Ando até a mesa em que estávamos.
- Você veio comigo, porque foi procura-la?- Dá um gole no vinho.
- Ouça, Kamilly, viemos aqui para conversarmos e pra você me dizer o porquê foi embora, sem entrar em contato comigo, e não para implicar com quem eu converso ou não.
- Eu sei Michael, mas a possibilidade de te perder me deixa m*l, eu sei que pisei na bola no passado, mas eu realmente gosto de você até hoje. - Segura em minha mão e isso só serve para me deixar mais curioso sobre o que está escondendo.
- Se gosta tanto como diz, então fala o que está escondendo. - Ela Respira fundo e solta a bomba de uma vez, me fazendo engasgar com o gole da bebida que estava bebendo.
- Eu estava grávida, estava esperando um filho seu, nosso filho. - Fala com os olhos cheio de lágrimas.
- Como assim? - Pergunto ainda em choque. - Porque não me contou antes?
- Eu descobri três meses depois, quando fui te procurar, não te encontrei mais, infelizmente, seis meses depois eu sofri um aborto e acabei perdendo o nosso filho. - Chora e eu não sei o que sentir, está sendo um choque e tanto saber que seria pai, mas não tive o prazer de conhecer o meu filho e só depois de anos fico sabendo disso.
- Você não acha que eu tinha o direito de saber o que estava acontecendo com você? Seria meu filho também caramba e você só fala isso agora? Você sabe como estou me sentindo?
- Sei que é doloroso, mas eu não tive escolha, você pensa que foi fácil pra mim perder o filho do cara que amo de verdade? Entrei em depressão, Michael, minha vida nunca mais foi a mesma após esse episódio...Só depois que eu consegui me reerguer de novo e vir até você. - Enxuga as lágrimas e passo as mãos pela cabeça tentando me acalmar.
- Escuta Kamily, você já deve saber como sou, o que tivemos foi muito bom e até pensei em casar com você e ter filhos, mas não deu certo ,porque logo depois que ficamos juntos, você fugiu, depois disso eu passei por muita coisa na vida e cheguei à conclusão de que não quero me envolver sério com ninguém, estou muito triste com o que você me contou, se precisar de alguma coisa, pode contar comigo, mas infelizmente, não posso dizer que vamos retornar de onde paramos, porque não vamos, sinto muito.
- Obrigado por ser sincero comigo, mas não vai ser fácil desistir de você. - Ela pega a bolsa e sai do restaurante me deixado sozinho.