Michael
Depois que Natália saio da minha sala, volto para o que estava fazendo e termino de revisar os documentos da nova proposta que Yasmim me enviou de sua empresa, para marcarmos uma reunião e, quando olho para o relógio já era meio-dia, organizo os papéis em cima da mesa e saio para almoçar, mas antes de ir para o restaurante que tem dentro da empresa, passo na sala de Natália. Não sei como, mas essa mulher mexeu muito comigo, com sua beleza espetacular e seu jeito de agir, dei duas batidinhas na porta e ninguém atende, a abro e vejo que a sala estava vazia, apenas com seu perfume no local, dou um sorriso e faço meu caminho de volta até o refeitório, e assim que chego, vejo ela saindo com…
— Mas que d***a — ando mais rápido para alcançá-la, mas é uma tentativa inútil.
— Michael, alguém toca em meu ombro e quando viro pra ver quem é, vejo Marlon com um sorriso no rosto e as mãos no bolso.
— Oi Marlon, o que você faz aqui?
— Vou almoçar.
— Fora?
— Sim. — Começo a andar para fora da empresa e ele me acompanha, vou para o estacionamento da empresa e entro no meu carro esportivo, gosto muito de coisas chamativas.
— Posso ir com você? Temos algo pra conversar sobre trabalho.
— Tudo bem, entra aí. — Ele entra no lado do passageiro e dou partida para o restaurante que sempre escolho, quando vou almoçar fora da empresa.
Chegando, estacionei o carro e entramos. Quando estava indo para minha mesa, vejo Natália com Bernardo almoçando juntos enquanto conversavam e riam de alguma coisa entre eles.
— O que foi? — Marlon pergunta apontando para meus punhos cerrados, os quais nem percebi haver cerrado.
— Nada, vamos fazer o pedido. — Sento-me na cadeira e ele faz o mesmo, até que o garçom veio nos atender, então fizemos os pedidos. Como a mesa de Natália estava na frente da minha, não conseguia tirar meus olhos dela, não sei o que era, mas estava me sentindo muito incomodado com os sorrisos que ela dava pra outro homem, que não era eu. Só a conheci há algumas horas, mas já mexe comido de uma maneira a me enlouquecer.
— Você já revisou o pedido que a Yasmin enviou?
— Sim, já está tudo pronto para a reunião.
— Isso é bom, como a empresa da Yasmin é focada em publicidade, será muito bom pra divulgar os produtos.
— É sim. — Falo sem prestar muita atenção sobre o que Marlon falava, a única coisa que queria saber era de onde Natália e o fodido do Bernardo se conhecem.
— Separei uns kits para o Dia dos Namorados que está perto, quer dar uma olhada e ver como ficou?
— Sim.
— Aqui?
— Sim.
— Michael está ouvindo o que eu estou falando pra você? — Marlon perguntou irritado.
— Mais que p***a. — Falo vendo Bernardo limpar a boca de Natália, e sem perceber, acabo batendo na mesa chamando a atenção, não apenas do casal vinte à minha frente, como também de todos do restaurante. — Desculpe, acabei recebendo uma notícia r**m. — Falo, tentando mudar de assunto, com um sorriso amarelo. — O que você estava dizendo? — Pergunto olhando para Marlon, que estava com o celular na mão, me olhando com uma cara nada boa.
— Estava falando sobre o projeto do Dia dos Namorados e perguntei se você queria ver o kit dos produtos que fiz, mas parece que você está com a cabeça em outro lugar.
— Desculpe, deixa eu ver. — Pego o celular dele e começo a ver a ideia, que realmente é muito boa.
Nosso almoço chega e começamos a comer.
— Eu gostei, pode ser assim.
— Tenho certeza de que vai vender muito.
— Tomara. — Terminamos o almoço, p**o o pedido e saímos do restaurante. Acabei não percebendo a hora que Natália saiu.
Chegando na empresa, vou direto pra minha sala, onde entro afrouxando a gravata, pego uma dose de bebida e me sento no sofá que fica a um canto, dando pequenos goles, até que escuto batidas na porta.
— Pode entrar. — Termino de falar e uma mulher entra trajada em um vestido preto justo, que modelava seu corpo com um decote provocante, um salto alto preto, com os cabelos soltos. Para em minha frente e abre um grande sorriso.
— Boa tarde!
— Boa tarde, em que posso ajudá-la? — Pergunto me levantando e me aproximo.
— É sério, que você não está me reconhecendo, Michael? Eu não acredito nisso! — Joga os cabelos para trás e pisa no chão furiosa.
— Desculpe-me, você é muito bela, mas não lembro de você, já nos vimos antes? — realmente não lembro, embora tenha a sensação de que já a vi em algum lugar.
— Tudo bem, eu vim de tão longe pra te ver, não vai ser agora que vou desperdiçar esse momento. — Fala se aproximando de mim a cada palavra que diz. — Vamos começar do início, meu nome é Kamilly, e nos conhecemos há cinco anos na boate do Marlon, ficamos a noite toda naquele quarto de hotel. — Conta, colocando minhas mãos em sua cintura e logo em seguida leva os braços ao meu pescoço, onde os descansa.
— Uau é você? Nossa, como você mudou! — Falo surpreso, vendo o quanto estava gostosa. Tive um pequeno envolvimento com Kamilly, ela foi o meu primeiro amor.
— Sim sou eu e, durante esse tempo todo, senti muito a sua falta, não tirei você um só minuto da minha cabeça. — Fala com um bico exagerado na boca, confesso que me segurei pra não rir.
— Desculpa não me lembrar de você, sinto muito por isso, mas porque foi embora? Você não entrou em contato comigo nenhuma vez, desde aquele dia da boate.
— Isso é uma longa história meu amor, vamos jantar hoje à noite e eu conto tudo pra você, mas agora eu não estou me segurando de tanta vontade de te beijar. — Assim que termina de falar me beija, e a única coisa que fiz foi corresponder, ela é gostosa e simplesmente não penso muito com a cabeça de cima as vezes, por isso a puxo pra mais perto do meu corpo, ouvindo-a soltar um gemido abafado pelo beijo, a coloco sentada sobre a mesa e ainda nos beijamos quando começa a desabotoar minha camisa, até que a porta se abre e todo meu fogo se apaga em um segundo, ao ouvir aquela voz.
— Senhor Miller esses documentos precisam da sua… Oh, meu Deus! Me Desculpe, não sabia que você estava com sua namorada.— Minha nova secretaria fala, colocando as mãos nos olhos e rapidamente coloco Kamilly no chão, tentando abotoar minha camisa.
— Não, ela não é… — Antes de terminar o que dizia, Kamilly me interrompeu.
— Garota, você devia bater na porta antes de entrar na sala do seu chefe, sabia disso? Tenha mais profissionalismo, você acabou entrando em um momento inconveniente.
— Termina de falar abaixando o vestido, que tinha subido, digamos que, muito.
— Olha senhorita, eu não te conheço, e até onde eu sei, você também não me conhece, então sugiro que saiba falar comigo, pois o único antiprofissional aqui, é ele. —Aponta para mim, como assim eu? — Ergo uma sobrancelha em sua direção, que continua a falar: — Pois aqui é uma empresa, não um quarto de hotel, e não que eu deva satisfação da minha vida pra você, mas bati na porta três vezes, como não houve resposta, entrei, pois estou fazendo o meu trabalho, e vocês deviam ter trancado a porta, se não quisessem que alguém entrasse, com licença. — Coloca os documentos em cima da mesa e sai da sala, deixando Kamilly com raiva para trás, e a mim, com um sorriso no rosto por ver como colocou Kamilly em seu lugar, só não achei boa a parte em que me chamou de antiprofissional.
— Por que você me interrompeu? — Pergunto zangado.
— Porque você ia dizer que não somos namorados!
— E não é a verdade?
— Claro que não, você sabe que somos feitos um para o outro.
— Olha Kamilly, acho melhor você ir embora, depois conversamos. Você já me atrapalhou demais por hoje. — Falo pegando os papéis que Natália
deixou sobre a mesa.
— É sério isso?
— Sim, toma, — entrego-lhe um cartão — me liga depois.
— Ainda vamos jantar hoje à noite?
— Sim, precisamos conversar.
— Certo, até a noite meu amor. — Deixa um selinho em meus lábios e sai batendo a porta. Sento-me em minha cadeira para começar a ler e assinar os tais documentos.